quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Não assista a American Sniper, assista em vez disso a Juba Baghdad Sniper! (vídeo 23'50)

 


 20 de Novembro de 2024  do 

https://mai68.org/spip3/spip.php?article1991

A France 3 está a fazer propaganda a favor do imperialismo americano no Iraque, no dia 18 de Novembro de 2024, pouco depois das 21 horas. O canal está a passar o filme Sniper Americano, e é por isso que sugiro que vejam :

Juba Baghdad Sniper explica a derrota americana no Iraque (vídeo 23'50)

 


Bagdad Juba Sniper - Outubro de 2006

Clique neste link para ver o vídeo: https://mai68.org/spip3/IMG/mp4/Iraq_Bagdad_Sniper_Juba_Killing_Us_Troops_4-3.mp4 

É certamente uma pena precisar de um deus, neste caso Alá, para justificar a defesa do seu país contra o invasor; Mas, ei, nós fazemos o que podemos.

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SEGURANÇA SOCIAL – Para enriquecer ainda mais os ricos, o governo quer fazer morrer os velhos! Vídeo 2'23

https://mai68.org/spip3/spip.php?article1990

 

Os velhos morrerão jovens

Gravado na France 2 em 18 de Novembro de 2024

Clique neste link para ver o vídeo:  https://mai68.org/spip3/IMG/mp4/Secu_attaquee_A2_18nov2024_20h.mp4

Os idosos que não têm dinheiro não terão condições de pagar os medicamentos de que necessitam. Então eles vão morrer. São menos pensões para pagar. O objectivo a longo prazo é privatizar o sistema de segurança social. Só os ricos poderão tratar-se a si próprios. como nos EUA.

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Conflito na Ucrânia: Biden autoriza Kiev a atacar a Rússia com mísseis de longo alcance

https://mai68.org/spip3/spip.php?article1978

 


G20 Rio: Joe Biden brinca com o fogo na Ucrânia
Uma escalada de guerra contra a Rússia?

Fréquence Populaire Média – 17 de Novembro de 2024

Clique neste link para ver o vídeo: https://mai68.org/spip3/IMG/webm/Biden_escalade-contre-Russie_17nov2024.webm

Sputnik, 17 de Novembro de 2024, 22:24: Decisão de Biden de permitir que Kiev ataque a Rússia é "manifestamente irresponsável"

Em entrevista à Sputnik, o sociólogo argentino Jorge Elbaum argumentou que a decisão visava forçar o novo governo de Donald Trump a continuar o conflito na Ucrânia.

"As acções de Biden mostram confiança na inevitável derrota da Ucrânia e dos países da NATO às mãos da Rússia, e ele quer, nos meses que faltam para a tomada de posse de Donald Trump, garantir que a Rússia responda de alguma forma a esta provocação, o que aumentaria o risco de escalada, até uma guerra nuclear, cujas principais vítimas seriam, sem dúvida, as capitais dos países da NATO", observou o especialista.

Observação: Outro vídeo com o louco Boris Johnson a comentar o evento também está disponível na box abaixo do artigo.

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Tudo de bom para vós,
do
http://mai68.org/spip3

 

Fonte: Ne regardez pas American Sniper, Regardez plutôt Juba Bagdad Sniper ! (vidéo 23’50) – les 7 du quebec

Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice




A eleição de Trump como chefe do Estado hegemónico americano baralha as cartas do conflito mundial


20 de Novembro de 2024  Robert Bibeau 


Por 
Normand Bibeau e Robert Bibeau.

Trump, o agente laranja irritado com o desastre na Ucrânia

Trump e a sua camarilha de capitalistas acreditam que a história política começa com eles e que o seu desejo de domínio se tornará uma realidade no momento em que puserem o punho na mesa e brandirem ameaças contra todos os que lhes resistirem.

Os capitalistas russos estão bem cientes do rugido de tigre de papel dos americanos e europeus, particularmente desde o desastre do proxy ucraniano.


