"Factos" |
Cavaco
Silva – a reaccionária esfinge de Boliqueime – lançou um livro vangloriando-se
que ele constitui uma prestação de contas ao povo português sobre os 10 anos
dos seus 2 mandatos, num total de 10 anos, como presidente da república.
O que
mais irritou durante a conferência de imprensa de apresentação do dito livro,
que se realizou no Centro Cultural de Belém, pelo menos a quem estiver atento e
for intelectualmente são e honesto, foi a argumentação de que ele assentou no primado
do...factual!
Como disfarçar um "facto" |
Os
factos, por si só, não determinam nem estabelecem a verdade. Aliás, a verdade é
diferenciada conforme a interpretação que cada classe faça dos factos que se
lhes apresentam!
Para o
capitalista, o pagamento de um salário justo é uma despesa – uma “maçada”! Já
para o trabalhador que o recebe, é um capital que se destina a pagar a sua
força de trabalho e assegure o montante mínimo para a sua sobrevivência e a
reprodução de filhos que assegurem mão de obra que o capitalista terá, no futuro,
disponível para continuar o seu sistema de exploração!
Este "livro" que vos deixo |
Neste
esterco de mais de 500 páginas, que Cavaco – abusivamente – designou como
livro, grande parte dos “factos” evocados pelo ex-presidente da república têm
como alvo o ex-1º ministro José Sócrates.
O que
Cavaco – sem grande habilidade, diga-se de passagem – escamoteia é o FACTO de
que, quer ele, quer Sócrates, terem sempre defendido – apesar das aparentes
contradições entre ambos que servem apenas para confundir as consciências –
interesses antagónicos aos do povo a quem afirma querer, agora, “prestar
contas”.
Apresentar
factos como os de que Sócrates chegava sempre
atrasado às reuniões, que por vezes elevava o tom de voz e anunciava de
forma recorrente que trazia “boas notícias”, como “factos” de relevância, constituem uma miserável provocação para aqueles que, sem a terem contraído ou
dela retirado qualquer benefício, foram obrigados por estes dois personagens a
pagar uma dívida que, além de odiosa, é IMPAGÁVEL!
Estes
FACTOS, aliás, já levaram a que o povo português condenasse os seus protagonistas - Cavaco e Sócrates. E a
história não necessitará de dar à estampa um livro de mais de 500 páginas para
fazer o mesmo!
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