Aos trabalhadores e ao povo português pouco interessa quem é
que terá tomado a iniciativa de abrir as portas do país à tróica
germano-imperialista e criado as condições para o genocídio fiscal de que está
a ser alvo e vítima. De facto, e nesta perspectiva, é indiferente se foi o PS
ou o PSD, ou se foi o CDS o responsável porque o que é um facto é que todos
eles assinaram esse pacto com o directório dos interesses de Merkel e do
imperialismo germânico.
Assim como pouca ou nenhuma diferença fará se existirá uma
diferenciação da intensidade na aplicação das políticas de empobrecimento e
exploração a que tal pacto obriga, que cada um dos subscritores defende. É que,
no que concerne aplicação de medidas tão draconianas que, para além de roubarem
trabalho, salários, prestações sociais de vária natureza, saúde e educação, não
existe esse autêntico mito urbano da
existência de troiquistas de esquerda
e de troiquistas de direita.
Diz o povo, e com razão. Que tão ladrão é o que rouba a
vinha como aquele que lhe monta guarda.
É por isso, aliás, que PS, PSD e CDS tentam desviar as
atenções do povo e de quem trabalha para o inócuo tema de determinar a paternidade de quem chamou a tróica germano-imperialista. Com esta manobra de diversão
o que todos eles pretendem é escamotear
e fugir ao debate dos reais problemas com que o povo e quem trabalha
hoje se debatem e que são a dívida, o euro e a pertença a uma comunidade que, cada vez mais, se entende como
servindo exclusivamente os interesses imperiais da Alemanha que visa conquistar
aquilo que nem Hitler logrou conquistar: o espaço
vital alemão!
Não sendo indiferente para o povo e os trabalhadores portugueses
qual o montante do genocídio fiscal a que estão ou continuarão a ser sujeitos –
o PS propõe um saque mais moderado e a
coligação PSD/CDS (PAF) a continuação da intensidade da execução do mesmo – o que
interessa é saber o que cada um dos protagonistas pretende fazer quanto a uma
dívida IMPAGÁVEL que, só em juros, representará este ano um saque de mais de 7
mil milhões de euros – mais do que a Lei do Orçamento de Estado previu para o
sector da saúde em 2015 – e que, progressivamente, atingirá em 2020 os 17 mil
milhões de euros.
Acontece que PS, PSD e CDS fogem como o diabo da cruz em
discutir o facto de que, sendo sempre os trabalhadores e o povo a pagar, através
da carga fiscal que lhes é imposta, uma dívida que não contraíram e da qual
nada beneficiaram, uma dívida que lhes foi imposta pelo directório europeu,
dominado pelos interesses dos grandes grupos financeiros, bancários e
industriais da Alemanha para salvar a banca, transformando as suas dívidas em
dívida pública, o seu pagamento terá uma relação directa com a liquidação do
Sistema Nacional de Saúde, do acesso à educação, das prestações sociais a que
tem direito e para cujo sistema toda uma carreira contributiva teve lugar.
Quando, de forma populista e manipulatória, tentam desviar a
atenção do povo para questões acessórias como a de saber quem é o pai da vinda
da tróica germano-imperialista para Portugal, quando tentam escamotear que essa
tróica nunca de cá saiu, nem tem intenções de sair enquanto não for escorraçada
pelo povo, escamoteiam sobretudo o facto de que a pertença ao euro e à União
Europeia redundou na perda da soberania política, financeira, económica,
fiscal, orçamental.
Escamoteiam o facto de ser insaciável a pretensão de Merkel
e da potência imperialista germânica que comanda, em transformar Portugal - e
outros países europeus – numa sua colónia ou protectorado, como bem o prova o
facto de quererem agora, e depois de terem imposto a venda dos principais
activos estratégicos do país – a preços de saldo -, assenhorar-se da plataforma
marítima de Portugal (a sua Zona Exclusiva), sob o patético argumento de uma mar europeu, gerido para o bem comum – leia-se, os interesses da
Alemanha – a que chamaram MAR AZUL.
Os patriotas, os democratas, os trabalhadores e o povo em
geral, não se devem deixar enredar nestas manobras e devem impor que se
recentre o debate naquilo que é essencial para a defesa dos seus interesses e
da soberania de Portugal. Isto é, a recusa do pagamento da dívida, a saída do
euro e a sua substituição por uma moeda nacional – o novo escudo – e a saída da
União Europeia. Único caminho para assegurar um plano estratégico que leve à
recuperação do tecido produtivo destruído e à recuperação da soberania e
independência nacionais.
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