Desde 24 de Fevereiro de 2022, estes belicistas e os seus meios de comunicação social têm gritado até ficarem roucos com uma retórica demagógica.  Desde o início das hostilidades, proclamaram que o exército de ukronazis, equipado, dirigido, treinado e financiado pelas potências imperialistas ocidentais, iria fazer picadinho do incompetente Exército Vermelho, mal supervisionado, mal treinado e equipado com material da Segunda Guerra Mundial...

Segundo os relatos dos grandes meios de comunicação ocidentais, os russos, depois de tentarem invadir a Ucrânia, tiveram de fugir em debandada, deixando 20.000 soldados nas margens do rio Dnieper, em suma, um massacre de “alta intensidade” e um prelúdio para o extermínio do exército russo, a sua expulsão da Ucrânia e da Crimeia, o derrube do governo de Putin, a sua comparência perante o Tribunal Penal Internacional e a sua execução por enforcamento, como Saddam Hussein, e o desmembramento total da Rússia e a pilhagem desta nova colónia pelo chamado “Ocidente colectivo” - em suma, um cenário digno de Hollywood.  No entanto, os factos são teimosos e a realidade revelou uma história completamente diferente... a que os estrategas do Pentágono tinham realmente previsto.

Na Ucrânia, por exemplo, era preciso que fossem “peritos” militares idiotas, ou melhor, mentirosos de mão cheia e pagos para se atreverem a afirmar que, com uma força expedicionária de 162.000 soldados de um exército de “armas quebradas”, a Rússia podia pretender conquistar um território de 576.450 km2, ou seja, 35 soldados russos por km2, face a um exército ucraniano de 350.000 soldados, ou seja, 1.647 soldados ucranianos por km2 e uma população de 37 milhões de habitantes, ou seja, 64,2 habitantes por km2 para controlar. A acreditar nestes “peritos” patenteados, o Estado-Maior russo teria ficado completamente louco.


A narrativa hollywoodesca tinha dois objectivos complementares

Nenhum geopolítico ocidental ou oriental acreditou por um momento neste cenário de desastre hollywoodesco à la "Saddam Hussein". A imensa Rússia não é comparável ao Iraque; O exército de infantaria de Saddam não é comparável ao formidável Exército Vermelho, aos seus milhões de soldados e às suas 2000 ogivas nucleares com múltiplas ogivas, à sua frota de submarinos nucleares e aos seus milhares de sistemas de lançamento hipersónicos. O objectivo da narrativa hollywoodesca era duplo: por um lado, acalmar os receios das populações ocidentais face a esta guerra imprudente contra o urso russo e o seu aliado dragão chinês. Por outro lado, após a inevitável derrota do exército ucraniano e o colapso do governo fantoche ucraniano, promover uma campanha de militarização das economias – países supostamente sub-armados e sub-financiados da NATO – (a famosa "Regra" de 2% do orçamento nacional com um défice pesado deve ser dedicada ao exército e à guerra). É assim que estamos hoje.

Dois anos de manobras diplomáticas e mentiras do Estado

Após a operação expedicionária russa em Kiev e o Acordo de Istambul de Março de 2022, a Força Expedicionária Russa retirou-se de Kiev como sinal de boa fé. Os ucranianos, sob o ditado da U$A/U€/NATO pela boca de Bojo Johnson, renegaram as suas assinaturas e contra-atacaram a força expedicionária russa, que recuou em boa ordem para além do Dnieper, no Donbass.

Depois foi Mariupol e a conquista do Mar de Azov; a central nuclear de Zaporihzhia; Soledar e Avdiivka; a falência do "contra-ataque ukronazi do Verão de 2023"; Ugledar, em breve Prokrovsk e todo o oblast de Donetsk. Porque é que os separatistas ucranianos e seus aliados russos parariam quando estão a aproximar-se dos seus objectivos: desnazificar a Ucrânia matando, mutilando, ferindo, levando ao exílio as forças vivas ucranianas e arruinando a sua economia, transformando-a numa mina de ouro subsidiada para a máfia militar ocidental e numa base de ataque para forjar LEBENSRAUM 2.0? que se tornou uma enorme hipoteca para o "Ocidente colectivo" para os próximos 20 anos...

