sábado, 25 de outubro de 2014

Os lacaios não têm hora…nem perdão!

As peregrinações que Coelho e Portas têm feito às jornadas parlamentares conjuntas de PSD e CDS – os partidos que sustentam o actual governo de traição nacional – têm servido para estes publicitarem mais milagres económicos e tentarem escamotear que a tróica, que nem sequer fisicamente abandonou o país pois continua a ter delegações em Portugal e a enviar regularmente os seus inspectores do cacimbo, não faz qualquer intenção de largar a presa, isto é, o sofrimento e a exploração em que lançou os trabalhadores e o povo português e o sequestro da soberania e da independência nacional de Portugal.

Peregrinações apimentadas com a profusa divulgação de contradições , artificialmente alimentadas,  em torno da responsabilidade de quem promoveu as medidas boas – que Portas reclama para si e para o CDS - e as medidas más, levadas a cabo por este governo, contra o povo e a soberania nacional, que toda a sorte de opinólogos e comentadores, num ridículo inuendo, atribui a Coelho e ao PSD, como se não fosse a dupla PSD/CDS a responsável pela aplicação de todas as medidas terroristas, pelo genocídio fiscal, pela destruição do que resta do tecido produtivo, ambos como lacaios ao serviço da tróica germano-imperialista, uma entidade sempre presente, mesmo que, ainda que aparentemente, ausente!

Na sua demagogia de relojoeiro atómico falhado, Portas crê que conseguirá escamotear que não é apenas, nem tão só, pelo facto de este governo de traição nacional, se ter aplicado a impor as medidas terroristas e fascistas que o directório europeu, o FMI e o BCE - todas elas entidades ao serviço do imperialismo germânico -, que estão comprometidas a liberdade e a democracia, a par do bem estar e do progresso do povo e do país.

É que, a condição para que a dívida soberana que a tróica e seus serventuários persistem em fazer o povo e quem trabalha pagar – precisamente aqueles que não a contraíram, nem dela retiraram qualquer benefício – se replique de modo perpétuo, continuado e aprofundado, persiste com a imposição da moeda única, esse marco travestido de euro, persiste com um tratado orçamental que amarra Portugal à condição de protectorado, de colónia.

De facto, a partir da assinatura do Tratado de Lisboa e, mais recentemente, da união bancária – curiosamente, ambas estruturas e medidas construídas e propostas pelo PS – Portugal deixou de ter qualquer independência ou soberania no que concerne política orçamental e fiscal, pois já havia – com a adesão ao euro – perdido a soberania cambial.

Depois de se ter assegurado que a burguesia nacional compradora, através dos partidos do bloco central – PS e PSD, que contaram sempre com a assistência e cumplicidade do CDS – se encarregaria de destruir o tecido produtivo nacional, destroçado a capacidade reivindicativa da classe operária e dos trabalhadores e vendido a preços de saldo o que restava de activos e empresas públicas estratégicas portuguesas, o imperialismo germânico e a sua tróica criaram as condições para se instalarem em definitivo numa parcela do espaço vital alemão, que é precisamente aquilo que consideram ser Portugal e outros países sob resgate.


Não há, pois, volta a dar. Para restaurar o tecido produtivo destruído, recuperar a economia, desenvolver a riqueza e o emprego, enfim, acertar o relógio pelo tempo da democracia e da liberdade, pelo tempo da soberania e da independência nacional, a classe operária e os trabalhadores portugueses, unidos a todos os democratas e patriotas, só têm uma saída: derrubar o governo dos traidores Coelho e Portas, aproveitando o balanço para atirar borda fora o seu mentor Cavaco e constituindo um governo de unidade democrática e patriótica que promova a saída de Portugal do euro e recuse o pagamento de uma dívida ilegítima, ilegal e odiosa.

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