Uma das
manifestações claras do princípio dos vasos comunicantes está plasmada na
denúncia que grande parte das associações de solidariedade a operar no terreno,
desde o banco alimentar contra a fome às congregações religiosas ou órgãos do
chamado poder local, vem efectuando, de que é cada vez maior o número de
indigentes, sem abrigo, pessoas que só têm acesso a uma refeição diária a que
têm de atender.
Não é caso para
menos. Na sua sanha de cortar nas
despesas para fazer face ao pagamento de uma dívida que não foi contraída
pelo povo, nem o povo dela retirou qualquer benefício – e que este ano, só em
juros, já representa 9 mil milhões de euros -, o governo de traição nacional,
para além de negar a saúde e a educação ao povo, para além de facilitar os
despedimentos e promover o roubo dos salários e do trabalho, tem atacado sem
piedade os reformados, os pensionistas, os desempregados e todos aqueles que
não possuem quaisquer meios de satisfazer as suas necessidades mais básicas.
De forma
criminosa e continuada, e para que a bota do milagre económico dê com a perdigota
da diminuição do desemprego, dezenas
de milhares de desempregados deixaram no início deste ano de beneficiar de qualquer subsídio.
Trabalhadores que, agora, nem a perspectiva de virem a ser inseridos num
qualquer programa de reinserção social
que minimize o impacto de terem perdido qualquer fonte de rendimento, virtude
de uma prolongada e persistente condição de desempregado – da total
responsabilidade das políticas terroristas e fascistas levadas a cabo por este
governo de serventuários –, podem vislumbrar.
A avaliar pelos
dados agora tornados públicos pelo Instituto de Segurança Social (ISS) que
revelam que 45 mil elementos do povo perderam o Rendimento Social de Inserção
(RSI) – isto é, 20,4% dos beneficiários
daquele rendimento -, apenas no mês de Maio, por comparação a igual mês do ano
de 2013, a situação para estes trabalhadores e elementos do povo, não tende a
melhorar, nem a enquadrar o milagre
económico anunciado por Coelho, Portas e Cavaco.
Para aqueles
reaccionários que se entretêm a classificar os elementos do povo que recebem
RSI como uns privilegiados que
recebem fortunas para parasitarem na sociedade, é sempre bom –
com os números revelados pelo próprio ISS – revelar que o valor médio por beneficiário se situou nos 89,86 euros,
individualmente, e nos 214,67 euros por família, isto é, menos de 3 euros/dia
por pessoa!
Reaccionários
que mais não fazem do que tentar iludir que, num país onde existe mais de um
milhão e quatrocentos desempregados, não se está no desemprego por que se
deseja, mas porque a prossecução – há mais de 40 anos – da política de bloco central protagonizada por PS e PSD
– com o CDS pela trela – levaram a uma destruição do tecido produtivo,
exponenciado pela entrada de Portugal na então CEE e agravado com a adesão ao
euro e ao pacto orçamental, um pacto de traição que todos os partidos do arco do poder subscreveram e que retira
a Portugal toda a soberania orçamental, fiscal e cambial.
Face a esta
situação há que separar águas entre aqueles que advogam a demissão do governo, mas mais não fazem do que fazer sorrir o
governo e seus patrões, entretendo-se a fazer-lhes cócegas nas plantas dos pés
aos quais se curvaram, e aqueles que têm consciência de que para derrubar este
governo são necessárias formas de luta adequadas. Nomeadamente a convocatória de uma Greve Geral Nacional de 48 horas, proposta para os próximos dias 6 e 7 de Novembro.
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