sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Alargou-se o circulo de amigos da tróica!

Durante a vigência do governo de coligação entre a direita e a extrema direita, isto é, do PSD com o CDS/PP, do compadrio entre Passos e Portas, denunciei nestas páginas a estapafúrdia idéia da existência de uma linha de troiquistas de direita por oposição a uma linha de troiquistas de esquerda, na altura, e pelos vistos, protagonizada pelo PS.

Com o apoio das muletas do PCP, do BE e dos Verdes, o PS, apesar de não ter ganho as últimas eleições legislativas, mercê de um quadro parlamentar favorável ao surgimento de uma maioria de esquerda,  lá constituiu governo e fez aprovar, até à data, 3 Leis Gerais do Orçamento, com o alto patrocínio daqueles que num passado recente verberavam as políticas de direita recorrentemente prosseguidas pelo Partido dito Socialista.

O especialista em intrigas palacianas e inuendos políticos que dá pelo nome de António Costa, aplica agora no governo aquilo que foi ensaiando durante o seu reinado na capital do reino que é Lisboa. Isto é, o princípio de que tudo se promete e...nada se cumpre!

Vai daí, os labregos do PCP e do BE – aos quais se juntaram os tótós dos Verdes – cumprem o seu papel de fazer o povo acreditar que as Leis do Orçamento que vão sendo aprovadas na vigência do governo PS de António Costa, correspondem a um enorme esforço de convergência da esquerda parlamentar e uma retumbante vitória da visão de esquerda que sempre propuseram!!!

E, vai daí, verberam qualquer arremedo de luta – por mais inconsequente que seja a sua direcção – levada a cabo pelos trabalhadores, escamoteando o facto de que as condições que levam estes trabalhadores  agora a decidir-se pela luta, serem as mesmas que os levaram a fazer greves – incluindo 2 Greves Nacionais – durante a vigência do governo de Passos e Portas, tutelado por Cavaco, o palermóide de Boliqueime!

Compagnons de Route das grandiosas manifestações de 12 de Setembro e de 15 de Outubro, PCP, BE e Verdes que, na altura fingiam indignar-se contra a dívida e os efeitos dramáticos que a opção de pagamento da mesma – conjuntamente com o serviço da dívida (juros) -, configurada pelo Memorando de Entendimento assinado por PS, PSD e CDS/PP, impunham ao povo português, com esta sua aliança política com o PS deixaram cair definitivamente a máscara, tal como já o tinha feito António Costa e o seu PS.
 
Já o disse por mais de uma ocasião que de boas intenções está o inferno cheio! É que, não basta dizer que se está contra a política de cacete fiscal aplicado por Passos e Portas. É que, a política de dar folga à pancada a aplicar sobre os trabalhadores e o povo português em nada alterou, quer formal, quer substancialmente, o quadro que nos era oferecido pelo anterior governo de coligação entre a direita e a extrema direita.

Os trabalhadores portugueses continuam a ser obrigados a pagar uma dívida que não contraíram e da qual não retiraram qualquer benefício. Assim como continuam confrontados com o sequestro da independência do país, virtude dos tratados orçamental, bancário e fiscal, entre outros, que este e o anterior governo diligentemente assinaram, a mando da tróica germano imperialistas e que colocaram um autêntico garrote sobre a economia portuguesa e a possibilidade de ela prosseguir um modelo independente,  soberano, democrático e patriótico!

Os sucessivos orçamentos aprovados por essa maioria de esquerda têem tido o condão de dar com uma mão o que roubam com a outra! E, agora, utilizando a engenhariafinanceira desse Fitipaldi das Finanças, que dá pelo nome de Centeno, um personagem sinistro que caiu nas boas graças do imperialismo germânico, a ponto de este sugerir o seu nome para o cargo de presidente do Eurogrupo!

Os oportunistas do PCP, BE e Verdes, escamoteiam que os sucessivos orçamentos estão armadilhados por uma rede de cativações que descarecterizam por completo os mesmos – que já de si eram e são contra os interesses da classe operária, dos trabalhadores e do povo português -, fazendo com que o Ministro das Finanças possa determinar, durante a vigência dos ditos, que verbas – e em que ministérios – podem ser consolidadas ou, senão... cativadas!!!

Isto é, para a opinião pública e publicada os orçamentos apresentam investimentos nos sectores da educação, da saúde, dos transportes, etc., que presumem a retoma dos valores investidos no passado, antes da crise do subprime e das dívidas soberanas. Mas, as cativações, na prática, reduzem essas verbas à mesma expresssão das que foram alocadas por Passos e Portas, em boa hora corridos do governo.

É esta escumalha que se afirma de esquerda que, ao mínimo sinal de resistência e de luta por parte da classe operária, dos trabalhadores e do povo português- como ficou demonstrado na luta dos enfermeiros e, mais recentemente, dos professores – se indigna e classifica essas lutas como favorecendo,  objectivamente, os interesses da direita e da burguesia!!!


O lobo pode até perder os dentes, mas não perde os intentos. António Costa, tal como havia conseguido enquanto foi presidente da Câmara Municipal de Lisboa, consegue congregar em torno da sua estratégia oportunista, das suas mentiras e inuendos, agora como 1º ministro de um governo de maioria de esquerda, toda esta escumalha oportunista, que se arroga ser de esquerda!

É tempo de a esquerda, aquela que defende a saída de Portugal do euro e da União Europeia, aquela que rejeita o pagamento de uma dívida que não foi contraída pelo povo, nem o povo dela retirou qualquer benefício, a esquerda que pretende rasgar com todos os tratados que capturaram a independência e soberania do país e do povo;

A  esquerda que exige a retirada das tropas portuguesas de todos os teatros de guerra em que os imperialistas têm envolvido Portugal, a esquerda que exige a retirada de Portugal dessa aliança de agressão imperialista que dá pelo nome de NATO, saber congregar todas as forças democráticas e patrióticas para derrubarem este governo e imporem um executivo que aplique aquelas orientações e princípios que merecem o apoio e adesão da esmagadora maioria dos trabalhadores e do povo português.


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