terça-feira, 3 de julho de 2012

O Miguel dos Prós e o Soares dos “Contra”

Miguel Sousa Tavares é daqueles "brilhantes" imbecis que se tem prestado, sob aquela capa pseudo liberal e beneficiando, ainda, de algum ADN de esquerda que supostamente teria herdade de sua mãe, a ser o arauto de um "novo" modelo de sociedade, que melhor corresponda à "realidade" da Europa dos nossos tempos que, segundo ele, se não compagina já com o "estado social" que o pós guerra e o plano Marshall construíram, na base do desvio de soberbas mais-valias desviadas da exploração colonial e imperialista que as grandes potências europeias, à época, detinham, assegurando assim, pensavam eles, que se “desmobilizassem” as crescentes lutas operárias e dos trabalhadores por melhores condições de vida.
E, tão bem tem defendido esta bandeira da burguesia capitalista que todos os dias proclama que os trabalhadores e o povo estão a viver acima das suas possibilidades, que é profuso o tempo de antena que os grandes grupos financeiros e bancários, que detém os chamados "meios de comunicação social”, lhe põem à disposição para vomitar os seus ataques contra aqueles que não se deixam iludir com a natureza da dívida e não estão dispostos a pagá-la, quer porque não a contraíram, quer porque dela não beneficiaram.
Disse a animália, na sequência da afirmação de que quase sempre está de acordo com outro senil geriatra da política, Mário Soares, o mais encartado dos oportunistas que o povo teve a má sorte de conhecer, que querer manter o modelo de "estado assistencialista" – como se o fundador do PS fosse um defensor do SNS - é, no contexto actual, uma "utopia", pois não temos dinheiro para dar sustento a um sistema de segurança social nos moldes até agora praticados, dado que, para alimentar essa "máquina", tivemos de nos endividar aos níveis que hoje se conhecem e que para "todos" tem implicado sofrer os efeitos das "medidas de austeridade" que o governo de traidores, como o personagem em questão, tem vindo a aplicar.
A sorte protege os oportunistas quando o debate que travam se trava com outros oportunistas. Claro está que, como vimos sistematicamente a denunciar, o programa de Fátima Campos Ferreira sempre foi um programa de "Prós", os do contra não são bem-vindos e, quando algum consegue escapar ao controlo editorial, é liminarmente silenciado. Porque, se naquele debate estivesse alguém efectivamente democrata, efectivamente contra a política que este governo, a mando da tróica germano-imperialista, tem vindo a prosseguir, apodaria, sem qualquer hesitação, de trafulha e oportunista o Miguel.
Trafulha e oportunista porque escamoteia que da dívida decorre um excelente negócio para os grandes grupos financeiros e bancários, sobretudo os alemães, que cobram juros faraónicos e pretendem tudo menos que as dívidas diminuam ou sejam pagas rapidamente. Quanto mais se avolumarem, quanto mais se prolongarem no tempo, melhor para esses abutres.
Mas trafulha e oportunista, também, porque escamoteou que foi a sucessiva destruição do nosso tecido produtivo - ditado pelos sucessivos acordos que, primeiro com a CEE e, depois com a UE, o seu interlocutor alegremente assinou -, sempre em nome da "solidariedade" europeia, que nos levou a ter de importar cerca de 80% daquilo que necessitamos para gerar economia o que nos leva a um ciclo permanente de endividamento que, por sua vez, aumenta o grau de dependência, a recessão, a miséria e o desemprego. E cria maiores oportunidades de negócio para a ganância sem rosto praticada pelos grandes grupos bancários e financeiros.
Este desclassificado sabujo, há muito ao serviço da burguesia que lhe paga a peso de ouro as suas "doutas" e "geniais" opiniões, há-de ser defenestrado como todos os traidores (lembrar-se-á ele do seu homónimo Miguel…de Vasconcelos?), não sem que antes assista ao derrube do governo de traidores do PSD/CDS que o sustenta e à expulsão da tróica germano-imperialista que pretende tornar o nosso pais uma colónia ou protectorado da Alemanha e escravizar o povo e os trabalhadores  portugueses.
Certamente não terá é a oportunidade de assistir ao momento histórico que será a constituição de um Governo Democrático Patriótico, nem às primeiras medidas que este tomará, que serão o REPÚDIO DA DÍVIDA e a nacionalização da banca e de todas as empresas e sectores estratégicos para uma economia que se deseja ao serviço de quem trabalha e controlada pelos trabalhadores.
Certamente não assistirá à alvorada de um novo paradigma de economia que, restaurando o nosso tecido produtivo, desde a siderurgia à indústria naval, passando pela metalomecânica e metalurgia, até à agricultura e pescas, tirando proveito das vantagens que a sua posição geoestratégica confere a Portugal, criará riqueza e bem-estar para os trabalhadores, e assegurará relações com outros países na base da reciprocidade, da independência e das vantagens mútuas.

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