Os oligarcas russos e seus aliados conhecem a natureza traiçoeira e vil do "mundo governado por regras" das potências imperiais ocidentais:

Θ-Traição dos acordos tácitos de não alargar a NATO para Leste aquando da dissolução da URSS e do Pacto de Varsóvia (1991);
Golpe de Estado "colorido" nas zonas de influência do poder imperialista russo;
Golpe de Estado na Euromaidan em 2014 e limpeza étnica de falantes de russo da Ucrânia e guerra civil;
Θ-violação dos acordos de 
Minsk 1 e 2, depois da Resolução 2202 (1985) do Conselho de Segurança das Nações Unidas pela admissão de Merkel e Hollande;
Θ-guerra civil desde 2015, armamento, treino, financiamento dos ukronazis;
Θ – o decreto de Zelensky visando a invasão do Donbass em Julho de 2022;
Θ-roubo de 300 mil milhões de dólares aos capitalistas russos;
Θ-19.000, depois 22.000 sanções das potências imperialistas ocidentais contra os capitalistas russos;
Θ – ataque ao gasoduto 
Nordstream, propriedade de um oligopólio russo e de um consórcio alemão;
Tentativas de golpe de Estado na Rússia;
Atentados terroristas na Rússia e em todo o mundo contra os interesses dos oligarcas russos.

Em suma, os Estados Unidos, a União Europeia, a NATO e os ucranianos tentaram de tudo e acabaram por não conseguir derrotar os separatistas ucranianos e os seus aliados russos. O que mais o "Agente Laranja" Trump, a sua camarilha genocida e as potências imperialistas vassalas da Europa, Canadá, Japão e Austrália poderiam fazer para derrotar o poder imperialista russo e o seu aliado chinês?

Onde encontrarão as armas e munições para alimentar o exército ukronazi enquanto estão empenhados na frente do Médio Oriente e no apoio aos sionistas israelitas?


A guerra na Ucrânia está a empurrar o poder imperialista russo para os braços da Aliança Oriental e do poder imperial chinês

O poder imperial russo voltou-se resolutamente para a sua metade asiática (Sibéria) e ligou-se a:

Θ-Coreia do Norte, um aliado inabalável, em busca de um "amigo";
A China, um "amigo sem limites", muito pouco fiável, mas com imensas necessidades de matérias-primas e energia, que a Rússia tem, enquanto a China tem tecnologia e bens de consumo;
Θ-Índia, outro igualmente pouco fiável "amigo sem limites", mas igualmente faminto por matérias-primas e energia;
A Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, cujo Ocidente diz querer libertar-se do seu único recurso: o petróleo;
Θ –
 Irão, Cuba, Venezuela, Iémen, enfim, todos os "mal-amados" e "banidos" do clube privado ocidental.

A Rússia continuará a sua política de desnazificação por desgaste e destruição da Ucrânia, tal como Estaline, em 1940, expurgou a Polónia e transferiu a sua indústria pesada para a Ásia, para além dos Urais, em preparação para a inevitável invasão nazi de LEBENSRAUM.

Por enquanto, o governo russo vai empurrar a sua ofensiva para o rio Dnieper, como explicaram corretamente os especialistas militares Alexandre Roberts e Hervé Caresse https://queonossosilencionaomateinocentes.blogspot.com/2024/11/especulacao-sobre-guerra-na-ucrania-sob.html  e https://les7duquebec.net/archives/295880 a fim de oferecer aos falantes de russo da Ucrânia aliados naturais inabaláveis e da Federação Russa, uma fronteira natural defensável contra qualquer invasão terrestre, deixando aos invasores ocidentais apenas a rota aérea onde a defesa aérea russa, reputada entre as melhores, pode aniquilá-los sob o seu "Domo de Ferro", aquele com o maior número de ogivas e mísseis hipersónicos. Deve ser lembrado que a Rússia se militarizou antes das outras potências imperiais.


