domingo, 3 de junho de 2018

Caridade roubada!


Realizou-se este fim de semana mais uma campanha do Banco Alimentar Contra a Fome, sob a égide do governo do socialismo de traição do PS de António Costa e suas muletas do PCP, BE, Verdes e PAN.

 Assistimos à recorrente mobilização de dezenas de milhares de voluntários a entregar sacos aos trabalhadores, à porta das principais cadeias de supermercados e a recolher milhares de toneladas de alimentos, o que, por si só, contraria o tão anunciado milagre económico, realizado por esse Ronaldo das finanças que dá pelo nome de Centeno e a propalada chegada à terra do leite e do mel feita ao povo português, todos os dias, com pompa e circunstância, pelo governo de António Costa e do PS.

Números que, uma vez mais, reflectem a miséria e pobreza crescentes a que o povo português está a ser sujeito, fruto da persistência numa política de submissão ao euro e à dívida que este, como o anterior governo de coligação entre a direita e a extrema direita, impuseram!

A falta de vergonha do PS e de António Costa já não nos surpreende. Um semeador profissional de promessas nunca cumpridas, só anunciadas com o fito de recolher o máximo número de votos que lhe permita um cheque em branco para as suas políticas reaccionárias e vende pátrias. Surpreendidos só ficarão os incautos que acreditam que PCP, BE, Verdes e PAN, constituídos em muletas deste governo, conseguirão amenizar os efeitos dessa política.

A caridadezinha burguesa em que assentam iniciativas deste tipo, mas não só, para além de outros objectivos, visa sobretudo adormecer e inebriar a consciência dos trabalhadores e do povo quanto às verdadeiras causas das condições de fome e de miséria para que foram atirados por um sistema que assenta na exploração do homem pelo homem e no sacrossanto lucro.

Se é certo que milhares de voluntários se prestam a dar a sua genuína e generosa solidariedade, participando activamente em todos esses peditórios – desde os bancos alimentares à recolha de vestuário, passando por fundos para tudo e mais alguma coisa -, não menos certo é que  quem se apropria da direcção e destino do resultado dos mesmos tem uma agenda ideológica que assenta no pressuposto de desculpabilizar o sistema que cria as condições de fome e miséria pelas quais o povo está a passar.

Como afirma o meu camarada Arnaldo Matos, “... no modo de produção capitalista em que vivemos, o salário do operário deve cobrir as despesas com a produção e reprodução da sua força de trabalho...” o que, para além da saúde, da educação, da habitação, da mobilidade e outras necessidades básicas, deveria servir para alimentar o exército de mão de obra disponível, característica e necessidade desse modo de produção.

Mas, não! Para além de roubar ao salário dos operários e trabalhadores o necessário para garantir essas despesas, a burguesia, sedenta de lucros – mesmo que à custa da vida de quem nada mais possui do que a sua força de trabalho – leva a cabo um política criminosa de redução da despesa, aumentando assim as mais valias que desvia para que obtenha maiores lucros e dividendos. É neste contexto que o governo PS – que representa os interesses da burguesia capitalista e imperialista -, manipula estas ditas campanhas de solidariedade que roubam – recorrendo a um exército de voluntários – mais uma parte dos salários dos operários e de quem trabalha, para suprir necessidades que competiria ao estado suprir!

Um governo piedoso que, enquanto assegura aos seus patrões imperialistas o pagamento de uma dívida que o povo não contraíu – nem dela retirou qualquer benefício -, cativa 19,8 milhões de euros, incluídos na Lei Geral do Orçamento – aprovado com os votos de PS, PCP,BE, Verdes e PAN -, destinados a garantir obras na ala pediátrica do Hospital de São João, no Porto! Transborda de caridade, esta canalha!

Comprova-se, ano após ano, e como resultado de todas as campanhas de solidariedade contra a fome que o controlo da esmola é, por si só, um instrumento de poder e dominação.

E o que dizer, então, da suprema hipocrisia que é o facto de campanhas como as do Banco Alimentar contra a Fome, entre outras, serem ansiosamente aguardadas pelos Pingo Doce e Continentes do nosso descontentamento, que vislumbram nas mesmas uma receita adicional para os seus já abarrotados cofres e para as suas já gordas fortunas?!

Quer as grandes cadeias de supermercados – que, logicamente, se disponibilizam de imediato para aderir a estas campanhas –, quer o estado que defende os seus interesses arrecadam, os primeiros, fabulosos lucros pela venda dos produtos generosamente adquiridos por quem, de facto, quer ser solidário, e os segundos, impostos como e IVA e como o IRC. Contas feitas, neste negócio da caridadezinha, ao destinatário da mesma, se chegarem uns míseros 20 ou 30% do resultado das mesmas já estão com muita sorte, enquanto o estado burguês e os grandes grupos económicos que exploram essas grandes superfícies, abocanham mais de 80%!

Àqueles mais piedosos que, ainda assim, poderão dizer que, então, se não organizarmos este tipo de campanhas é que milhares ou centenas de milhar poderiam morrer à fome, nós respondemos que não é com aspirinas que se curam cancros. O cancro do capitalismo que, ciclicamente, provoca a destruição massiva das forças produtivas e atira para o desemprego, a fome e a miséria, somente em Portugal, mais de 3 milhões de elementos do povo, nunca será ultrapassado com este tipo de paliativo!

A solidariedade operária é bem diversa da caridadezinha burguesa. Assenta na solidariedade militante e activa às lutas que em todo o mundo se organizam e desenrolam precisamente para destruir um sistema que atira para a fome, a miséria e a humilhação quem trabalha ou trabalhou toda uma vida.

A sua cura, em Portugal, passa por uma luta sem tréguas a todos os governos que se dispuserem a ser meros obedientes serventuários dos ditames da tróica germano-imperialista. Passa por um novo paradigma de economia, ao serviço do povo e de quem trabalha, que recupere o tecido produtivo que foi destruído à custa de uma política vende-pátrias levada a cabo por sucessivos governos do PS e do PSD, por vezes acolitados pelo CDS.

Um governo que tenha a coragem de expulsar do nosso país a tróica germano-imperialista, que tenha a coragem de colocar o sector bancário sob controlo do estado, um governo que imponha sem hesitações a recusa do pagamento da dívida e dos juros dela decorrentes, um governo que tenha o discernimento e a coragem de preparar o país para a saída do euro e da União Europeia.


2 comentários:

  1. um governo composto por islandeses , ou seja https://www.youtube.com/watch?v=7e7hZ2HxQMk

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  2. As alternativas é que não me convencem. Mas, vou partilhar.

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