segunda-feira, 30 de junho de 2014

Rendimento mínimo ou miséria absoluta!

Uma das manifestações claras do princípio dos vasos comunicantes está plasmada na denúncia que grande parte das associações de solidariedade a operar no terreno, desde o banco alimentar contra a fome às congregações religiosas ou órgãos do chamado poder local, vem efectuando, de que é cada vez maior o número de indigentes, sem abrigo, pessoas que só têm acesso a uma refeição diária a que têm de atender.

Não é caso para menos. Na sua sanha de cortar nas despesas para fazer face ao pagamento de uma dívida que não foi contraída pelo povo, nem o povo dela retirou qualquer benefício – e que este ano, só em juros, já representa 9 mil milhões de euros -, o governo de traição nacional, para além de negar a saúde e a educação ao povo, para além de facilitar os despedimentos e promover o roubo dos salários e do trabalho, tem atacado sem piedade os reformados, os pensionistas, os desempregados e todos aqueles que não possuem quaisquer meios de satisfazer as suas necessidades mais básicas.

De forma criminosa e continuada, e para que a bota do milagre económico dê com a perdigota da diminuição do desemprego, dezenas de milhares de desempregados deixaram no início deste ano de beneficiar de qualquer subsídio. Trabalhadores que, agora, nem a perspectiva de virem a ser inseridos num qualquer programa de reinserção social que minimize o impacto de terem perdido qualquer fonte de rendimento, virtude de uma prolongada e persistente condição de desempregado – da total responsabilidade das políticas terroristas e fascistas levadas a cabo por este governo de serventuários –, podem vislumbrar.

A avaliar pelos dados agora tornados públicos pelo Instituto de Segurança Social (ISS) que revelam que 45 mil elementos do povo perderam o Rendimento Social de Inserção (RSI) – isto é, 20,4% dos beneficiários daquele rendimento -, apenas no mês de Maio, por comparação a igual mês do ano de 2013, a situação para estes trabalhadores e elementos do povo, não tende a melhorar, nem a enquadrar o milagre económico anunciado por Coelho, Portas e Cavaco.

Para aqueles reaccionários que se entretêm a classificar os elementos do povo que recebem RSI como uns privilegiados que recebem fortunas para parasitarem na sociedade, é sempre bom – com os números revelados pelo próprio ISS – revelar que o valor médio por beneficiário se situou nos 89,86 euros, individualmente, e nos 214,67 euros por família, isto é, menos de 3 euros/dia por pessoa!

Reaccionários que mais não fazem do que tentar iludir que, num país onde existe mais de um milhão e quatrocentos desempregados, não se está no desemprego por que se deseja, mas porque a prossecução – há mais de 40 anos – da política de bloco central protagonizada por PS e PSD – com o CDS pela trela – levaram a uma destruição do tecido produtivo, exponenciado pela entrada de Portugal na então CEE e agravado com a adesão ao euro e ao pacto orçamental, um pacto de traição que todos os partidos do arco do poder subscreveram e que retira a Portugal toda a soberania orçamental, fiscal e cambial.

Face a esta situação há que separar águas entre aqueles que advogam a demissão do governo, mas mais não fazem do que fazer sorrir o governo e seus patrões, entretendo-se a fazer-lhes cócegas nas plantas dos pés aos quais se curvaram, e aqueles que têm consciência de que para derrubar este governo são necessárias formas de luta adequadas. Nomeadamente a convocatória de uma Greve Geral Nacional de 48 horas, proposta para os próximos dias 6 e 7 de Novembro.


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