É improvável que uma força expedicionária da ONU se instale na fronteira russa

O agente laranja será capaz de pisar os pés, gritar, babar, sacudir o punho, ameaçar, não fará ceder os separatistas ucranianos e o poder imperial russo que travam uma guerra pela sua sobrevivência étnica e nacional, sabendo melhor do que ninguém que Trump e toda a sua camarilha de poderes imperiais vassalos não passam de renegados, traiçoeiros, mentirosos, sem fé ou lei, e que nunca cumprirão a sua palavra e que deixar uma frente congelada e uma "falsa força de manutenção da paz" seria apenas uma fraude para se preparar para o próximo assalto.

Nós, proletários, não nos deixamos enganar pela manobra dos poderes imperiais de todos os matizes para sair do impasse económico e militar que os está a asfixiar. A sua guerra pela redistribuição da riqueza não será travada – estamos a travar a guerra de classes contra todos os capitalistas.

 

Proletários do mundo inteiro, uni-vos!

 

Fonte: L’élection de Trump à la gouverne de l’État hégémonique américain brasse les cartes du conflit mondial – les 7 du quebec

Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice




Apertem os vossos cintos de segurança: aconteça o que acontecer, o terramoto Trump será certamente uma jornada acidentada. (Pepe Escobar)

 


 20 de Novembro de 2024  Robert Bibeau 


Por Robert Bibeau.

O geo-estratega Pepe Escobar oferece-nos aqui uma sólida reflexão mundialista sobre o regresso ao palco do mata-mouros trumpista. Para a ocasião, Escobar apresenta uma visão geral dos principais

conceitos que impulsionam a esquerda e a direita política ocidental, tais como: "O Estado profundo", o "Sul Global", "A ordem mundial baseada em regras"... os "BRICS+", "A indivisibilidade da segurança mundializada" e a "guerra híbrida". O gráfico aqui à direita responde à pergunta ingénua do autor: "Com fraude, Kamala ganha. Sem fraude, Trump ganha? … Na verdade, a fórmula seria mais: "Com fraude padrão, os republicanos ganham o Colégio Eleitoral", como mostra este gráfico das últimas quatro eleições presidenciais americanas. 



Por Pepe Escobar.

Contacte-nos: info@strategic-culture.su

Na escala política de Richter, foi um massacre – literalmente. O que era para ser um espectáculo totalitário liberal foi brutalmente, sem cerimónia, varrido do parque – de qualquer parque. Mesmo antes do dia das eleições, o pensamento crítico estava consciente do que estava em jogo. Com a fraude, Kamala ganha. Sem fraude, Trump ganha. Houve, na melhor das hipóteses, tentativas de fraude (fracassadas). A pergunta-chave permanece: o que é que quer realmente o Estado Profundo dos EUA?

A minha caixa de entrada está infestada de montes de relatos chorosos da terra do Think Tank americano se perguntando, incrédulo, porque é que Kamala poderia perder. É muito simples – para além da sua pura incompetência, da sua total mediocridade, literalmente a cacarejar alto.

O legado da administração da qual ela fez parte é terrível, do Crash Test Dummy ao Little Butcher Blinkie.

Em vez de se preocuparem com o estado catastrófico das coisas, a todos os níveis, em relação a esta entidade mítica, "o povo americano", optaram por investir tudo numa guerra por procuração fabricada pelos neo-conservadores para infligir uma "derrota estratégica" à Rússia – roubar activos russos, desencadear um tsunami de sanções, enviar uma série de wunderwaffen. A militarização da Ucrânia resultou em inúmeras mortes ucranianas e na inevitável humilhação cósmica da NATO no solo negro de Novorossiya.

Investiram tudo para apoiar um genocídio em Gaza levado a cabo com um enorme arsenal de armas dos EUA: limpeza étnica codificada em Lebensraum e uma operação de extermínio dirigida por um bando de psicopatas talmúdicos – e comercializada sob a "ordem internacional baseada em regras" vomitada por Butcher Blinkie em todas as reuniões bilaterais ou multilaterais.

