Quem não se lembra - ademais
pelas péssimas memórias que tem do personagem e das suas políticas – do Gaspar,
ministro das Finanças do governo de coligação da direita com a extrema direita
de Passos Coelho e Paulo Portas, que era tutelado pelo imbecil de Boliqueime,
um tal de Cavaco que agora se entretém a fazer novelas orientadas, sobretudo,
para as quintas feiras de namoro com o ex-primeiro-ministro Sócrates?
Para aqueles mais dados a perdas de memória, gostaria de relembrar
o episódio em que PS, PCP e BE se congratularam com o facto de Gaspar e o
governo de traição nacional que integrava terem anunciado que seria necessário
mais tempo para pagar a dívida e menos juros para que os recursos pudessem ser
afectados ao crescimento.
Reconhecer tal opinião como
válida, é como reconhecer que, não é quanto à questão de fundo que PS, PCP e BE
estavam contra aquele governo – agora oposição
-, mas sim quanto à intensidade e duração das medidas terroristas e fascistas
que, mesmo com um governo que se diz assentar numa maioria de esquerda, continuam a ser aplicadas.
Quando afirmávamos que, quer PSD
e CDS, quer PS – agora com a ajuda das muletas do PCP/BE/Verdes e PAN – estavam
de acordo quanto à questão de fundo, isto é, que deveria de ser o povo, que não
a contraiu, nem dela retirou qualquer benefício, a pagar uma dívida que foi fruto
da acção combinada da corrupção – PPP’s, bancos falidos, casino especulativo,
destruição do nosso tecido produtivo -, caiu-nos o Carmo e a Trindade em cima.
Agora, veja-se bem, a demonstrar
que estamos perante a união de todos os portugueses
honrados – apesar de algumas tricas de permeio que mais não são do que
areia lançada para os olhos dos incautos – até o presidente de todos os patrões, o famigerado António Saraiva, vem
alinhar na tão de esquerda reclamação
da renegociação e da reestruturação, como única salvação para a economia, diga-se,
em linguagem patronal, para assegurar o sacrossanto lucro, a sacrossanta
propriedade capitalista e para que, na dança da redistribuição capitalista da
riqueza, a parte substancial do bolo calhe sempre à burguesia e as migalhas
sejam distribuídas pelo pobres, pelo sal da terra – operários e trabalhadores
em geral!
São, pois, meras manobras de
diversão, as guerrilhas parlamentares
entre a oposição PSD/CDS e a maioria de esquerda parlamentar. O que
de facto existe é uma irmandade de PORTUGUESES HONRADOS, mancomunados na
irmandade dos partidos do arco
parlamentar e fundidos com a argamassa e o cimento dos afectos de Marcelo, a assegurar a unidade na acção de todos eles para a exploração de quem trabalha e
o dobrar da cerviz para as potências imperialistas – europeias, e não só – que
pilham sem dó nem piedade os nossos recursos e activos, branqueando, pelo
caminho, a origem do défice e da dívida.
A todos os que ainda se deixam
iludir pelo maravilhoso mundo novo
anunciado pela maioria de esquerda
que governa, assente na arte do possível, mas distante do alegadamente desejado, que a esquerda parlamentar,
mesmo que formal, lhes prometeu, deixam-se as mesmas questões de sempre, pois
os caminhos que nos impõem também têm sido sempre os mesmos:
·
Quem está a pagar a dívida? Quem
a contraiu – ou seja, a banca, os corruptos que vivem à custa das trafulhices
jurídico/políticas em que assentam as PPP’s, os governos e governantes que
aceitaram destruir o tecido produtivo do país, etc. – ou quem, não a tendo
contraído, nem dela retirado qualquer benefício está a ser obrigado a pagá-la,
isto é, a classe operária e os trabalhadores em geral?
·
Porque é que, apesar de qualquer
folha Excel facilmente demonstrar que a dívida é IMPAGÁVEL – e os credores
desejam que assim continue a ser -, quer porque a taxa de crescimento da
economia é inferior aos juros da dívida que estão a ser pagos, quer porque, sem
indústria, sem agricultura, sem pescas, somos obrigados a importar mais de 80%
do que necessitamos para alimentar o povo e para gerar economia, a irmandade dos portugueses
honrados insiste em toda a sorte de modelos
– incluindo a reestruturação ou a renegociação da dívida – que mais não
provoca que ela se reproduza e cresça ad
eternum, bem como os seus efeitos?
Muito lúcido e ilustrativo sobre as ALGEMAS que as politicas Alemãs e da U.E. colocaram em Portugal por centenas de anos numa penúria sem fim à vista,
ResponderEliminaraos portugueses das classes mais desfavorecidas, com o único pretexto de continuar a privilegiar o capital e as grandes fortunas.., DEPLORAVEL. INJUSTO. INFAME....
Não pagamos!
ResponderEliminarUm texto de grande coragem e determinação.
ResponderEliminarAqui fica o meu total apoio.
Força!