sexta-feira, 20 de julho de 2012

A propósito da estapafúrdia e oportunista ideia de “renegociar” a dívida

Para encontrar o criminoso basta seguir o rasto do dinheiro!

O "alargamento do prazo"para o pagamento da dívida, tão caro a Bloco de Esquerda, ao PCP e ao PS, e que já vem a ser defendido, também, por alguns "barões" do PSD e "vozes críticas" no interior do CDS, não resolve o problema dos trabalhadores e do povo que, à custa das medidas terroristas e fascistas que o governo de traição PSD/CDS e, anteriormente, do governo do traidor Sócrates (que, nas nossas costas, implementou os famosos PEC'S e estabeleceu as primeiras coordenadas para a assinatura do Memorando com a tróica germano-imperialista, que PS, PSD e CDS, alegremente, assinaram) vê o seu trabalho e os seus salários roubados e o acesso à saúde e à educação sonegados.

Prolongar ou estender o pagamento de uma dívida que não foi o povo que contraiu, nem dela retirou qualquer benefício, é alinhar, em nome do princípio fascista de que "vivemos acima das nossas possibilidades" (para escamotear os negócios fraudulentos com as PPP's, para escamotear os juros faraónicos que os grandes grupos financeiros e bancários, sobretudo alemães, adquirem à custa da chamada "dívida soberana") em aceitar mais do mesmo...mas por mais tempo!

Recordo que em 2005 Portugal acabou de pagar uma dívida que havia contraído durante a monarquia, isto é, em finais do século XIX! Já imaginou o que é que e quem ganhou fortunas à custa dessa dívida? Já imaginou quem está a ganhar com esta dívida que, dizem-nos, tem de ser paga por quem trabalha...porque "vivemos acima das nossas possibilidades", quando a experiência demonstra que, desde que o Bloco Central, através de Cavaco Silva como 1º ministro, iniciou as suas confabulações, primeiro com a CEE e hoje com a UE, o nosso tecido produtivo foi totalmente destruído (agricultura, pescas, siderurgia, metalomecânica, metalurgia, indústria naval, minas, etc.), tornando o nosso país cada vez mais dependente (importamos, hoje, cerca de 80% daquilo que necessitamos para gerar economia)?

Para se compreender o ciclo infernal de endividamento temos de proceder, em termos de análise, como se de um crime - que é - se tratasse. Seguir o dinheiro, isto é, a motivação para o crime! E ele é sempre, incondicionalmente, o dinheiro e a ganância dos grandes grupos económicos e financeiros, protegidos por uma legislação comunitária europeia que não permite aos estados membros solicitar empréstimos directos ao BCE, mas sim aos chamados "mercados", isto é, banca de investimento ou "grossista", que vai ao BCE obter dinheiro a 1% e menos para depois o vender aos estados, cobrando juros de 5 e 6%. Isto é, obtendo lucros de 500 e 600%, lucros esses que em vez de servirem para recapitalizar os bancos servem, apenas e tão só, para ser redistribuídos pelos accionistas capitalistas que, depois, tendo descapitalizado os seus bancos vêm exigir que sejam os trabalhadores e o povo a fazer os sacrifícios necessários para a sua recapitalização!

A solução, do ponto de vista dos trabalhadores e do povo, face a uma dívida ilegal, ilegítima e odiosa como esta, não é prolongar ou negociar os prazos para o seu pagamento, mas, pura e simplesmente, REPUDIAR A DÍVIDA! E, a questão de sair ou não do euro, deixando-se paralisar ou abater por essa chantagem ou ameaça, nem se coloca. Não advogamos a saída do euro, mas também declaramos que se a manutenção do nosso país no euro determinar mais fome, miséria e desemprego, então, mais vale sairmos da zona da "moeda única"...JÁ!

Claro está que para se atingir este objectivo é absolutamente necessário que uma frente de todas as camadas populares se organize e mobilize para derrubar o governo de Passos/Portas, cortar o pio a Cavaco e a Seguro, cujo PS está comprometido com a assinatura do Memorando com a tróica germano-imperialista, e constituindo um governo democrático patriótico que implemente um novo paradigma de economia e de política, ao serviço do povo e de quem trabalha e controlada pelos trabalhadores.

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