Vinte anos! Foi precisamente, mais dia menos dia, o tempo que o
sistema ruminou os processos em que a
Maria de Lurdes Lopes Rodrigues é tida como arguida ou como autora.
Interessante para o estudo de um sistema caduco, podre e corrupto,
que herdou do regime fascista/salazarista o essencial do aparelho corporativo e
das práticas judiciais, justicialistas
e imperativas – e dos famigerados tribunais plenários nos quais se entrava e
saía culpado sem que houvesse direito ao contraditório e à defesa – é o facto
de, nos processos em que ela era autora, o sistema ter demorado mais de 20 anos para
tomar uma decisão.
Isto é, uma não decisão !
Já que, apesar de condenados – Ministério da Cultura e ministro António Maria
Carrilho -, dado o tempo que demorou o processo, quando tal aconteceu já não
havia a possibilidade de, materialmente, ressarcir a Maria de Lurdes dos
prejuízos que lhe haviam causado.
Já nos processos em que foi considerada ré por crimes de difamação e
injúria contra juízes, magistrados e forças da autoridade, o sistema mostrou-se de uma agilidade impressionante e
meteórica! E condenou-a a 3 anos de prisão efectiva!
Tudo porque a Maria de Lurdes – sempre em sede do processo e nos
tribunais – chamou os bois pelos nomes,
associando corrupção a medidas de que foi alvo como o arquivamento de queixas
contra magistrados do ministério público, contra advogados oficiosos que havia
dispensado, mas que continuavam, nos autos, a dizer representá-la, a entidades
camarárias como a CML que se aproveitaram das fragilidades a que estava sujeita
para a despejarem da casa camarária que habitava na zona da Mouraria, em Lisboa
e de, não satisfeitos com esta arrogante invasão, a despojaram – há quem
classifique actos desta natureza ou muito menos gravosos de roubo – de todos os
seus bens materiais e artísticos.
Como violência gera violência, não foi com surpresa que os membros
deste Grupo e os seus administradores, receberam a notícia de que a Maria de
Lurdes havia sido transferida, como castigo, para a chamada ala das condenadas onde, no passado dia 12 de Março, pelas
18h30, acabou por ser barbara e cobardemente agredida.
A Maria de Lurdes, consciente da injustiça a que a sujeitaram, não
se cala e resiste. Esta sua resistência está intimamente ligada à agressão de
que agora foi alvo. Dado o crescendo a que temos assistido de tentativas de a
calar e fazer quebrar, existe a forte possibilidade de ocorrer uma tragédia.
Ela está anunciada desde há muito e, quando ocorrer – e o que temos
de mais certo é que vá acontecer – haverá muitos responsáveis: desde logo, os
juízes que a acusaram e os juízes que a condenaram mas, também, o Ministério da
Justiça e a Direcção-Geral das Prisões, o Presidente da República que lavou as
mãos como Pilatos face ao pedido de indulto que lhe foi dirigido pela Maria de
Lurdes, TODOS os Grupos Parlamentares que, apesar de terem sido contactados
para o efeito, lançaram uma autêntica cortina de silêncio sobre a proposta constante
da Petição que este Grupo e os seus administradores animam.
E, em boa verdade, TODOS nós! Aqueles que com a sua indiferença
compactuam com um sistema que assenta em leis obsoletas que impõe penas de
prisão para crimes de injúria e difamação, muitas das vezes para escamotear o
facto de utilizarem este instrumento legislativo para calar vozes dissonantes e
incómodas!
Lê, assina e divulga a Petição:
http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT84903
Artigo retirado de:
https://www.facebook.com/groups/1785149368363752/
Artigo retirado de:
https://www.facebook.com/groups/1785149368363752/
Existem mais informações: não lhe foi concedida a saída administrativa , para levantar o seus bens e alguns deles da sua arte, teve que ser um amigo nosso a se responsabilizar pelo seu levantamento... Teremos mais informações, mais logo...
ResponderEliminarEm Julho de 1974 fui preso no quartel dos fuzileiros em Coina, por denunciar a corrupção ali existente.Quando cumpria os 20 dias de prisão disciplinar agravada na prisão principal no Alfeite, dois reclusos fugiram da prisão, (a tentativa é um direito de qualquer preso), um foi preso dois dias depois, os guardas prisionais enfiaram todos os presos na cela comum, de seguida meteram lá dentro o recluso apanhado, logo os meus companheiros de prisão lhe fecharam o cerco e arrearam até que eu me interpus, correndo os riscos que é bom de ver, mas apesar das ameaças ninguém me quis arrear, o homem ficou que nem um cristo, a morte poderia ter sido a consequência lógica, o que não aconteceu.Mais tarde o director da prisão ao ver-me sujo de sangue perguntou-me se também tinha "molhado a sopa", ao que respondi:não! evitei foi que você cometesse um crime.Nada se passa dentro de uma prisão que não seja do conhecimento e organização dos guardas prisionais à pala da bufaria que compra com pequenos privilégios, e dos responsáveis da direcção prisional que procedem de acordo com as determinações do governo.A Maria de Lurdes Rodrigues para alem da injustiça da sua reclusão ,está em perigo de vida. E deve ser tornado publico que qualquer mal que lhe aconteça terá a devida resposta.
ResponderEliminarInformação Importante, dada a uma visita de hoje...
ResponderEliminarDisse hoje, 27 de Setembro de 2017, Maria de Lurdes Lopes Rodrigues presa na prisão de Tires, sobre a recusa da saída "precária" legalmente prevista, a partir de 30 de Junho, cumprida que foi 1/4 da pena a que está condenada:
"Quem esteve à frente das agressões que sofri em 6 de Março, está condenada a mais de 8 anos por falsificação de documentos com empréstimos bancários. Foi dada à minha agressora a "saída jurisdicional autorizada" (a chamada precária), enquanto a mim foi-me negada a "precária" por "NÃO CUMPRIR AS REGRAS DA CADEIA" o que é falso...pelo parecer da Directora Fátima Corte, Comissário Rodrigues, e Georgina a chamada educadora..."