É recorrente a afirmação de que Salazar, e depois Marcelo –
o Caetano, mas também podia ter sido o Rebelo -, empurraram Portugal para uma
condição de orgulhosamente sós!
E a ladainha é repetida até a exaustão para classificar aqueles que, nos dias que correm, afirmam que a única solução que interessa à classe operária e ao povo português passa pelo não pagamento de uma dívida que não contraíram, nem dela retiraram qualquer benefício, fazer Portugal sair do euro e adoptar o novo escudo e desvincular-se da União Europeia.
O regime de democracia burguesa instaurado após o 25 de
Abril conheceu sucessivos governos com todas as aritméticas e geometrias
políticas que se possa imaginar, todas elas saídas do circo parlamentar burguês que, é certo, trouxeram companhia para
um Portugal que até então, e pelos vistos, tinha estado tão só e fechado sobre si
próprio.
Mas, não se pense que foram boas as companhias que estes
patifes trouxeram para o país. Não! Foram os modernos corsários que destruíram
o nosso tecido produtivo, pilham os nossos recursos – incluindo os da pesca -,
impõem-nos uma dívida que foi fruto do casino especulativo em que mergulharam o
mundo que teve consequências ainda mais dramáticas para países com debilidades
económicas, culturais e políticas como o nosso.
Por isso, quando Marcelo – o Rebelo, mas podia ter sido o
Caetano – vem hoje afirmar uma redundância, isto é, que sair do euro
representaria, para Portugal, sair da União Europeia, temos de concluir que, entre
estar sós ou acompanhados por estes novos títeres que nos sub-colonizam, à pala
de uma dívida que, propositadamente, mantêm IMPAGÁVEL, dívida que, asseguram,
se deve ao facto de o povo português ter estado a gastar acima das suas possibilidades – quando os Salvados, os BES, os BPN,
os BANIF, os BPP, as PPP’s, e muitos outros a quem a banca foi dando dinheiro a título de empréstimos sem retorno (ou seja, a serem pagos pelo povo), nos dão uma perspectiva completamente
diferente-, fosse eu adepto de uma
visão religiosa das consequências que a história produz, diria... venha o diabo e escolha!
Não posso estar mais de acordo... obrigado uma vez mais pelo excelente texto... Força!
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