Tem
sido com empenho e afinco que o governo de traição nacional de
Coelho/Portas/Cavaco, tem vindo a tentar demonstrar o indemonstrável. Que a sua
política de serventuários, bons alunos
e respeitadores dos ditames da tróica germano-imperialista que se dispuseram a
servir, tem vindo a produzir sucessivos milagres, enquadrados no milagre económico mais geral.
Primeiro
foram as exportações, que haviam consistentemente
aumentado. Confrontados com os últimos dados que apontam para uma diminuição
dramática das mesmas, virtude da queda nas vendas de combustíveis refinados,
deixaram de se ouvir hossanas a este
parâmetro. Depois o clima de confiança
geral, que havia levado ao aumento da produção e do investimento. Perante uma
acentuada quebra do PIB, rapidamente se abandonou tal argumento.
Agora,
o milagre do emprego! Ou será o
milagre da desmultiplicação do
desemprego?! A avaliar pelas declarações de Coelho na passada 6ª feira, no
parlamento, este, utilizando uma técnica
que terá aprendido nos manuais de Goebels, e que se resume a considerar que, de
tantas vezes repetir uma mentira nela se acaba por descortinar uma verdade, afirma o governo que terá
conseguido o feito de provocar dezasseis meses consecutivos de baixa da taxa de
desemprego, isto é, uma queda de 10 pontos percentuais!
Como
pensa o governo conseguir iludir uma realidade factual que se traduz na
liquidação de cerca de 400 mil postos de trabalho desde que tomou posse em
2011? Como pensa este governo iludir e escamotear a saída de cena dos números do desemprego apresentados pelas estatísticas, dos cerca de
350 mil trabalhadores expulsos do país, forçados a procurar lá fora as condições
de trabalho e sobrevivência que este governo lhes negou.
Simples:
Começam por limpar dos registos dos
Centros de (Des)Emprego, dezenas de milhares de trabalhadores, colocando-os em cursos de formação que enchem os cofres
às empresas a que recorrem para mascarar a realidade. Se a taxa não tiver a
dimensão suficiente à eficácia do golpe que querem promover, arrastam-se mais
uns tantos milhares para um pretenso contrato
de emprego-inserção, que mais não é do que uma golpada com benefícios em 3 frentes para esta
estratégia do governo.
- Primeiro porque, apesar de não ser um contrato – pois a ele não está associado um salário -, e muito menos de inserção – pois, no termo do mesmo, o trabalhador que o aceitar é pura e simplesmente corrido -, enquanto ele vigorar, menos um desempregado figurará nos registos do Centro de (Des)Emprego.
- Segundo, porque o posto de trabalho que
este trabalhador vai ocupar é capitalizado como criação de emprego.
- E, terceiro, mas não menos importante, porque a verba que o dito vai auferir é incomensuravelmente inferior ao que se pagaria a um trabalhador em condições contratuais normais.
Apesar
de toda a criatividade demonstrada
por este governo de traição nacional, apesar de contar com a famigerada concertação social e a prestação de
alguns parceiros sociais – mormente Carlos
Silva e a direcção da UGT a que preside – para destruir o que resta da
contratação colectiva e, assim, implementar o roubo do trabalho e do salário a
que se dedica, são as próprias instituições
europeias a que este governo servilmente obedece, que lhe vem descobrir a careca e revelar a mentira
do milagre do emprego.
Divulgado
esta 2ª feira, um relatório europeu, realizado em 28 países europeus, divididos
por três grupos, revela precisamente que Portugal é um dos países que piores
condições de mercado laboral apresenta, onde os jovens com menores
qualificações são os mais afectados e o recrutamento de quadros superiores tem
baixado em relação à média da população empregada. Denuncia ainda, e
recorrentemente, que o país se encontra no fundo da tabela em relação a todos
os parâmetros analisados.
Trabalhadores
com um grau de escolaridade médio ao nível do 12º ano são forçados a ocupar
postos de trabalho com menores exigências de qualificação. Claro está que,
trabalhadores sem habilitações a nível do ensino secundário, normalmente
recrutados para este tipo de funções, ficaram sem trabalho. Enquanto, no outro
extremo da escala, o recrutamento de quadros superiores não chegou a 20% do
total e está mesmo a baixar, continuamente, em relação à média da população
activa.
Terreno
fértil, claro está, para que a precariedade do trabalho se exponencie e
consolide, como sempre foi apanágio dos programas
de emprego desenhados pela tróica germano-imperialista, aplicados por estes
traidores à pátria e seus serventuários no seio do movimento operário,
trabalhador e sindical. Em 2012, mais de 60% dos contratos efectuados –
percentagem que é ainda maior nas chamadas ocupações
básicas – foram dos chamados contratos
a prazo.
É neste quadro de degradação das
condições de trabalho, de roubo sistemático de salários e trabalho, de
liquidação da contratação colectiva, de precarização e desemprego, que os
operários, os trabalhadores em geral, devem exigir das Centrais Sindicais, do
movimento sindical, uma prova de força e determinação, pelo derrube deste
governo de traição nacional que leve à constituição de um Governo de Unidade
Democrática e Patriótica, pela saída do euro e pelo não pagamento da dívida, convocando
para os próximos dias 6 e 7 de Novembro, uma Greve Geral Nacional de 48 horas!
Mais um excelente texto que desmonta com mestria esta montagem de números, enorme farsa que este governo de traição nacional nos quer impingir...
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