domingo, 16 de novembro de 2014

Tratado Orçamental Europeu cauciona colonização imperialista!

Entretidos e inebriados com as sucessivas propostas de debate entre PSD, CDS e o putativo candidato a 1º ministro António Costa, do PS,  no remanso dos salões e dos gabinetes, ou sob os holofotes e câmaras televisivas, discutindo o tamanho do cacete e a intensidade do golpe que todos eles, ou já desferem sobre o povo e quem trabalha, ou quer vir a fazê-lo;

 Enredados na catadupa de notícias sobre tornados, incêndios na Austrália, baleias azul a parir em pleno Pacífico, uma fratricida guerra cívil na Síria, patrocinada pelas mesmas potências imperialistas que estiveram envolvidas nas revoluções árabes que se operaram na Líbia, no Egipto ou na libertação do Mali, os trabalhadores e o povo português nem se deram conta de que, a partir de 01 de Janeiro de 2013 não foi apenas a Lei Geral do Orçamento para 2013 que encerrou o maior genocídio fiscal de que há memória no nosso país, que entrou em vigor.

De facto, a 01 de Janeiro desse ano, entrou em vigor o tratado orçamental europeu que está a permitir ao directório europeu, manipulado e ao serviço dos interesses imperialistas da fuhrer do IV Reich, Angela Merkel, deter todo o poder sobre os países que, em 2009, assinaram o Tratado de Lisboa e caucionaram a aplicação do dito Tratado, mesmo que sem para tal estivessem legitimados pelos respectivos povos para o fazer. Fugiram, aliás, da reivindicação que muitos democratas e patriotas faziam de que se realizassem referendos nacionais para que os povos se pudessem pronunciar sobre a perda de soberania que tal Tratado implicava.

Quando se afirma, portanto, que Coelho e Portas são dois miseráveis traidores e serventuários ao serviço da tróica germano-imperialista, não é de uma figura de estilo, ou literária, que se trata. É de uma realidade insofismável. A de que, quer no ido OE para 2013, quer no OE 2014 – e seus rectificativos -, quem escreveu as linhas com que eles se teceram não foi nem o Gaspar nem a sua delfim Maria Luis Albuquerque nem, muito menos, Coelho, Portas ou Cavaco!

A esses cabe, isso sim, a tarefa de serem uma espécie de relações públicas e tradutores da Comissão Europeia, dourando a pílula da exploração que implicam a contenção orçamental, a redução do deficit , o roubo dos salários e do trabalho (que colocam Portugal na condição da Malásia da Europa), a completa destruição do nosso tecido produtivo, a transferência, a preços de saldo – via privatizações – do que sobrou dos nossos activos e empresas estratégicas. Porque, de facto, tudo passou a ser decidido em Berlim, anunciado em Bruxelas, para ser executado pela equipa de serventuários Coelho/Portas – com o incondicional apoio de Cavaco – em Lisboa.

É por isso que, aliás, quando ouvimos o Costa reafirmar até à exaustão que há que haver prudência e considerar precipitado revelar o que fará, assim o povo chancele a sua eleição, quanto à dívida e ao déficite, não vislumbramos qualquer diferença de discurso e de paradigma em relação à tríade fascista composta por Cavaco, Coelho e Portas. Poupança, prudência e respeito pelos compromissos internacionais, mesmo que eles tenham promovido uma dívida ilegal, ilegítima e odiosa, mesmo que eles sufoquem a soberania nacional e matem o povo à fome, são pressupostos que todos eles defendem!

A colonização do nosso país, a sua transformação em protectorado, há muito que se vinha operando. O que o Tratado de Lisboa consumou foi, apenas e tão só, a formalização da invasão, sem que necessário fosse disparar um único tiro, da ocupação e subjugação do nosso povo a uma entidade – a União Europeia -  que serve os interesses de uma potência estrangeira, a Alemanha. Potência que, na qualidade de inimiga dos interesses do nosso povo e da nossa soberania, deve concitar a unidade do povo para que o instrumento através do qual consolida essa invasão e domínio – a tróica germano-imperialista – seja expulsa, sem delongas ou hesitações, do nosso país.

