No final dos anos 60 do século passado, o conhecido escritor
francês Roger Peyrefitte, num pungente relato do pragmatismo infantil americano dava-nos conta de um episódio
ocorrido no então gigante da indústria automóvel, a General Motors.

Foi imediatamente despedido quando os directores operacionais
de várias regiões do mundo onde a marca operava demonstraram nos seus
relatórios de actividade o efeito que tal poupança
havia provocado nas vendas, isto é, uma verdadeira hecatombe comercial.
Vem isto a propósito de uma besta que dá pelo nome de Paulo
Macedo, um quadro superior do Millenium/BCP
que, depois de ter sido Director Geral dos Impostos no governo de Sócrates, foi repescado para Ministro da Saúde pelo governo de traição nacional Passos/Portas, a fim de levar a cabo a liquidação do Serviço Nacional de Saúde cujo desmantelamento se iniciara no governo PS.
Convicto adepto das encíclicas
do Manifesto de Washington e da
corrente dos Chicago Boys, Paulo
Macedo tem-se desmultiplicado, desde que assumiu o mandato de responsável pelo
ministério da saúde, em justificar que a eficiência
hospitalar e do sistema de saúde se compagina com a necessidade de poupança e austeridade, condenando profusamente o princípio de gastar acima das suas possibilidades a
que o povo português, segundo ele e os seus comparsas, se terá habituado.

E, claro está, tudo isto num quadro de retoma, de saída da crise, do milagre
económico vezes sem conta anunciado pelo governo PSD/CDS, patrocinado pelo
imbecil de Boliqueime que num tempo recorde se dispôs a promulgar a Lei do
Orçamento para 2015 que prolonga o agonizante genocídio fiscal que Coelho e
Portas impuseram ao povo e aos trabalhadores portugueses.

Neste quadro não existem inocentes! Quer PSD e CDS, quer PS,
quer o pateta alegre de Boliqueime, todos eles têm as mãos sujas de sangue! Todos
eles estão de acordo com a necessidade de desmantelar o SNS e privilegiar a
privatização da saúde. Podem divergir na intensidade, mas quanto ao golpe a
desferir sobre o povo estão todos de acordo.
Contra o projecto de saúde, como do projecto social,
político e económico que defendem e cujas nuances
apenas servem para iludir incautos, há que construir uma ampla aliança
democrática e patriótica que imponha a saída do euro e a recusa de pagamento de
uma dívida ilegítima, ilegal e odiosa, principal responsável pelo desvio de
milhares de milhões de euros de serviços tão essenciais para o povo como é o
caso da saúde.
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