Este governo de impostores, cada vez que um indicador – seja
ele qual for – lhes parece favorável à mistificação do seu papel de traição
nacional, a mando dos grandes grupos financeiros, bancários e industriais, com
a Alemanha à cabeça, demonstram um enorme frenesim a anunciar mais um milagre.
Desta feita, um nada consistente aumento pontual – e já
classificado por todos os especialistas como excepcional – da natalidade no nosso país, fez com que Passos
e Portas – no que foram secundados pelo seu tutor Cavaco – viessem fazer a
elegia do seu programa de genocídio fiscal, tentando fazer crer que, afinal, as
medidas terroristas e fascistas que têm vindo, sistematicamente, a impor ao
povo português não influi no desejo deste em…procriar!
Em Outubro de 2014, propus este artigo à vossa consideração
e análise. Porque estou em crer que se mantêm todos os pressupostos que nele
denunciava, resolvi republicá-lo sem qualquer trabalho de edição.
No preciso dia em que o Instituto Nacional de Estatística (INE) libertou dados sobre o agravamento da pobreza entre a população infantil, designadamente uma subida de seis pontos percentuais relativamente ao ano anterior, que confirma que os índices de pobreza entre as crianças se agravou exponencialmente nos últimos 10 anos, o PSD decidiu propor à Assembleia da República um Debate sobre Portugal amigo das crianças, das famílias e da natalidade.
Apesar de termos consciência de que tal debate serve para desviar as atenções da prossecução do genocídio fiscal em que este governo está empenhado, reflectido na Lei Geral do Orçamento de Estado para 2015, que ontem apresentou no parlamento, não poderemos deixar passar em claro o conteúdo e objectivos desta oportunista e manipulatória iniciativa.
Se é certo que os trabalhadores e o povo português são amigos das suas crianças e lutam por que lhes sejam reconhecidos os seus direitos à educação, à saúde, a uma boa e adequada alimentação, assistência social e dignidade, já quando se trata de um grupo parlamentar e de um governo que sustenta a tomar a iniciativa de um debate desta natureza, o mínimo que poderemos classificar a iniciativa é de pura hipocrisia.
Se é certo que os trabalhadores e o povo português são amigos das suas crianças e lutam por que lhes sejam reconhecidos os seus direitos à educação, à saúde, a uma boa e adequada alimentação, assistência social e dignidade, já quando se trata de um grupo parlamentar e de um governo que sustenta a tomar a iniciativa de um debate desta natureza, o mínimo que poderemos classificar a iniciativa é de pura hipocrisia.
E esta apreciação é tão mais
verdadeira quando, num debate promovido pela maioria parlamentar que sustenta o governo de traição nacional
Coelho/Portas, e aplaudida pelo PS de Costa, nenhum elemento do elenco
governamental esteve presente.
De há uns tempos a esta parte,
vários são os opinólogos – a maioria
ao serviço do governo -a destacar a preocupante
redução da natalidade, tendo
o PSD criado, inclusive uma Comissão dita independente para produzir um
relatório que nada mais faz do que escamotear claramente que essa
redução está intimamente associada à promoção institucional da emigração, aos
cortes nas prestações sociais, ao crescente nível de desemprego e precariedade
que, primeiro o deposto governo de Sócrates, e agora este governo de traição
nacional, aceitaram implementar quando assinaram o Memorando de Entendimento com os grupos financeiros e bancários,
sobretudo alemães, que beneficiam lautamente com o negócio da dívida.
Para que os incautos possam uma
vez mais ser enganados, primeiro a dita Comissão, e agora as bancadas
parlamentares de PSD e CDS, pretendem com as suas iniciativas criar as
condições para vir a propor alterações e reduções em alguns escalões do IRS,
para beneficiar, dizem de forma
descaradamente mentirosa, famílias
numerosas! Santa hipocrisia, quando foi este e o anterior governo que se
encarregaram de praticamente eliminar o chamado abono de família, agravando com essa medida as condições de vida de
uma parte considerável dos trabalhadores e do povo português.
