sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Quebra da natalidade faz parte de um genocídio anunciado!

As sucessivas medidas terroristas e fascistas que este governo de traição nacional foi impondo aos trabalhadores e ao povo português, com o cortejo de roubos dos salários, do trabalho, das pensões e reformas, a crescente negação do acesso à saúde e à educação, o aumento de impostos sobre o trabalho e a carestia generalizada de vida, aumentando bens essenciais, desde a água à luz, passando pelos transportes, a alimentação e o gás, levou-nos a considerar que os sucessivos Orçamentos de Estado que Coelho e Portas foram lavrando, constituíam um autêntico acto de genocídio fiscal.

É hora de os trabalhadores e o povo português, todos os democratas e patriotas, com e sem partido, assumirem as suas responsabilidades num genocídio que se produz há mais de 40 anos. Eles são responsáveis pela cegueira com que, acto eleitoral após acto eleitoral, terem colocado no poder os seus próprios algozes. É nisto que as democracias tem dado! Candidatos a anunciarem promessas de um paraíso de leite e mel para todos para, logo a seguir às eleições, alcandorados no poder, se utilizarem do autêntico cheque em branco que os eleitores lhes passaram para mandar às urtigas a propalada democracia e impor a autêntica ditadura do nós é que sabemos, acompanhada do deixem-nos trabalhar!

Ser democrata é, cada vez mais, elevar o grau de exigência quanto à discussão aberta e sem medo de todos os temas que respeitem ao futuro e aos interesses do povo e de quem trabalha. É levar a cabo sem hesitação uma denúncia activa de todos aqueles que, com base no argumento dos critérios jornalísticos, favorecem, dão voz e tempo de antena, apenas aqueles que já não constituem uma alternativa, apenas e tão só garantem a continuidade de medidas gravosas para quem vive do rendimento do seu trabalho ou das reformas e pensões a que, anos de carreira contributiva ou a solidariedade social, lhes dão direito.

Contudo, ao analisarmos em que é que têm trabalhado sucessivas hordas de bárbaros governantes, concluímos que o actual genocídio fiscal que os sucessivos orçamentos de estado, aprovados segundo os interesses e ditames da tróica germano-imperialista – antes e depois do programa de assistência a que PS, PSD e CDS amarraram o povo português – foi precedido de outros episódios de genocídio e preconizam que a hecatombe não se ficará por aqui.

Ao mesmo tempo que persistimos na denúncia do crime de lesa pátria que constituiu a adesão de Portugal à então CEE – afirmávamos e continuamos a fazê-lo que, garantidamente, não era Portugal que estava a entrar na CEE, mas a CEE que entrava em Portugal, a todo o vapor e sem freio – logo os oportunistas e traidores de todos os matizes, mormente todos os partidos do arco parlamentar  de então, nos acusaram de adeptos de teorias da conspiração.

O certo é que os custos dessa adesão e a confirmação da transformação de Portugal num mero protectorado das nações mais desenvolvidas da Europa, com a Alemanha à cabeça, são cada vez mais evidentes:

·         Destruição generalizada e sistemática do nosso tecido produtivo, desde a agricultura às pescas, passando pela nossa indústria pesada e média, até à nossa marinha mercante;

·         Com o Tratado de Lisboa e a adesão de Portugal ao euro, duas decisões políticas para as quais o povo português não foi chamado a discutir e muito menos a decidir, agravaram-se as condições para a perda total da soberania cambial, fiscal, orçamental e aduaneira, pois todas as decisões nestas vertentes da soberania nacional passaram a ser efectuadas e impostas por um directório europeu que responde aos interesses e ditames do imperialismo germânico;

·         Importação de mais de 80% daquilo que é necessário para alimentar o povo e gerar economia, o que torna congénito e estrutural o défice a nossa balança de pagamentos.

·         Sujeitos a adoptar uma moeda forte como o euro – que mais não é do que o marco travestido -, uma economia fraca e frágil como a nossa, definha dia após dia e agrava as condições para a total perda de soberania.

Ninguém pode vir agora afirmar que, quando colocou o seu voto na urna ou inteligentemente se absteve ou votou em branco ou nulo,  não tinha consciência de que estariam a obrigar o país a esta macabra dança de alterne no poder de PS e PSD, às vezes com o CDS pela trela. NINGUÉM! E, nem a iliteracia ou a falta de consistência cultural poderão induzir o perdão! A tese do foi sem querer, ou sem intenção, nunca mais poderá ser invocada!

O genocídio é de tal forma massivo e extenso que, das duas uma: ou bem que o povo e quem trabalha se une numa frente democrática e patriótica, e ousa lutar para derrubar este governo de traição nacional e impedir que a alternância dos últimos 40 anos – que levou ao desastre para o qual foram atirados – se volte a repetir, ou bem que ao genocídio fiscal terá que somar um genocídio demográfico com consequências devastadoras.

Aos dados vindos recentemente a público sobre a quebra para cerca de metade dos índices de natalidade em Portugal, teremos de somar a autêntica expulsão de grande parte das populações das principais cidades do país, sendo Lisboa o exemplo mais paradigmático dessa política que levou a que os índices demográficos da capital regredissem a 1931 – com uma perda anual de mais de 10 mil habitantes -, a emigração que, tal como nos anos 60, apesar de a natureza ser diferente, leva os trabalhadores, sobretudo os mais jovens e qualificados, à procura, no estrangeiro, de uma oportunidade de trabalho e de vida digna que lhe foi sonegada no seu próprio país.


Do ponto de vista histórico não são tão distantes como isso os acontecimentos que levaram a que um ditador fascista como Adolfo Hitler chegasse democraticamente ao poder.  Voltaram a criar-se as condições que levaram aquele a defender a tese do espaço vital alemão que conduziu a um dos mais sangrentos conflitos mundiais e que a vanguarda revolucionária soube transformar numa guerra libertadora da classe operária e dos povos em vários países e nações do mundo.

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