sexta-feira, 27 de junho de 2014

Quando o princípio da relatividade ganha estatuto de provocação

Com a substituição da Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES) - que, como o nome indicava, era supostamente temporária -, pela Contribuição de Sustentabilidade - esta desejavelmente definitiva -, a sinistra ministra das finanças do governo de traição nacional, Maria Luis Albuquerque, defendeu hoje na assembleia da república que todos os pensionistas ficam melhor do que estavam.

Escamoteando, tal como sempre o denunciámos, que do que se trata é de um roubo sobre os rendimentos de reformados e pensionistas, a empedernida fascista defende que do que se trata é de assegurar a sustentabilidade do sistema de pensões.

Um sistema que o governo de Coelho/Portas/Cavaco tem saqueado, não para fazer face ao pagamento de reformas e pensões cujos montantes foram assegurados por toda uma carreira contributiva pelos seus destinatários, mas tão só para fazer face a uma dívida que eles não contraíram e da qual não retiraram qualquer benefício.

Ela vem substituir a famigerada TSU dos pensionistas que levou à convocatória e realização da grandiosa manifestação de 15 de Setembro de 2012, jornada de luta que, não fossem as hesitações e oportunismos vários então revelados, não teria apenas redundado no recuo da aplicação de tal medida reaccionária, mas no derrube do governo que a tentou implementar.

Esta medida, que supostamente deverá entrar em vigor em Janeiro de 2015 – como se prevê no Documento de Estratégia Orçamental (DEO) para o período de 2014-2018 – só poderá ser travada, como muitas outras medidas terroristas e fascistas que este governo vem aplicando a mando da tróica germano-imperialista que serve, pela luta de todos os trabalhadores e do povo português.

Daí a importância vital para o sucesso desta luta da proposta de Greve Geral Nacional para os próximos dias 6 e 7 de Novembro. Pelo derrube deste governo, pela constituição de um Governo de Unidade Democrática e Patriótica, único que poderá garantir a saída de Portugal do euro, uma moeda forte para uma economia fraca que só tem beneficiado as grandes potências europeias, com a Alemanha à cabeça.

Uma luta que tem de se travar com denodo, unidade e energia redobrada, uma luta que assegure que os trabalhadores e o povo português não tenham de pagar uma dívida ilegítima, ilegal e odiosa, para que medidas como esta e outras não lhes roubem o salário, o trabalho, o direito à saúde e à educação, o direito a uma vida digna, o direito à liberdade, à democracia e à independência nacional.


Para que, ao contrário do que aconteceu em Setembro de 2012 não se voltem a ver cartazes a dizer: “Não deixem que o cravo de ontem encrave a revolução de hoje”! Encravar a revolução, hoje, seria não perceber que é vital para os interesses dos trabalhadores e do povo português que se derrube este governo, Portugal saia do euro e se repudie o pagamento da dívida.

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