Na altura em que a dita
Comissão libertou os supracitados dados, à cautela, quer Coelho, quer Portas, vieram declarar que as conclusões de tal
relatório eram meramente…indicativas! Agora,
coerentemente, para que não sejam associados a quaisquer eventuais conclusões a que o debate chegue
decidiram, pura e simplesmente, dissociar-se da iniciativa não pondo os pés no
parlamento, não avalizando, assim, o mesmo e as suas indicações.
Há uns tempos atrás denunciámos
que a inteligência criminosa do
actual ministro da saúde, Paulo Macedo, que começou a revelar-se aquando da sua
passagem pelo BCP/Millenium onde, como gestor, foi co-responsável pela
criminosa política de casino especulativo
em que aquela entidade bancária privada se envolveu, mormente a arriscada e
desastrosa compra de dívida pública
de outros países e a adesão a fundos de alto risco que estiveram na base do
estrondoso rebentamento da famigerada bolha
imobiliária, estava a refinar-se cada vez mais, sucedendo-se as mentiras
que, tantas vezes repetidas, começou a acreditar que seriam aceites pelo povo
como sendo verdade.
Diligentemente, seguindo os
planos – e aprofundando-os, até – iniciados no governo de Sócrates, procede ao
continuo encerramento de centros de saúde, maternidades, serviços de urgência,
etc., pretende encerrar hospitais de referência como o de Santa Cruz para
transferir activos públicos de grande especialização para o sector privado –
mormente para a Cruz Vermelha, mas também para os Grupos Melo, Champalimaud e
BES, entre outros - , aumentou para o dobro as taxas moderadoras para as
consultas médicas e para os que recorrem às urgências hospitalares e caucionou
um dramático aumento dos custos de transporte em ambulâncias.
Pois é, tal como no passado se
gabava dos fabulosos lucros que ajudou o BCP a ensacar – e que agora os
trabalhadores e o povo português estão a ser obrigados a pagar -, tal como no
passado se orgulhava de ter posto na ordem o serviço de colecta de impostos,
Paulo Macedo vem anunciar, todo ufano, uma grande redução do recurso a
consultas médicas e aos serviços de urgência hospitalar.
Isto é, aumenta-se para o dobro
o valor das taxas moderadoras, reduzem-se os actos médicos, quer os decorrentes
das consultas médicas, quer os das urgências e internamentos hospitalares (nos
quais se incluem as intervenções cirúrgicas), despedem-se centenas de
enfermeiros, auxiliares e médicos, para se chegar à conclusão de que, do ponto
de vista financeiro, o resultado líquido não só torna mais exequível o
SNS, como permite gerar poupança para
o erário público.
Estas acções, conjugadas com o
roubo generalizado dos salários e do trabalho, com os cortes em tudo o que
sejam benefícios sociais ou no acesso
à educação, habitação, transportes e saúde para o povo, para os trabalhadores e
suas famílias, estão agora a revelar as consequências que prevíramos e
denunciámos. Um impacto criminoso cujos efeitos poderemos desde já elencar:
·
maior índice de mortalidade,
·
quebra dramática da esperança
média de vida,
·
baixa abrupta do índice de
natalidade,
·
rápido e progressivo
agravamento do envelhecimento da população com as implicações que tais
fenómenos sociais terão nos fundos da segurança social e na política de
prestações sociais que são da responsabilidade do Estado.
Bem pode Passos Coelho e o seu
governo vende pátrias vir agora chorar lágrimas
de crocodilo e afirmar-se apreensivo com a dramática quebra dos índices de
natalidade que, a não ser derrubado este governo e constituído um governo de
unidade democrática e patriótica que faça Portugal sair do euro, repudie a
dívida e ponha em marcha um programa de recuperação do tecido produtivo e um
plano de investimentos criteriosos, e em algumas décadas será a própria
sustentabilidade de Portugal como nação independente que estará comprometida.
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