O anúncio das 80 medidas que não
aliviam garrote que sufoca o povo!
No discurso
de encerramento da Convenção Novo Rumo, o
líder do PS, António Seguro, anunciou que 80 eram as medidas do seu programa de
governo caso viesse a ganhar futuras eleições legislativas, quer estas se
realizassem em 2015, quer elas tivessem lugar agora.
Esclarecedor
do que sempre denunciámos em relação ao PS e ao facto deste partido ter
assinado o Memorando de Entendimento
com a tróica germano-imperialista, conjuntamente com PSD e CDS e, por isso ,
não ser uma alternativa àqueles partidos traidores, não é tanto o conteúdo de
algumas dessas medidas – apenas 15 das 80 anunciadas -, mas o facto de nenhuma
delas contemplar a revogação ou anulação dos efeitos do essencial das medidas
terroristas e fascistas que o governo dos serventuários Coelho e Portas foram
impondo aos trabalhadores e ao povo português.
Se não,
vejamos! Um silêncio ensurdecedor sobre que medidas tomariam para retornar os
salários e o trabalho roubados, sobre a revogação do código de trabalho, sobre
a anulação dos ruínosos negócios que
levaram à venda de activos e empresas estratégicas, que vão dos CTT à EDP,
passando, entre muitos outros, pela actividade seguradora da Caixa Geral de
Depósitos.
Como é
ensurdecedor o silêncio em torno da TSU ou do IVA em contraste gritante com o
acordo que o PS estabeleceu com PSD e CDS sobre a redução do IRC, um imposto
que incide sobre os rendimentos do capital.
Claro,
clarinho, é a sua intenção de proceder à reforma
de estado! Agora se percebe melhor porque anunciou Seguro que, caso o PS
vencesse as próximas eleições legislativas, e mesmo que tivesse a maioria dos
votos, faria alianças com o PSD. Precisamente para liquidar alguns dos escolhos constitucionais que impedem o novo rumo que desejam – PS e PSD – para
assegurar a maior exploração sobre os trabalhadores e o povo, a par do agravar da dependência face
às grandes potências europeias que tanto têm beneficiado com o negócio da dívida, com a Alemanha à
cabeça.
Cada vez
melhor se entende que a única coisa que o PS tem para oferecer ao povo e a quem trabalha, é a colonização a que Portugal
está sujeito, já que defende a manutenção do Tratado Orçamental que sequestra a possibilidade de Portugal decidir
sobre os seus destinos e os interesses do povo português. Quando Seguro afirma
defender uma Nova Agenda para a
Europa o que ele está a defender, de facto, é que Portugal continue amarrado a
uma moeda forte que prejudica a sua frágil e aberta economia e agrava a dívida soberana!
O que Seguro
e a actual direcção do PS vêm defender com estas 80 medidas é a continuidade,
não a mudança. Por isso, a onda de
entusiasmo que esperavam obter com este anúncio não se veio a produzir. Os
trabalhadores e o povo português estão a votar este plano de governo do PS ao maior dos desprezos, pois sabem que ele
representa mais do mesmo e por mais tempo.
É que a sua
memória, ao contrário do que acontece com a direcção de Seguro, não é curta e
já ganharam consciência de que tão ladrão
é o que rouba a vinha como aquele que fica à espreita! Os trabalhadores e o
povo português jamais esquecerão que as consequências do genocídio fiscal a que
estão a ser sujeitos foram fruto das
medidas ditadas por um Memorando de
Entendimento imposto pela tróica germano-imperialista que PS, PSD e CDS
subscreveram e assinaram.
E, os
trabalhadores e o povo português têm de opôr a um tal plano uma ampla frente
que leve ao derrube do governo de traição nacional Coelho/Portas/Cavaco e à
constituição de um governo democrático e patriótico cuja primeira medida seria
fazer com que Portugal saísse do euro e adoptasse uma moeda própria – o novo
escudo -, recusando simultâneamente o pagamento de uma dívida ilegítima, ilegal
e odiosa.
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