domingo, 5 de outubro de 2014

Livre de ser… cão de trela!

Aproveitando as comemorações da implantação da república, ocorridas neste 5 de Outubro, e provavelmente querendo capturar para a designação do seu partido a liberdade conquistada pela revolução republicana de Outubro de 1910, o menos LIVRE dos partidos existentes no panorama político português realizou hoje o seu I Congresso.

Fruto de uma cisão da ala mais à direita do BE, protagonizada pelo social-democrata Rui Tavares , que integrou as listas daquele partido e foi deputado na sessão anterior ao parlamento europeu  por aquele partido/movimento, o LIVRE vê a luz do dia e os holofotes da imprensa burguesa incidirem sobre ele, fruto da posição que os seus mentores sempre assumiram, mesmo quando integravam o moribundo BE.

Num contexto em que o BE, tal cão guloso e insaciável, foi expulso do canil PS porque se arrogou o direito de ter uma palavra a dizer, não quanto ao osso que o dono lhe providenciava para assegurar a sua cega fidelidade, mas quanto à sua dimensão e quanto ao reforço da dose de carne e tutano que a ele devia vir agarrada.

Isto é, há que estabelecer, a todo o custo, sem reservas, compromissos ou questões prévias, a aliança com o PS, pois sem este não existirá governança à esquerda. Ao contrário do seu progenitor BE, sempre muito ocupado com as causas fracturantes, o LIVRE não quer cortinas de fumo que o desviem do objectivo principal. A saber, ser um fiel cão de trela do PS, saltar quando a liderança de António Costa assim o determinar, fazer de morto quando ao PS convir, rebolar quando a palhaçada servir os interesses do imperador de Lisboa, putativo candidato a dirigir a corte imperial a nível nacional.
E, para que dúvidas não subsistissem sobre o papel que his master lhes reserva, lá foi o Costa botar faladura no I Congresso do aborto partidário que dá pelo nome de LIVRE para deixar claro e demonstrar que só terão liberdade para secundar e apoiar tudo o que o PS e a novel direcção do PS determinar. E, para que não restassem dúvidas quanto à vassalagem a que se prestam, nem faltaram a Ana Drago e o Paulo Fidalgo para compor o ramalhete da bajulação!

E tudo é mesmo tudo! Desde apoiarem a manutenção de Portugal no euro, até defenderem a adesão ao Pacto Orçamental, passando pela defesa do princípio da reestruturação da dívida. Isto é, o PS, não se podendo mais fiar na gula por alianças do BE com um dos partidos que subscreveu e assinou o pacto de agressão ao povo português  que representou o Memorando de entendimento com a tróica germano-imperialista, elege agora o LIVRE como seu substituto, como seu novo cão de trela!

Um congresso onde, recuperando o estudo de Pavlov sobre reflexos condicionados, era  ver os canídeos do LIVRE a babarem-se perante o vislumbre do suculento osso exibido! Mas, desenganem-se donos e serventes. Os democratas e patriotas, o povo e quem trabalha, tarde ou cedo, imporá o derrube deste e de todos os governos que persistirem no roubar do trabalho e dos salários, no roubo das reformas e das pensões, do direito à saúde, à educação e a uma vida digna, para imolar tais direitos tão duramente conquistados no altar da dívida e do euro, no altar do sacrifício  da liberdade e da soberania de Portugal.


E, se esta gente nunca aprenderá que Roma não paga a traidores, os trabalhadores e o povo português, os democratas e patriotas, rapidamente lhes darão a provar o que sempre a história das suas lutas reservou a traidores do seu jaez, o seu isolamento e queda sem apelo nem agravo!

2 comentários:

  1. o ruido dos injustos far-se-á cargo
    no total, até na madeira do seu melhor perfume ao sublimar-se com eles.... acaba-se ruído, com o mergulho 'Reinicial' à àgua Gangética como o Silêncio; de Novo.em ciclo.


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    1. Camões revisitado:

      "E diz-lhe mais a mágica ciência
      Que, para se evitar força tamanha,
      Não valerá dos homens resistência,
      Que contra o Céu não val da gente manha;
      Mas também diz que a bélica excelência,
      Nas armas e na paz, da gente estranha
      Será tal, que será no mundo ouvido
      O vencedor, por glória do vencido,"

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