A instituição
definitiva da política do roubo do salário, do trabalho e das reformas
Tendo por fundo um tronitroante rufar de tambores, vários
membros do governo de traição nacional, desde o saltapocinhas Portas, até à
inefável ministra das finanças, passando por Passos Coelho, repartiram entre si
a tarefa de anunciar as boas novas contidas
no Documento de Estratégia Orçamental (DEO), documento pelo qual o governo
define a política e medidas orçamentais para os próximos cinco anos.
E o que anunciaram estes lacaios? Que as medidas temporárias às quais o Tribunal
Constitucional tinha feito vista grossa,
aceitanto esse argumento de temporalidade da sua execução, serão transformadas
em definitivas. Isto é, confirmando o que sempre denunciámos, o directório
europeu, a mando dos interesses do imperialismo germânico que, desde a
aprovação do Tratado de Lisboa, supervisiona a política orçamental de todos os
países membros da zona euro, garantiu
que o negócio da dívida em Portugal, que tem engordado os cofres dos países
mais ricos da Europa, não sofra qualquer percalço.
Assim, baseado naquela teoria de que, depois de dar uma
martelada num dedo se segue o alívio da dor, o governo vem demagogicamente
anunciar uma redução de 3,5% para 2% de uma contribuição supostamente
temporária e excepcional - a CES
(Contribuição Extraordinária de
Solidariedade) - , mas que é agora instituída como permanente com o nome
de Contribuição de Sustentabilidade, com que todos os reformados, com reformas acima
dos mil euros, passam a ver roubados 2% das suas pensões.
Para além disso, este governo de falsários e traidores,
anuncia, como se tratasse de um acto de generosidade, que irá restituir uma
parte do roubo que fez aos salários dos trabalhadores da função publica.
Isto é, não pondo termo imediatamente aos cortes, promete
(em período eleitoral) – o que ninguém acredita – uma redução desses roubos às
prestações, que terminaria dentro dos próximos 5 anos!
Acresce que, ainda não satisfeito com o genocídio fiscal de
Gaspar de má memória, o governo de salafrários Coelho/Portas – o mesmo que
prometera não aumentar um cêntimo de impostos – decidiu agora com a desfaçatez
dos aldrabões aumentar o IVA de 23% para 23,25% e, ao contrário da redução de
impostos que o cervejeiro ministro da
economia do CDS defendia, aumentar a TSU a pagar pelos trabalhadores de 11%
para 11,2%.
No palavreado nauseabundo da coligação PSD/CDS este aumento
de impostos não é aumento porque é um pequeno
aumento equilibrado e justo.
Por outro lado, no mesmo documento, este governo de traição
nacional, reconhecendo o seu papel de vende-pátrias, não tem qualquer rebuço em
declarar que, apesar de ter ultrapassado em 3,5 milhões de euros o valor
imposto pela Tróica pelas privatizações realizadas (EDP, REN, GALP, Caixa
Saúde, ANA, CTT), não deixará de prosseguir com mais privatizações.
Em suma, uma estratégia orçamental que materializa uma
política terrorista de saque e roubo do salário, do trabalho e das pensões e
reformas, tudo exclusivamente para assegurar o pagamento de uma dívida que não
pára nem deixará de crescer exponencialmente.
E é isto o
que esta gente entende por saída limpa
de um programa cautelar ao qual,
convém relembrar, PS, PSD e CDS amarraram os trabalhadores e o povo português,
ao assinarem, à traição e nas suas costas, o Memorando de Entendimento com a
tróica germano-imperialista.
Perante mais
esta declaração de guerra e de um assumido empobrecimento contínuo e permanente
dos trabalhadores, não basta anunciar, como fez hoje o secretário-geral da UGT
– Carlos Silva – a cogitação de vir a
convocar, na base de um entendimento com a CGTP, uma nova Greve Geral Nacional.
É
absolutamente vital que sejam organizadas, convocadas e mobilizadas todas as
greves gerais necessárias, pelo tempo que for necessário, até ao derrube deste
governo de traição nacional e tendo como ponto assente e de unidade de todas as
forças democráticas e patrióticas que sem a saída de Portugal do Euro o
sofrimento e sacrifício desta e das futuras gerações de quem trabalha serão
incomensuravelmente maiores.
Sem comentários:
Enviar um comentário