Aproveitando as comemorações da implantação da república,
ocorridas neste 5 de Outubro, e provavelmente querendo capturar para a
designação do seu partido a liberdade conquistada pela revolução republicana de
Outubro de 1910, o menos LIVRE dos partidos existentes no panorama político
português realizou hoje o seu I Congresso.
Fruto de uma cisão da ala mais à direita do BE,
protagonizada pelo social-democrata Rui Tavares , que integrou as listas
daquele partido e foi deputado na sessão anterior ao parlamento europeu por aquele partido/movimento, o LIVRE vê a luz
do dia e os holofotes da imprensa burguesa incidirem sobre ele, fruto da
posição que os seus mentores sempre assumiram, mesmo quando integravam o
moribundo BE.
Num contexto em que o BE, tal cão guloso e insaciável, foi
expulso do canil PS porque se arrogou o direito
de ter uma palavra a dizer, não quanto ao osso que o dono lhe providenciava
para assegurar a sua cega fidelidade, mas quanto à sua dimensão e quanto ao
reforço da dose de carne e tutano que a ele devia vir agarrada.
Isto é, há que estabelecer, a todo o custo, sem reservas,
compromissos ou questões prévias, a aliança com o PS, pois sem este não
existirá governança à esquerda. Ao
contrário do seu progenitor BE, sempre muito ocupado com as causas fracturantes, o LIVRE não quer cortinas de fumo que o desviem do
objectivo principal. A saber, ser um fiel cão de trela do PS, saltar quando a
liderança de António Costa assim o determinar, fazer de morto quando ao PS
convir, rebolar quando a palhaçada servir os interesses do imperador de Lisboa,
putativo candidato a dirigir a corte
imperial a nível nacional.
E, para que dúvidas não subsistissem sobre o papel que his master lhes reserva, lá foi o Costa
botar faladura no I Congresso do aborto partidário que dá pelo nome de LIVRE
para deixar claro e demonstrar que só terão liberdade
para secundar e apoiar tudo o que o PS e a novel direcção do PS determinar. E,
para que não restassem dúvidas quanto à vassalagem a que se prestam, nem
faltaram a Ana Drago e o Paulo Fidalgo para compor o ramalhete da bajulação!
E tudo é mesmo tudo! Desde apoiarem a manutenção de Portugal
no euro, até defenderem a adesão ao Pacto Orçamental, passando pela defesa do
princípio da reestruturação da
dívida. Isto é, o PS, não se podendo mais fiar na gula por alianças do BE com um dos partidos que subscreveu e
assinou o pacto de agressão ao povo português que representou o Memorando de entendimento
com a tróica germano-imperialista, elege agora o LIVRE como seu substituto,
como seu novo cão de trela!
Um congresso onde, recuperando o estudo de Pavlov sobre reflexos condicionados, era ver os canídeos do LIVRE a babarem-se perante
o vislumbre do suculento osso
exibido! Mas, desenganem-se donos e serventes. Os democratas e patriotas, o
povo e quem trabalha, tarde ou cedo, imporá o derrube deste e de todos os
governos que persistirem no roubar do trabalho e dos salários, no roubo das
reformas e das pensões, do direito à saúde, à educação e a uma vida digna, para
imolar tais direitos tão duramente conquistados no altar da dívida e do euro,
no altar do sacrifício da liberdade e da
soberania de Portugal.
E, se esta gente nunca aprenderá que Roma não paga a traidores, os trabalhadores e o povo português, os
democratas e patriotas, rapidamente lhes darão a provar o que sempre a história
das suas lutas reservou a traidores do seu jaez, o seu isolamento e queda sem apelo nem
agravo!
o ruido dos injustos far-se-á cargo
ResponderEliminarno total, até na madeira do seu melhor perfume ao sublimar-se com eles.... acaba-se ruído, com o mergulho 'Reinicial' à àgua Gangética como o Silêncio; de Novo.em ciclo.
Camões revisitado:
Eliminar"E diz-lhe mais a mágica ciência
Que, para se evitar força tamanha,
Não valerá dos homens resistência,
Que contra o Céu não val da gente manha;
Mas também diz que a bélica excelência,
Nas armas e na paz, da gente estranha
Será tal, que será no mundo ouvido
O vencedor, por glória do vencido,"