As sucessivas alusões ao milagre
económico e ao termino da condição de protectorado a que Portugal está sujeito constituem, por parte de
Coelho e Portas e do seu tutor Cavaco, uma autêntica falácia e uma desesperada
tentativa de mistificar a situação de que as medidas terroristas e fascistas
que o governo de traição nacional tem vindo a aplicar contra o povo português
não tem produzido a anunciada redução, quer do défice, quer da dívida.
É hoje uma evidência que, desde que se iniciou a execução do
plano de reajustamento que era
suposto fazer reduzir a dívida e o deficit do país, ambos os factores não tem
parado de aumentar, sendo certo que no final de 2014 a dívida será muito
superior a 140% do Produto Interno Bruto (PIB), tendo em conta que em Junho do
corrente ela já ultrapassava – em
números oficiais, que são sempre
inferiores aos reais – os 134% do dito!
Desde que em 2011 PS, PSD e CDS assinaram o Memorando de Entendimento com a
tróica que vimos a denunciar o facto de que
o pacto que ele representava iria agravar e exponenciar a condição de Portugal como protectorado ou colónia do
imperialismo germânico e que, enquanto se persistisse no objectivo de pagar uma
dívida ilegítima, ilegal e odiosa, nunca Portugal poderia ver-se livre dessa
humilhante condição para a qual aqueles traidores e vendidos atiraram o país e
o povo português.
Isto porque, como também sempre denunciámos, a dívida cujo
pagamento estão a impor, a ferro e fogo, ao povo português, para além de não
ter sido contraída por ele, nem o povo dela ter retirado qualquer benefício,
mais não é do que a consequência e o corolário de uma política que os
serventuários Sócrates, Cavaco, Coelho e Portas aceitaram e que assentou, e
continua a assentar, na aceitação da
destruição do nosso tecido produtivo, da venda a retalho de activos e empresas
públicas estratégicas e de uma cada vez maior dependência do exterior.
Dependência que se traduz no facto de termos, hoje, com o
nosso tecido produtivo destruído, que importar mais de 80% daquilo de que
necessitamos para satisfazer as necessidades básicas do povo e, simultâneamente,
gerar economia, o que levará, sem apelo nem agravo, a que o ciclo de
endividamento se reproduza ininterruptamente, de forma sempre crescente, o que,
a par do agravamento da recessão a que as medidas terroristas e fascistas que o
governo de traição nacional impôs ao povo, e dos juros faraónicos que a tróica
germano-imperialista e os grandes grupos financeiros e bancários – com os
alemães à cabeça – impõem, tornará a dívida, para além de crescente… IMPAGÁVEL!
A dívida impagável e a condição de protectorado perpétua!
Isto porque, mesmo que se acreditasse em milagres divinos e a dívida – em parte
ou na totalidade – viesse a ser paga, a condição de protectorado para a qual os
sucessivos governos PS e PSD, acolitados pelo CDS e tutelados por Cavaco,
atiraram Portugal permanecerá inalterada por virtude do tão elogiado Tratado
de Lisboa que visa criar o famigerado governo económico europeu!
Numa conjuntura em que o PS – venha ele a ser liderado por
Seguro ou por Costa - tenta cavalgar o descontentamento popular, recusando-se a
fazer um balanço crítico do governo do seu antecessor Sócrates – um governo do
piorio, somente suplantado pelo actual, em boa hora corrido pelo povo – e
querendo fazer crer que nada tem a ver com a actual situação, é bom lembrar que
quem preparou, apadrinhou e aportou novas e criativas
propostas para o Tratado de Lisboa foi precisamente Sócrates e o PS , tratado
que, tanto quanto se sabe, Seguro nunca fez menção de dizer que pretende
denunciar e, muito menos, revogar.
Convém recordar que PS, PSD e CDS, aceitaram os pressupostos
desse autêntico pacto de traição nacional, o Tratado Orçamental , um
mecanismo que obriga todos os estados membros, particularmente os que aderiram
à zona euro, a incorporar nas suas
constituições a possibilidade de ser um organismo externo ao seu país, o tal governo económico europeu, a definir a política orçamental de cada
um desses países e a tornar meros serventuários dos ditames do directório
europeu - onde a potência dominante é a Alemanha -, autênticos tiranetes e
traidores nacionais como o são Coelho, Portas, Cavaco e todos aqueles que
aceitarem o pagamento desta dívida e a submissão a uma política orçamental – e
não só – não ditada pelos interesses e necessidades do povo português, mas
antes ditada pela estratégia e pelos interesses, sobretudo de uma potência como
a alemã.
Convirá recordar, também, que para além da perda de
soberania orçamental, com a apressada
proposta levada ao Parlamento Europeu por Elisa Ferreira do PS para a votação
de um tratado sobre a união bancária europeia – de que Portugal está a servir
de cobaia com o recente desmantelamento do
Grupo GES/BES e da separação do banco mau
do banco bom, o Novo
Banco, que muita tinta ainda fará correr -, estes miseráveis traidores
aceitaram que a banca portuguesa perdesse a pouca autonomia e independência que
lhe restava e o sistema bancário português passasse a ser uma mera correia de transmissão dos interesses do
Deutsh Bank ou do BCE que por ele é dominado.
E para que a sujeição colonial ficasse completa, PS, PSD e
CDS, aceitaram, também, a imposição ao
povo português da adesão de Portugal ao euro. Com a consequente perda de
soberania cambial. A sujeição de uma economia frágil e fragilizada pela
destruição maciça do seu tecido industrial – ditado pelos sucessivos acordos
que aqueles partidos subscreveram, primeiro com a CEE e, depois, com a União
Europeia -, a uma moeda que mais não é do que o marco travestido de euro, uma
moeda forte como convém a uma potência como a Alemanha, não permite a Portugal
utilizar os mecanismos de valorização ou desvalorização da moeda conforme
melhor satisfizesse os seus interesses económicos e financeiros.
Neste contexto, a dívida é a argamassa ou o cimento que
molda a estrutura da dominação colonial, composta, por um lado, pela capacidade
que este governo económico europeu tem
em impôr a política orçamental a todos os países que subscreveram o Tratado
de Lisboa e, por outro, pelo marco travestido de euro que rouba a
autonomia da política cambial que melhor pudesse servir os interesses de cada
um desses países. Todos eles instrumentos de domínio e chantagem manipulados
por uma potência com um superavit industrial e financeiro resultante, precisamente,
da estratégia que conseguiu impôr aos outros países europeus, de destruição dos
seus tecidos produtivos – a Alemanha que consegue, sem disparar um único tiro o
que Hitler não conseguiu: dominar e subjugar a Europa e posicionar-se como
potência mundial de referência!
Daí defendermos desde sempre que não basta derrubar este
governo nem recusar o pagamento desta dívida. Há que constituir um governo de
unidade democrática e patriótica que
assegure, para além da definição e execução de um plano económico e financeiro
rigoroso, que defenda os interesses do povo português e a soberania nacional, o
romper do colete de forças que constituem os instrumentos responsáveis pela
perda de independência nacional e pelo agravamento das condições de vida do
povo, isto é, a dívida e o euro!
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