Uma proposta coxa e oportunista!
Aparentemente dir-se-ía que Seguro e o PS tinham sido bafejados pela luz da razão e – mais vale tarde do que nunca – compreendido as razões, os objectivos e pressupostos que levaram o PCTP/MRPP a defender de há muito este projecto.
Porém, defender a plataforma de Sines, sem defender a recuperação do tecido produtivo é o mesmo que querer que um carro faça 3.000 kms sem rodas. Pior ainda, é defender – como o faz Seguro - que tal recuperação deve ser feita à custa de fundos estruturais vindos da União Europeia, precisamente a estrutura política do imperialismo germânico que levou à destruição do tecido produtivo em Portugal com o corolário de destruição massiva de forças produtivas e de desemprego, miséria, dependência crescente e perda de soberania que a adesão do país a este espaço acarretou.
Confinando o projecto ao aproveitamento da plataforma de Sines, o que PS e Seguro escamoteiam é que, sem exploração das minas de ferro – mormente as de Moncorvo - não se pode produzir aço. Ora, para produzir esse aço seria necessário recuperar a Siderurgia - e em particular a linha de chapa de laminagem a frio fundamental para fornecer a indústria de reparação e construção naval e a indústria metalomecânica e metalúrgica de que depende este sector.
Siderurgia essencial, também, para o sector ferroviário, quer para a construção de carruagens, quer para a construção de carris e de ferrovia. Ferrovia necessária para a construção de linhas ferroviárias em bitola europeia que assegurem o escoamento das mercadorias que passarão a entrar e a sair da Europa aproveitando o remodelado Canal do Panamá que, devido às obras de alargamento já permite a navegação dos maiores super porta-contentores que demandam os continentes asiático e americano para o outro lado do Atlântico e cujo primeiro porto de águas profundas que encontram na Europa é precisamente o de Sines.
Como se pode esperar de um individuo como Seguro que nunca denunciou o Memorando de Entendimento com a tróica germano-imperialista e de um partido como o PS que o assinou, que pudessem ter uma visão adequada ao aproveitamento da plataforma de Sines para tornar Portugal a porta de entrada e de saída do essencial das mercadorias de e para a Europa, municiando o país de verdadeiros instrumentos de soberania e de um novo paradigma económico a favor do povo e de quem trabalha?
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