Não admira que o Ocidente e o Sul da Ásia em geral tenham compreendido rapidamente a mensagem do que poderia acontecer a qualquer um que ousasse ir contra os "interesses" do hegemon. Daí a repercussão: o fortalecimento dos BRICS e BRICS+celebrado por todo o mundo há duas semanas em Kazan. Veja nossos artigos sobre a aliança BRICS https://les7duquebec.net/?s=brics+

Pelo menos, esta administração teve o mérito de reforçar os laços entre todas as principais “ameaças existenciais” ao hegemon: três BRICS (Rússia, China, Irão), mais a indomável RPDC. Tudo isto em contraste com uma magra vitória táctica - que pode não durar muito: a vassalagem absoluta da Europa.

Pendurar a Ucrânia no pescoço da Europa

É claro que a política externa não ganha as eleições americanas. Os próprios americanos terão de resolver os seus dilemas, ou mergulhar numa guerra civil. Quanto à maioria da maioria mundial, não têm ilusões. A mensagem codificada de Trumpquake (terramoto Trump – NdT) é que o lobby sionista vence – mais uma vez. Talvez não de forma tão unânime se considerarmos todas as correntes de neo-conservadores e conservadores-sionistas. Wall Street está a vencer novamente (Larry Fink, da BlackRock, disse isso antes mesmo do dia da eleição). E os silos significativos do Estado profundo também estão a vencer novamente. Isto levanta uma questão modificada; E se Trump se sentir encorajado o suficiente depois de 25 de Janeiro para lançar um expurgo estalinista do Estado profundo?

O dia da eleição ocorreu quase ao mesmo tempo que a reunião anual do Valdai Club em Sochi, onde a superestrela, sem surpresa, foi o proeminente geopolítico Sergei Karaganov. Claro, ele estava a referir-se directamente às guerras eternas do Império: "Vivemos em tempos bíblicos".

E mesmo antes do terramoto de Trump, Karaganov sublinhou, calmamente: "Vamos derrotar o Ocidente na Ucrânia – sem recorrer aos meios finais". E isso "proporcionará uma retirada pacífica dos Estados Unidos – que se tornará uma superpotência normal". A Europa, por seu lado, "colocar-se-á à margem da história".

Tudo isso é perfeito. Mas Karaganov introduziu então um conceito surpreendente: "A guerra na Ucrânia substitui a Terceira Guerra Mundial. Então podemos chegar a acordo sobre algum tipo de ordem na Eurásia. »

Esta seria a "indivisibilidade da segurança" proposta por Putin a Washington – e rejeitada – em Dezembro de 2021, como parte da "Grande Parceria Eurasiática" idealizada pelo próprio Karaganov.

O problema é a sua conclusão: "Vamos fazer da guerra na Ucrânia a última grande guerra do séc. 21.

Sim, é aqui que reside o problema: a verdadeira grande guerra é, de facto, Eretz Israel contra o Eixo de Resistência na Ásia Ocidental.

Vamos fazer uma pequena paragem na Europa antes de chegarmos ao cerne da questão. Trumpquake está pronto para pendurar a Ucrânia ao pescoço da Europa como um albatroz maior do que a vida. A abreviatura: Exit the American money funding the Ukraine project (Retirar o dinheiro americano que financia o projecto da Ucrânia). Entrem com o dinheiro alemão que enche os cofres do lobby armamentista dentro do complexo MICIMATT (militar-industrial-congressional-media-intelligence-university-think tank) inventado por Ray McGovern.

O Tesouro dos EUA emitiu um memorando interno válido até 30 de Abril de 2025 – altura em que Trump já estará no cargo há três meses – autorizando transacções com bancos russos sobre tudo o que se relaciona com petróleo, gás natural, madeira e todas as formas de urânio.

Quanto à ingénua UE, liderada por Bruxelas, pagará o pesado fardo de armar a Ucrânia enquanto aceita vaga após vaga de novos refugiados e se despede de todos os seus fundos já investidos neste enorme buraco negro.

