sexta-feira, 13 de junho de 2014

Costa versus Seguro:

A armadilha de uma diferença inexistente!

Já aqui, nestas páginas, o demonstrámos: Seguro já caiu, mas ainda resiste a perceber que o seu destino político – que é o do caixote do lixo que a história reserva aos traidores – é já um facto iniludível.

O novo secretário-geral do PS até poderá vir a ser António Costa, o actual imperador de Lisboa. Um indivíduo sem escrúpulos, um personagem que se indigna contra qualquer escrutínio, como recentemente ficou evidenciado pela sua reacção contra a  imposição do Tribunal Administrativo para que libertasse os relatórios levados a cabo pelos serviços da CML, no qual se faziam críticas à Direcção Municipal de Projectos e Obras pela potencial corrupção que envolvia a forma como as obras levadas a cabo pela executivo da capital estavam a ser contratadas (ver artigo “António Costa teme escrutínio popular!”).

Perante pífia vitória alcançada pelo PS, sob direcção de Seguro, e face à possibilidade de não conseguirem capitalizar a seu favor a retumbante derrota da aliança corporizada por PSD e CDS em futuros actos eleitorais – mormente as legislativas, ocorram elas em 2015 ou sejam antecipadas -, várias vozes começaram a levantar-se no interior do PS, com o objectivo de escolher uma liderança que assegurasse que os créditos futuros seriam muito mais evidentes do que aqueles que se perspectivam sob direcção de um oportunista e traidor como se tem revelado Seguro.

E, se quanto à direcção de Seguro, o quadro de traições tem sido evidente, desde subscrever com PSD e CDS o Tratado Orçamental, que implica que todo e qualquer orçamento, no futuro, terá de merecer a chancela, quando não a elaboração, por parte de Bruxelas para ser executado,até à assinatura do pacto com o actual governo para baixar o IRC (um imposto sobre os capitalistas), passando pela aceitação de legislação laboral que promove o roubo dos salários e do trabalho e pela destruição da contratação colectiva, já quanto a Costa, os seus apoiantes tentam escamotear que, à frente do executivo camarário de Lisboa, replicou as mesmíssimas politicas terroristas e fascistas do governo PSD/CDS.

Desde o emagrecimento das gorduras – isto é, despedimento em massa de trabalhadores – até à venda e desactivação de activos públicos camarários, como foi o caso da EPUL (colocar link para o artigo sobre a EPUL) ou os terrenos do aeroporto, tudo o que Costa faz é o replicar de uma linguagem tão cara ao governo de traição nacional e do seu mentor Cavaco, tudo tão em conformidade com as práticas de bom aluno tão do agrado da tróica germano-imperialista.

Isto é, uma política que, ao mesmo tempo que promove a especulação imobiliária, o patobravismo, a expulsão de uma média de 10 mil lisboetas por ano da cidade de Lisboa, defende a poupança como forma de pagar uma dívida ilegal, ilegítima e odiosa e, ademais… impagável!

Seguro e Costa, apesar do folclore exibido pelas hostes de ambos, querendo levar os socialistas e alguns incautos democratas e patriotas a acreditar as contradições entre ambos serão antagónicas, são na realidade duas faces da mesma moeda. Ambos defendem a continuidade de Portugal no euro, uma moeda forte para uma economia frágil que tem sido potenciadora da dívida e da crescente dependência de Portugal ao exterior.

Ambos defendem o pagamento de uma dívida que não foi contraída pelo povo, nem o povo dela retirou qualquer benefício, prestando-se a obrigar o povo e quem trabalha a pagá-la, divergindo do actual governo de traição nacional no montante – é a isso que se resume a pretensa exigência de reestruturação – e na intensidade das medidas a aplicar para que a dívida seja paga e os interesses dos grandes grupos financeiros e bancários, sobretudo alemães, encham os bolsos.

Ambos defendem que aos trabalhadores não devem assistir direitos e estão dispostos a destruir o que ainda resta da possibilidade destes, em contratação colectiva, defenderem as suas conquistas e interesses. Como ambos estão unidos em torno de que, para criar valor, se torna necessário beneficiar a especulação, aceitar que Portugal – no quadro da divisão europeia de trabalho imposta pela União Europeia que nada mais é do que a voz do dono, o imperialismo germânico – se torne um país de turismo, no qual cada trabalhador seja um criado de libré dos turistas que afluirão dos países abastados da Europa.

Nada de ilusões! Ganhar Costa ou Seguro a direcção do PS, nunca assegurará a unidade que é necessário que se estabeleça em torno de pontos tão claros como:

• derrube do actual governo
• constituição de um governo democrático patriótico
• saída do euro
• Não pagamento de uma dívida ilegal, ilegítima e odiosa
• Plano de desenvolvimento económico que passe por restaurar o tecido produtivo destruído e por investimentos criteriosos que possibilitem uma economia independente
• referendo sobre a permanência de Portugal na União Europeia, mas defendendo claramente os seus subscritores a saída do país de tal plataforma
• Denúncia e revogação de todos os tratados que os sucessivos governos de PS e PSD, com o CDS pela trela, assinaram e que retiraram a Portugal a sua soberania fiscal, orçamental e cambial
• Revogação de todas as medidas terroristas e fascistas que este e os anteriores governos adoptaram para fazer o povo pagar uma dívida que não contraiu nem dela beneficiou
• Devolução de todo o dinheiro e trabalho, de todos os benefícios sociais que foram roubados ao povo e a quem trabalha.


Eis um programa de unidade, que pode congregar não só a esquerda, mas todos os democratas e patriotas. Se não for para conquistar esses pontos de que vale contar com o PS para a unidade necessária ao alcançar de tais objectivos?!

Sair do euro e lutar pelo não pagamento de uma dívida ilegítima, ilegal e odiosa,  são ou não condições essenciais para recuperar a soberania nacional, poder levar a cabo uma política cambial, fiscal e orçamental autónomas e independentes e poder prosseguir um paradigma de economia que esteja ao serviço do povo e de quem trabalha?

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