Quem o povo engana só
merece ser demitido!
A cada dia que passa as diferenças de modelo de governança
entre António Costa e o a executivo camarário de Lisboa ao qual preside e o de
Passos, Portas e do seu tutor Cavaco, a nível do governo de traição nacional,
são inexistentes ou, a haver, meramente formais e nada relevantes.
A acção do executivo governamental liderado por Coelho e
Portas e tutelado por Cavaco, assenta em dois grandes eixos:
·
Um deles, impor toda a sorte de medidas
terroristas e fascistas que levem a que seja o povo a pagar uma dívida que não
contraiu e da qual em nada beneficiou, assente no roubo sistemático e agravado
do trabalho e dos salários, na liquidação do acesso livre e gratuito à saúde e
à educação, passando pelos sucessivos cortes nas reformas e pensões.
·
O outro, a sucessiva transferência de activos e
empresas públicas para as mãos de privados – sobretudo grandes grupos
financeiros e bancários -, a preço de saldo e envolvendo sempre uma estratégia
que passa pela prévia limpeza de gorduras,
isto é, despedimentos em massa.
Se esta é a linha de governança
prosseguida pelo executivo governamental, em que difere, então, a do
executivo camarário prosseguida por António Costa, putativo candidato a
candidato a primeiro ministro pelo partido da oposição firme…mas violenta protagonizada pelo PS?! Em bom rigor, nenhuma! Senão, vejamos:
·
Iniciado no seu primeiro mandato e prosseguido
no actual, o seu plano de racionalização
dos meios passa por transferir para as Juntas de Freguesia, cujo mapa foi
reduzido por proposta sua, inúmeras funções – desde a limpeza à animação, até à
gestão dos espaços verdes. Funções que
deveriam pertencer e manter-se na CML. E está a fazê-lo de um modo que está a
criar as condições que podem levar ao despedimento massivo de trabalhadores e à
ameaça da liquidação de mais postos de trabalho, tudo isto ao mesmo tempo que
impõe medidas terroristas e fascistas que promovem o roubo do salário e do
trabalho – mormente através do aumento da carga horária de trabalho, do não
pagamento de horas extraordinárias ou de reduções dramáticas do valor pago pela
sua realização.
·
Quanto a transferência e liquidação de activos
camarários, o panorama também não é muito diverso do praticado pelo governo de
Passos e Portas. Desde a liquidação da EPUL – favorecendo ainda mais a
especulação imobiliária e o patobravismo na capital -, acompanhada da expulsão
sistemática, a um ritmo que se estima de 10 mil munícipes por ano, até à venda
de terrenos do aeroporto a preços no mínimo suspeitos (por serem tão baixos), passando
pelas negociatas com o BES de Ricardo Espírito Santo, não conseguimos
vislumbrar em que é que Costa se distingue de Coelho, Portas ou Cavaco, numa
política que leva à destruição de activos e empresas públicas essenciais para dar
sustentabilidade a um plano financeiro e económico que sirva os interesses do
povo.
Dúvidas subsistissem, as propostas apresentadas e decididas
na mais recente Assembleia Municipal de Lisboa, ocorrida no passado dia 29 de
Julho, servem de forma clara e meridiana
para as dissipar. A AML viabiliza nesta Assembleia a alteração do Plano de
Pormenor da Luz-Benfica, bem como a venda de vários prédios e terrenos que
permitirão ao executivo camarário encaixar,
alegadamente, 59,7 milhões de euros,
ainda no corrente ano.
Venda que assentará em hastas públicas a realizar a partir
de Outubro próximo, algumas delas configurando puro folclore, isto é, serem
apenas para inglês ver, já que os
seus compradores estão à partida definidos, como é o caso do Hospital da Luz
que pretende desde há muito alargar as instalações actuais, o que só poderá
realizar à custa da demolição do Quartel de Bombeiros que lhe é contíguo.
Não só nada os distingue e diferencia, como muitos são os
exemplos de que existe entre ambos todo um bloco
central de cumplicidades! Veja-se o exemplo mais significativo da Colina de
Santana – já designada por Colina de Ouro -, onde, dando seguimento a planos
que começaram a ser forjados durante o último executivo de Sócrates, o governo
de Coelho e Portas acarinhou e o executivo camarário de Costa aplaudiu, a
deslocalização de todos os hospitais aí situados – S. José, Stª Marta, Capuchos,
Gama Pinto, etc. – com a falaciosa ideia de que criar o novo Hospital de Todos os Santos, seria uma
alternativa vantajosa para o povo.
Ora, não só não é uma alternativa, pois um hospital que está
projectado como sendo de média dimensão
nunca poderá satisfazer o fluxo de procura que o conjunto dos hospitais
supramencionados assegura, como se perderão, necessáriamente, algumas das
valências que estes, isoladamente, proporcionam.
Tudo isto, combinado com o facto de os sucessivos executivos
camarários (dos quais o de Costa não se distingue) ter expulso a indústria da
capital – que chegou a assegurar 50% do seu PIB –, torna Lisboa cada vez mais
apetitosa para a especulação imobiliária e o patobravismo, para além de
exponenciar o turismo de uma forma que desregula os preços e provoca uma
carestia dramática de vida para os munícipes que, apesar de todos os ataques de
que tem sido alvo, persistem em manter-se na sua cidade.
Os trabalhadores e o povo português têm sido enganados quer
pelo executivo governamental, quer pelo executivo camarário. Se os primeiros
têm privatizado activos como a EDP, os CTT e se preparam para vender a preço de
saldo, a TAP, a CGD, a ÁGUAS DE
PORTUGAL, etc, Costa não se lhes fica atrás e faz com que o património e os
equipamentos municipais sirvam para propiciar negociatas e para procurar salvar
os negócios dos seus amigos, como é o caso do BES – versão banco mau - e da empresa do Grupo que se ocupa da área da saúde.
Ambos andam a enganar e a adoptar medidas que redundam numa
enorme depreciação da qualidade de vida, de desemprego e de limitação do acesso
à saúde e à educação. Ambos devem ser imediatamente demitidos, tanto mais que
os factos acima relatados demonstram que, chegasse Costa a Primeiro-Ministro e
seria, tal como Seguro, a réplica de Coelho e Portas e, também ele, um desastre
para o país!
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