Desconfiem  deste aspirante a Tony Soprano

O tremor de Trump, se levado ao pé da letra, certamente armará ainda mais o dólar. Trump ameaçou, oficialmente, colocar na lista negra qualquer nação que use outras moedas para o comércio internacional. Os BRICS e seus parceiros BRICS+ registraram-no; e isso acelerará os testes de todos os modelos no laboratório dos BRICS, levando a um sistema alternativo de liquidação comercial multinível.

Os BRICS e a maioria mundial também sabem que Trump realmente assinou as sanções contra o Nordstream – quando recentemente se referiu a "matar" o Nord Stream. E também sabem que ele não fez nada durante Trump 1.0 para encontrar uma solução para a guerra por procuração na Ucrânia.

Chegamos agora ao argumento decisivo. Trump destruiu pessoalmente o JCPOA – o acordo nuclear com o Irão – mediado pelo P5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha). Moscovo – e Pequim – sabem muito bem como isso levou a uma maior desestabilização de toda a Ásia Ocidental, em conjunto com o assassínio do general Soleimani, ordenado por Trump, que desencadeou aquilo a que chamei os Roaring Twenties.

Por último, mas não menos importante, Trump negociou o grandiloquentemente o chamado "acordo do século": os Acordos de Abraão, que, se implementados, enterrarão para sempre qualquer possibilidade de uma solução de dois Estados entre Israel e a Palestina.

O acordo — que pode ser visto como prejudicial como a Declaração Balfour de 1917 — pode estar em coma. Mas o amigo de MBS no Whatsapp, Jared Kushner, está de volta e certamente renovará a pressão. MbS ainda não tomou uma decisão sobre os BRICS. Trump enlouquecerá se MBS começar a percorrer cada vez mais o caminho do petroyuan.

Tudo isso leva-nos a um personagem extremamente nefasto, Mike Pompeo, aspirante a Tony Soprano, que é um sério candidato a chefe do Pentágono. Isso levaria a grandes problemas no futuro. Pompeo foi director da CIA e secretário de Estado sob Trump 1.0. É um ultra-falcão da Rússia, da China e, especialmente, do Irão.

Indiscutivelmente, a questão premente a partir de agora é se Trump – cuja vida foi poupada por Deus, na sua própria interpretação – está a fazer o que se espera dele pelos seus doadores ultra-ricos, nomeando Pompeo e outros gângsteres semelhantes para posições-chave e investindo na guerra de Israel contra o Irão e o Eixo da Resistência.

Se assim for, ele não terá que se preocupar com outro franco-atirador fracassado. Mas se ele realmente tentar gerir o seu próprio jogo indie, não há dúvida de que ele será um homem morto-vivo.

Assim, a maioria mundial inteira espera com fôlego. Como Trumpquake se traduzirá na esfera geopolítica MAGA? As apostas seguras concentram-se no uso extensivo de empresas militares privadas (PMCs) para "missões" de política externa seleccionadas e direccionadas e "intervenções" militares. Os alvos poderiam incluir qualquer actor no Sul, do México (para "proteger a fronteira") à Venezuela (a doutrina Monroe de "proteger o petróleo"), Iémen (para "proteger o Mar Vermelho") e, claro, o Irão (uma campanha de bombardeamento maciço para "proteger Israel").

Numa palavra: não há novas guerras (como Trump prometeu), apenas algumas incursões militares direccionadas. Além disso, a Hybrid War no máximo overdrive. Brasil, cuidado: Trumpquake não tolerará que um membro verdadeiramente soberano dos BRICS aumente a sua influência no Sul Global no "Hemisfério Ocidental".

Apertem os vossos cintos de segurança: aconteça o que acontecer, Trumpquake será certamente uma jornada acidentada.

 

Fonte: Attachez vos ceintures : quoi qu’il arrive, Trumpquake sera forcément un voyage cahoteux. (Pepe Escobar) – les 7 du quebec

Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice