quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Os denominadores comuns da contra-revolução!



Quando analisamos os casos de justiça mais recentes, que envolvem figuras políticas e públicas relevantes do regime, existe um juiz que se constitui como denominador comum a todos eles. E é interessante constatar que quando este pretende apresentar serviço, logo emergem umas estranhas fugas de informação, que configuram quebra criminosa de segredo de justiça.

Segundo o próprio, em entrevista há uns tempos atrás concedida a um canal de televisão, o senhor Juiz Carlos Alexandre gosta muito de missa cantada. Pelos vistos, há 2 ou 3 trindades que lhe ditam o repertório!

Vem esta nota a propósito da detenção e posterior decretar de prisão preventiva do ex-primeiro ministro Sócrates quando regressava de Paris, no Aeroporto de Lisboa, dando lugar a um circo mediático que só pode ter resultado do soprar da informação pelas fontes habituais, sejam junto do Ministério Público ou da Procuradoria-Geral da República, sejam do Tribunal de Instrução Criminal.

Nunca morri de amores por Sócrates e continuo a considerar que os seus governos foram do pior e do piorio e, na verdade, constituíram a antecâmara das medidas terroristas e fascistas que o governo de traição nacional de Coelho e Portas, sempre tutelados por Cavaco, o imperador do betão, hoje aplicam contra o povo português.

Mas, ninguém aqui é ingénuo ao ponto de não constatar que "... a Polícia Judiciária, pela mão de famigerados justiceiros como Rosário Teixeira, com a cobertura de agentes do Ministério Público e de juízes como Carlos Alexandre, depois de ter abortado prematuramente a Operação Labirinto no caso dos vistos gold, permitindo que Miguel Macedo e outros altos quadros do Estado, do governo e do PSD pudessem escapar à prisão; depois de deixar à solta Ricardo Salgado, chefe do maior gang de gatunos e financiador das campanhas eleitorais de Cavaco e do PSD, e de não tocar em Paulo Portas e Durão Barroso, a mesma PJ e ministério público", são os mesmos que "... decidem precisamente prender uma importante figura do Partido Socialista, com quem os actuais dirigentes do PS mais se identificam politicamente" (in  http://pctpmrpp.org/index.php?option=com_content&view=article&id=688:sobre-a-prisao-de-socrates-contra-revolucao-em-marcha&catid=95&Itemid=435).

Apreciando-se, ou não, a orientação que a actual bastonária está a dar à Ordem dos Advogados - no fundo, a fazer o papel do truculento Marinho Pinto, mas na versão de saias - não deixa de ser importante registar uma passagem das suas declarações à entrevista aqui postada:

" Temos visto nos últimos tempos com preocupação a permanente detenção de pessoas para interrogatório. A detenção só pode ser feita de acordo com aquilo que está estipulado no Código de Processo Penal (CPP) e, portanto, havendo perigo de fuga, flagrante delito, perigo de continuação da actividade criminosa ou havendo o perigo de alguma intranquilidade na comunidade» .

Ora, é evidente que, apesar de saber que os seus alegados capangas tinham já sido detidos para interrogatório, Sócrates decidiu regressar de Paris, tendo sido detido em Lisboa, apesar de não estar evidentemente a partir/fugir, mas a chegar.  Isto é, apesar das cirúrgicas fugas de informação, até o justiceiro Rosário Teixeira e o incorrupto juiz Carlos Alexandre terão de reconhecer que não existe, sequer, alegado flagrante delito.

Até o imperador de Lisboa- contra ao qual nutro um particular ódio de estimação pela continua e continuada política de destruição da cidade e expulsão dos seus munícipes - teve a inteligência de pedir aos seus apaniguados que separassem o coração da razão para que o juiz não tivesse como argumento para o possível decretar da prisão preventiva de Sócrates alguma intranquilidade na comunidade. Sinal de que o PS, partido que agora dirige, muito presumivelmente vai encenar o síndrome da vítima perseguida para proveito político/eleitoral.


É aliás interessante verificar e curial admitir que, quer a maioria PSD/CDS, com a tutela de Cavaco, quer o próprio PS, quer a esquerda parlamentar, estão todos muitos interessados – num autêntico espírito de união nacional – em não criar essa intranquilidade na comunidade! A responsabilidade que cabe a todos os democratas é a de defender o confronto de ideias, combatendo e isolando todos aqueles que acreditam na máxima de que os fins justificam os meios, sobretudo quando todos procuram créditos eleitorais e não a justiça!

Responsabilidade democrática é escrutinar o que é, e como é executada a justiça, em Portugal. Como é, também, exigir um debate aberto e livre sobre opções estruturantes como a entrada de Portugal na CEE (hoje UE) ou a adesão ao euro ou, ainda, proporcionar uma discussão aberta e democrática sobre as implicações que tratados como o Orçamental ou a União Bancária, entre outros, estão a ter para assegurar a soberania plena de Portugal.

Para que ser democrata e patriota não seja nenhum estado de alma, nem um cliché vazio de conteúdo! Para impedir que, em nome do povo, todos os atropelos sejam prosseguidos e validados.

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