terça-feira, 25 de novembro de 2014

Nem com pés de chumbo a contra-revolução se faz notar ?!

Se é certo que a contradição principal é a que opõe o proletariado à burguesia e a natureza social do trabalho à apropriação privada da riqueza por ele gerada, não menos certo é o facto de a luta de classes - que exprime a existência e desenrolar dessa luta antagónica -registar altos e baixos, fluxos e refluxos, o que faz com que ao longo do tempo várias alterações no equilíbrio de forças entre as classes e segmentos de classe em confronto vão ocorrendo.

Na Europa vivemos um momento particular desse equilíbrio de forças, sendo que ele é aparentemente favorável à burguesia. Classe que, sob o comando da chancelerina Merkel, gestora dos grandes grupos financeiros, bancários e industriais – sobretudo os alemães – procura concretizar a pretensão de Hitler em - nem que para tal se tenha  de dar origem a um conflito mundial que leve à morte mais de uma centena de milhões de elementos do povo -, assegurar o espaço vital alemão.

O mais recente episódio deste programa de domínio e subjugação da Europa aos interesses da potência imperialista que é a Alemanha, foi a exigência de Merkel em que Bruxelas, no contexto do Tratado Orçamental, tenha a possibilidade de vetar os orçamentos apresentados pelos países aderentes à zona euro. Recorde-se que sempre denunciámos que este tratado retira a soberania  aos estados membros – aos elos mais fracos da cadeia, é bom observar -, no que concerne política orçamental, fiscal e cambial.

A contra revolução entra com pés de chumbo e nem o ruído ensurdecedor que provoca parece despertar as forças que se reclamam da revolução. Existe um torpor incompreensível que parece não ter percebido que as reais intenções desse movimento da contra revolução se começou a evidenciar com o à vontade com que substituiu governos – grego, italiano, português, espanhol, etc.  – por homens de mão da estrita confiança do directório europeu, completamente dominado pelo imperialismo germânico.

Não encontrando resistência pela frente, nem por parte de um incipiente e oportunista movimento sindical, que tem paralisado e frustrado a crescente vontade de lutar de operários e trabalhadores em geral, claro está que Merkel e os sectores da burguesia que representa sentem-se completamente à vontade para vir reclamar agora a possibilidade de Bruxelas, completamente sequestrada aos seus interesses, apertar ainda mais a tarraxa sobre os países cujas burguesias venderam por 30 dinheiros a sua soberania.

Comportamentos e tiques aliás prosseguidos pelos seus serventuários do governo PSD/CDS em Portugal, de que o recente caso do microfone ocorrido na Assembleia da República entre um patético secretário de estado e o presidente da mesa de uma comissão parlamentar - daquelas que apenas servem para branquear ou escamotear os ataques que estão a ser desferidos contra o povo – é bem exemplificativo. Torna-se cada vez mais evidente que este governo, com a cumplicidade do pateta de Boliqueime, já considera o parlamento, como continua a considerar o Tribunal Constitucional, como excrescências do regime perfeitamente dispensáveis para quem sempre defendeu a suspensão da democracia!


Não fazer ouvidos de mercador a esta tão ruidosa e ruinosa estratégia da burguesia - para os povos da Europa, incluindo o português – é pugnar por uma ampla frente democrática e patriótica que, sem hesitações ou tergiversações, lute pelo derrube do governo de traição nacional Coelho/Portas, e seu tutor Cavaco, luta e acção que leve à constituição de um governo de unidade democrática e patriótica que se recuse a pagar uma dívida odiosa, ilegal e ilegítima e inscreva no seu programa a saída de Portugal do euro.

1 comentário:

  1. O texto é por mais que evidente que o poderio Germânico está com um domínio aterrador de todos os países do sul e particularmente o nosso que tem no seu governo e na presidência quem cumpre escrupulosamente o que é imposto pela Srª Merkel e os seus interesses!!!Saudações.

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