As sucessivas medidas terroristas e fascistas que este
governo de traição nacional foi impondo aos trabalhadores e ao povo português,
com o cortejo de roubos dos salários, do trabalho, das pensões e reformas, a
crescente negação do acesso à saúde e à educação, o aumento de impostos sobre o
trabalho e a carestia generalizada de vida, aumentando bens essenciais, desde a
água à luz, passando pelos transportes, a alimentação e o gás, levou-nos a
considerar que os sucessivos Orçamentos de Estado que Coelho e Portas foram
lavrando, constituíam um autêntico acto de genocídio fiscal.
É hora de os trabalhadores e o povo português, todos os
democratas e patriotas, com e sem partido, assumirem as suas responsabilidades
num genocídio que se produz há mais de 40 anos. Eles são responsáveis pela cegueira
com que, acto eleitoral após acto eleitoral, terem colocado no poder os seus próprios
algozes. É nisto que as democracias
tem dado! Candidatos a anunciarem promessas de um paraíso de leite e mel para todos para, logo a
seguir às eleições, alcandorados no poder, se utilizarem do autêntico cheque em branco que os eleitores lhes
passaram para mandar às urtigas a propalada democracia e impor a autêntica
ditadura do nós é que sabemos,
acompanhada do deixem-nos trabalhar!
Ser democrata é, cada vez mais, elevar o grau de exigência
quanto à discussão aberta e sem medo de todos os temas que respeitem ao futuro
e aos interesses do povo e de quem trabalha. É levar a cabo sem hesitação uma
denúncia activa de todos aqueles que, com base no argumento dos critérios jornalísticos, favorecem, dão
voz e tempo de antena, apenas aqueles
que já não constituem uma alternativa, apenas e tão só garantem a continuidade
de medidas gravosas para quem vive do rendimento do seu trabalho ou das
reformas e pensões a que, anos de carreira contributiva ou a solidariedade
social, lhes dão direito.
Contudo, ao analisarmos em que é que têm trabalhado
sucessivas hordas de bárbaros
governantes, concluímos que o actual genocídio fiscal que os sucessivos
orçamentos de estado, aprovados segundo os interesses e ditames da tróica
germano-imperialista – antes e depois do programa
de assistência a que PS, PSD e CDS amarraram o povo português – foi
precedido de outros episódios de genocídio e preconizam que a hecatombe não se
ficará por aqui.
Ao mesmo tempo que persistimos na denúncia do crime de lesa
pátria que constituiu a adesão de Portugal à então CEE – afirmávamos e
continuamos a fazê-lo que, garantidamente, não era Portugal que estava a entrar
na CEE, mas a CEE que entrava em Portugal, a todo o vapor e sem freio – logo os
oportunistas e traidores de todos os matizes, mormente todos os partidos do arco parlamentar de então, nos acusaram de adeptos de teorias da conspiração.
O certo é que os custos dessa adesão e a confirmação da
transformação de Portugal num mero protectorado das nações mais desenvolvidas
da Europa, com a Alemanha à cabeça, são cada vez mais evidentes:
·
Destruição generalizada e sistemática do nosso
tecido produtivo, desde a agricultura às pescas, passando pela nossa indústria
pesada e média, até à nossa marinha mercante;
·
Com o Tratado de Lisboa e a adesão de Portugal ao
euro, duas decisões políticas para as quais o povo português não foi chamado a
discutir e muito menos a decidir, agravaram-se as condições para a perda total
da soberania cambial, fiscal, orçamental e aduaneira, pois todas as decisões
nestas vertentes da soberania nacional passaram a ser efectuadas e impostas por
um directório europeu que responde aos interesses e ditames do imperialismo
germânico;
·
Importação de mais de 80% daquilo que é
necessário para alimentar o povo e gerar economia, o que torna congénito e
estrutural o défice a nossa balança de pagamentos.
·
Sujeitos a adoptar uma moeda forte como o euro –
que mais não é do que o marco travestido -, uma economia fraca e frágil como a
nossa, definha dia após dia e agrava as condições para a total perda de
soberania.
Ninguém pode vir agora afirmar que, quando colocou o seu
voto na urna ou inteligentemente se
absteve ou votou em branco ou nulo, não tinha
consciência de que estariam a obrigar o país a esta macabra dança de alterne no
poder de PS e PSD, às vezes com o CDS pela trela. NINGUÉM! E, nem a iliteracia
ou a falta de consistência cultural poderão induzir o perdão! A tese do foi sem
querer, ou sem intenção, nunca mais poderá ser invocada!
O genocídio é de tal forma massivo e extenso que, das duas
uma: ou bem que o povo e quem trabalha se une numa frente democrática e
patriótica, e ousa lutar para derrubar este governo de traição nacional e
impedir que a alternância dos últimos 40 anos – que levou ao desastre para o
qual foram atirados – se volte a repetir, ou bem que ao genocídio fiscal terá
que somar um genocídio demográfico com consequências devastadoras.
Aos dados vindos recentemente a público sobre a quebra para
cerca de metade dos índices de natalidade em Portugal, teremos de somar a
autêntica expulsão de grande parte das populações das principais cidades do
país, sendo Lisboa o exemplo mais paradigmático dessa política que levou a que
os índices demográficos da capital regredissem a 1931 – com uma perda anual de
mais de 10 mil habitantes -, a emigração que, tal como nos anos 60, apesar de a
natureza ser diferente, leva os trabalhadores, sobretudo os mais jovens e qualificados,
à procura, no estrangeiro, de uma oportunidade de trabalho e de vida digna que
lhe foi sonegada no seu próprio país.
Do ponto de vista histórico não são tão distantes como isso
os acontecimentos que levaram a que um ditador fascista como Adolfo Hitler
chegasse democraticamente ao poder. Voltaram a criar-se as condições que levaram
aquele a defender a tese do espaço vital
alemão que conduziu a um dos mais sangrentos conflitos mundiais e que a
vanguarda revolucionária soube transformar numa guerra libertadora da classe
operária e dos povos em vários países e nações do mundo.
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