Trabalhadores
ferroviários demonstram que lutando o Povo Vencerá!
Centenas de trabalhadores no activo e reformados da
CP, Refer e CP Carga concentraram-se esta 3ª feira, 4 de Fevereiro, frente à
estação de Santa Apolónia, em Lisboa, onde realizaram um plenário para
contestar o roubo de salários e do trabalho de que estão a ser alvo, assim como
o roubo de direitos consagrados aos pensionistas.
Já rondam os 6 a 7% , atingindo nalguns casos mais
extremos os 12%, os cortes salariais dos trabalhadores no activo o que, segundo
os trabalhadores e os sindicatos, para além de não serem a “solução nem o
caminho para o sector ferroviário”, implicam que “os trabalhadores são ainda
mais atingidos e esta situação prejudica também os utentes”.
Fartos de serem explorados e humilhados por este
governo de serventuários que mais não tem feito do que criar as condições para
a privatização do sector, facilitando os despedimentos e o roubo dos salários e
do trabalho para tornar mais atractiva para os grandes grupos financeiros e
bancários europeus a operação de privatização em marcha, os trabalhadores no
activo e os pensionistas das supracitadas empresas, após o plenário e a
concentração frente à estação de Santa Apolónia, decidiram ocupar várias das sete
linhas que partem e chegam àquela estação, algumas das quais dão acesso à linha
do norte.
Após cerca de uma hora de bloqueio, e certamente
requisitados pela administração da CP que se tem desmultiplicado em acções para
desmobilizar os trabalhadores da luta, dezenas de polícias de intervenção
forçaram os manifestantes, à custa de forte repressão, a abandonar a linha três
– que assegura a ligação do Intercidades
a Faro e a Évora –e, posteriormente, a linha dois onde tinha sido imobilizado o
Intercidades para o Porto.
Os trabalhadores resistiram com firmeza à carga
repressiva policial e demonstraram que a luta não se ficará pela acção que hoje
levaram a cabo. Nesse sentido, em
Lisboa, Alfarelos, Porto e Faro foi hoje aprovada uma resolução que prevê que, no
dia 18 de março, se realizará um Encontro Nacional de Representantes de
Trabalhadores e Reformados Ferroviários onde serão discutidas e decididas novas
formas de luta.
A luta deste
sector importante dos transportes, a exemplo da luta em que os trabalhadores do
Metropolitano de Lisboa e da Carris estão igualmente empenhados, é
demonstrativa de como é fundamental impor sem mais delongas o objectivo que
consiste no derrubamento do governo e a constituição, em alternativa, de um
governo democrático patriótico que tenha no seu programa o não pagamento desta
dívida odiosa - propositadamente impagável -, a saída do euro e a exigência de
um referendo sobre a saída da UE.
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