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A coligação PSD/CDS vai apostar na continuidade, pretendendo demonstrar que só a prossecução da
política a que se convencionou chamar de austeridade,
mas que mais não representa do que um autêntico genocídio fiscal sobre o
povo, impondo que este pague uma dívida que não contraiu, nem dela retirou
qualquer benefício, é que poderá continuar a proporcionar os autênticos milagres económicos que só ela,
coligação, consegue vislumbrar
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O PS e António Costa, defendendo que as
autarquias como a de Lisboa – onde
reclama ter conseguido uma redução de 40% da dívida - , de Gaia e do Governo
Regional dos Açores, são bem o exemplo de que, com uma gestão adequada, se consegue a prossecução de políticas que não
contundam com os interesses do povo.

Isto para além de um sistemático plano de destruição de
postos de trabalho sob a capa da racionalização
dos recursos e da indução de uma economia
de escala que assegure criação de maior
valor, que passa pelo massivo despedimento de cantoneiros, jardineiros,
etc., e pela demissão de – ao abrigo da
própria Constituição – reclamar o seu estatuto de parte interessada – e
determinante – na política de transportes da cidade que impeça o programa de
concessão a privados do sistema de transportes da capital a privados e
consequentes despedimentos colectivos a que tal programa conduzirá.
Num contexto em que a indústria representa 13% do Produto
Interno Bruto (PIB) e a agricultura e as pescas não chegam a 3%, não basta,
como faz António Costa e o batalhão de pseudo-economistas que elaboraram o
programa e linhas mestras do PS para um futuro governo liderado por esta força
partidária, limitar a discussão ao montante e progressão da dívida pública.

É que, se não se entender que um país onde a classe operária
representava, em 1974, cerca de 40% da população activa e o campesinato pobre,
os assalariados rurais e os trabalhadores ligados às pescas e à marinha
mercante, mais de 20%, e que hoje, essas classes nucleares a qualquer economia
independente e soberana, não representam, sequer, 20% dessa população, não se
perceberá que nenhuma medida paliativa resolverá a endémica dependência do país
a economias mais fortes, desde logo, à economia alemã.
Assim como não se compreenderá porque é que o euro, uma
moeda forte, que convém a economias dominantes e superavitárias como a do
imperialismo germânico, se traduz num factor de aprofundamento da dívida e do
défice para economias fracas e abertas como a de Portugal – agora desprovidas
de um tecido produtivo autónomo e dinâmico -, num instrumento que transforma
Portugal e outros países em situação similar, em meras colónias ou
protectorados da Alemanha, através de um processo que nem Hitler vislumbrou
quando tentou dominar, com as suas divisões Panzer, a Europa e o mundo.

As verdadeiras questões que hoje devem ser colocadas pelo
povo, pela classe operária e pelos camponeses- pobres e assalariados rurais -,
pelos estudantes e intelectuais, pelos democratas e patriotas, são as
seguintes:
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É possível
implementar uma política independente e soberana sem recuperar o tecido
produtivo destruído e que afectou sectores determinantes como a indústria, as pescas e a agricultura?
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É possível, num quadro de falência, corrupção e
bancarrota de toda a banca privada e pública que a única saída que defenda os
interesses de uma economia ao serviço do povo não passe por uma intervenção
musculada do estado no sector, levando à sua nacionalização imediata?
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É possível continuar uma política que priviligie
o pagamento de uma dívida e dos seus juros, privando o povo de serviços
públicos essenciais como a educação, a saúde, os transportes, as pensões e
reformas, ao mesmo tempo que agrava as condições para o desemprego, a emigração
e a miséria?
Cada vez se compreende melhor porque é que PS, PSD e CDS
estão de acordo que devam imperar os critérios
jornalísticos quanto aos participantes nos debates eleitorais que se
avizinham. Cada vez se percebe melhor porque é que António Costa e o PS vão,
nesta matéria, ainda mais longe do que o PSD e o CDS, ao afirmar que tal
decisão deve competir às administrações e conselhos redactoriais dos diferentes
órgãos de comunicação social –
sobretudo às televisões em regime de sinal
aberto, como são os casos de RTP, SIC e TVI - , e que será um direito democrático que lhes assiste determinar
que partidos e propostas políticas devem
merecer fazer parte desses critérios!

É que ao PS, PSD e CDS não convém sair da quadratura do círculo que tem imposto há mais de 40 anos ao povo português, a esta autêntica dança e contra-dança ao ritmo da mesmíssima música, uma autêntica cacofonia que só tem ensurdecido o povo, num autêntico contratempo contra os seus interesses.
Muito bem elaborado, este será ponto de vista de muitos portugueses com e sem partido, muito embora que neste trabalho se reflita a política do PCTP/MRPP, mas é fundamental que se dê a conhecer aos trabalhadores e ao povo português por meio de debates e comícios bem convocados, denunciando aquilo que os partidos do arco do poder e o PS chamam de alternativa, mas não passa de alternância entre eles, a que chamam de democrática.
ResponderEliminarUm excelente artigo, obrigado por nos dar a conhecer muitas das coisas que a comunicação social não publica e não informa.
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