sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Défice crescente, dívida impagável!

As sucessivas alusões ao milagre económico e ao termino da condição de protectorado a que Portugal está sujeito constituem, por parte de Coelho e Portas e do seu tutor Cavaco, uma autêntica falácia e uma desesperada tentativa de mistificar a situação de que as medidas terroristas e fascistas que o governo de traição nacional tem vindo a aplicar contra o povo português não tem produzido a anunciada redução, quer do défice, quer da dívida.

É hoje uma evidência que, desde que se iniciou a execução do plano de reajustamento que era suposto fazer reduzir a dívida e o deficit do país, ambos os factores não tem parado de aumentar, sendo certo que no final de 2014 a dívida será muito superior a 140% do Produto Interno Bruto (PIB), tendo em conta que em Junho do corrente ela já ultrapassava  – em números oficiais, que são sempre inferiores aos reais – os 134% do dito!

Desde que em 2011 PS, PSD e CDS assinaram o Memorando de Entendimento com a tróica  que vimos a denunciar o facto de que o pacto que ele representava iria agravar e exponenciar a condição de  Portugal como protectorado ou colónia do imperialismo germânico e que, enquanto se persistisse no objectivo de pagar uma dívida ilegítima, ilegal e odiosa, nunca Portugal poderia ver-se livre dessa humilhante condição para a qual aqueles traidores e vendidos atiraram o país e o povo português.

Isto porque, como também sempre denunciámos, a dívida cujo pagamento estão a impor, a ferro e fogo, ao povo português, para além de não ter sido contraída por ele, nem o povo dela ter retirado qualquer benefício, mais não é do que a consequência e o corolário de uma política que os serventuários Sócrates, Cavaco, Coelho e Portas aceitaram e que assentou, e continua a assentar,  na aceitação da destruição do nosso tecido produtivo, da venda a retalho de activos e empresas públicas estratégicas e de uma cada vez maior dependência do exterior.

Dependência que se traduz no facto de termos, hoje, com o nosso tecido produtivo destruído, que importar mais de 80% daquilo de que necessitamos para satisfazer as necessidades básicas do povo e, simultâneamente, gerar economia, o que levará, sem apelo nem agravo, a que o ciclo de endividamento se reproduza ininterruptamente, de forma sempre crescente, o que, a par do agravamento da recessão a que as medidas terroristas e fascistas que o governo de traição nacional impôs ao povo, e dos juros faraónicos que a tróica germano-imperialista e os grandes grupos financeiros e bancários – com os alemães à cabeça – impõem, tornará a dívida, para além de crescente… IMPAGÁVEL!

A dívida impagável e a condição de protectorado perpétua! Isto porque, mesmo que se acreditasse em milagres divinos e a dívida – em parte ou na totalidade – viesse a ser paga, a condição de protectorado para a qual os sucessivos governos PS e PSD, acolitados pelo CDS e tutelados por Cavaco, atiraram Portugal permanecerá inalterada por virtude do tão elogiado Tratado de Lisboa que visa criar o famigerado governo económico europeu!

Numa conjuntura em que o PS – venha ele a ser liderado por Seguro ou por Costa - tenta cavalgar o descontentamento popular, recusando-se a fazer um balanço crítico do governo do seu antecessor Sócrates – um governo do piorio, somente suplantado pelo actual, em boa hora corrido pelo povo – e querendo fazer crer que nada tem a ver com a actual situação, é bom lembrar que quem preparou, apadrinhou e aportou novas e criativas propostas para o Tratado de Lisboa  foi precisamente Sócrates e o PS , tratado que, tanto quanto se sabe, Seguro nunca fez menção de dizer que pretende denunciar e, muito menos, revogar.

Convém recordar que PS, PSD e CDS, aceitaram os pressupostos desse autêntico pacto de traição nacional, o Tratado Orçamental , um mecanismo que obriga todos os estados membros, particularmente os que aderiram à zona euro, a incorporar nas suas constituições a possibilidade de ser um organismo externo ao seu país, o tal governo económico europeu, a definir a política orçamental de cada um desses países e a tornar meros serventuários dos ditames do directório europeu - onde a potência dominante é a Alemanha -, autênticos tiranetes e traidores nacionais como o são Coelho, Portas, Cavaco e todos aqueles que aceitarem o pagamento desta dívida e a submissão a uma política orçamental – e não só – não ditada pelos interesses e necessidades do povo português, mas antes ditada pela estratégia e pelos interesses, sobretudo de uma potência como a alemã.

Convirá recordar, também, que para além da perda de soberania orçamental, com a apressada proposta levada ao Parlamento Europeu por Elisa Ferreira do PS para a votação de um tratado sobre a união bancária europeia – de que Portugal está a servir de cobaia com o recente desmantelamento do Grupo GES/BES e da separação do banco mau do banco bom,  o Novo Banco, que muita tinta ainda fará correr -, estes miseráveis traidores aceitaram que a banca portuguesa perdesse a pouca autonomia e independência que lhe restava e o sistema bancário português passasse a ser uma mera correia de transmissão dos interesses do Deutsh Bank ou do BCE que por ele é dominado.

E para que a sujeição colonial ficasse completa, PS, PSD e CDS, aceitaram, também,  a imposição ao povo português da adesão de Portugal ao euro. Com a consequente perda de soberania cambial. A sujeição de uma economia frágil e fragilizada pela destruição maciça do seu tecido industrial – ditado pelos sucessivos acordos que aqueles partidos subscreveram, primeiro com a CEE e, depois, com a União Europeia -, a uma moeda que mais não é do que o marco travestido de euro, uma moeda forte como convém a uma potência como a Alemanha, não permite a Portugal utilizar os mecanismos de valorização ou desvalorização da moeda conforme melhor satisfizesse os seus interesses económicos e financeiros.

Neste contexto, a dívida é a argamassa ou o cimento que molda a estrutura da dominação colonial, composta, por um lado, pela capacidade que este governo económico europeu tem em impôr a política orçamental a todos os países que subscreveram o Tratado de Lisboa e, por outro, pelo marco travestido de euro que rouba a autonomia da política cambial que melhor pudesse servir os interesses de cada um desses países. Todos eles instrumentos de domínio e chantagem manipulados por uma potência com um superavit industrial e financeiro resultante, precisamente, da estratégia que conseguiu impôr aos outros países europeus, de destruição dos seus tecidos produtivos – a Alemanha que consegue, sem disparar um único tiro o que Hitler não conseguiu: dominar e subjugar a Europa e posicionar-se como potência mundial de referência!

Daí defendermos desde sempre que não basta derrubar este governo nem recusar o pagamento desta dívida. Há que constituir um governo de unidade  democrática e patriótica que assegure, para além da definição e execução de um plano económico e financeiro rigoroso, que defenda os interesses do povo português e a soberania nacional, o romper do colete de forças que constituem os instrumentos responsáveis pela perda de independência nacional e pelo agravamento das condições de vida do povo, isto é, a dívida e o euro!


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