Torna-se cada vez mais claro que os grandes grupos financeiros e bancários que subscreveram e comparticipam no capital social do Banco Central Europeu levaram a cabo, através da sua fiel representante, a fuhrer Angela Merkel, uma sagaz estratégia que se começou a evidenciar, em 1993, com o Tratado de Maastricht e mais tarde, em 2009, com o Tratado de Lisboa, para o que contaram com os instrumentos que laboriosamente foram criando: UE, BCE e euro - o marco travestido -, com o objectivo de proporcionar à Alemanha um domínio absoluto sobre a economia europeia e sobre a política que mais convém a este país ser seguida nos países entretanto ocupados e subjugados para reforçar o seu papel como potência imperialista no teatro mundial. Isto é, o que Hitler, com a sua famosa tese do espaço vital não havia logrado atingir, apesar de toda a carnificina, apesar do recurso às poderosas divisões Panzer.

Através, primeiro, da destruição dos tecidos produtivos de vários países e, depois, do endividamento a que os sujeitou por terem de importar, em muitos casos (como o de Portugal), mais de 80% daquilo que necessitam para alimentar as suas populações ou gerar economia, esses grupos financeiros e bancários passaram a servir-se das dívidas soberanas para efectuarem uma autêntica pilhagem dos recursos desses países (incluindo os financeiros), à pala do pagamento de juros faraónicos, determinados pelo colete de forças imposto aos estados membros do clube do euro que os impedia de recorrer a empréstimos directos no BCE, a 0,5 ou 1% de juros, operação a que só os bancos comerciais teriam acesso, para depois  vender dinheiro ao estado, a empresas e particulares, a 5 e 6% (isto é, com 500 e 600% de margem), ao mesmo tempo que, através do euro, e do controlo monetário que, a partir de 2002 a introdução desta moeda possibilitava,  apertava a tenaz sobre os elos mais fracos da cadeia capitalista no continente europeu e consumava aquilo que nem Hitler tinha conseguido: a invasão, ocupação e subjugação pela Alemanha de parte substancial da Europa, sempre com o objectivo, no entanto, de a vir a ocupar por inteiro, vencendo algumas vozes timidamente resistentes.

O Tratado Orçamental Europeu, concebido em Bruxelas, mas ditado por Berlim, a partir de agora, e não já e apenas do ponto de vista formal, mas também do ponto de vista real, é que decidirá, também em Portugal, quais os cortes e respectivos montantes que devem haver nas prestações sociais, qual o nível de acesso à saúde e à educação a que os trabalhadores e o povo poderão ter direito, quais os montantes das subvenções para a cultura ou os montantes das pensões a atribuir a reformados e pensionistas, qual o salário mínimo, qual o esforço a que o povo tem de ser sujeito, através da carga fiscal que lhe está a ser imposta, para salvar um sistema bancário que durante anos se entreteve a distribuir fabulosos lucros entre os accionistas, em vez de capitalizar a banca privada, que taxa de aumentos serão impostas para serviços essenciais para o povo como a água, a luz, o gás, as telecomunicações, etc.

O único caminho a trilhar para reconquistar a nossa soberania, que sucessivos governos do PS e do PSD, por vezes acolitados pelo CDS, e caucionados nos últimos anos por Cavaco Silva, venderam por 30 moedas, a única saída para os trabalhadores, os jovens, os intelectuais, os pequenos e médios empresários atirados para a falência ou em vias disso, é o derrube deste governo de serventuários Coelho/Portas, do seu avalista Cavaco e a expulsão da tróica germano-imperialista.

Só este caminho poderá levar à constituição de um Governo de Unidade Democrática e Patriótica que, para além da suspensão imediata do pagamento da dívida prepare Portugal para a saída do euro, leve a cabo um programa económico, com investimentos criteriosos, ao serviço dos trabalhadores e do povo, aproveitando a nossa posição geoestratégica única e recuperando o nosso tecido produtivo. Um governo que leve a nossa economia a assentar no princípio de contar com as nossas próprias forças e de levar a que as relações de Portugal com outros países passe a basear-se no pressuposto do respeito e das vantagens mútuas e não, como acontece no presente, a ver-se obrigado a ajoelhar perante os invasores.


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