sábado, 13 de dezembro de 2014

Encontro Costa/Coelho



Fábulas para encantar incautos!

Na memória dos trabalhadores e do povo português ecoarão ainda as bombásticas afirmações de Seguro, quando ainda era secretário-geral do PS, de que faria uma oposição violenta…mas construtiva! ao governo de Coelho e Portas.

Foi, aliás, por considerar que não era suficientemente violenta tal oposição que Costa – imperador de Lisboa – decidiu avançar, em representação de várias das cliques que coabitam dentro dessa federação de partidos que dá pelo nome de Partido Socialista, para uma candidatura à direcção do dito, e que veio a confirmá-lo como novel secretário-geral num Congresso onde foi aclamado como o novo Sebastião saído das brumas da memória!

Ora, uma das insinuações que fazia para justificar porque deveriam militantes e simpatizantes votar nele, era a da impossibilidade de haver qualquer entendimento com um governo e dois partidos – PSD e CDS – que apostavam no modelo da austeridade, enquanto ele e o PS apostavam no desenvolvimento.

Alguns incautos e muitos oportunistas – de que destaco o Livre, uma excrecência saída de uma cisão no BE e liderada por um ex-deputado europeu – acreditaram nestas promessas e até cantaram hosanas  a uma nova liderança e a um novo líder que, finalmente, iria criar as condições para colocar em sentido a dona disto tudo, isto é, a chancelerina Merkel e a potência imperialista que esta dirige, a Alemanha.
 
Mesmo antes de ganhar as próximas eleições legislativas – isto se os trabalhadores e o povo português, uma vez mais, se deixarem enganar -, vitória após a qual veremos o Costa, como o fez no passado recente o francês Hollande, a meter-se no primeiro avião e ir prestar vassalagem à Angela, eis que este vai preparando, afanosamente, o terreno para o tão desejado compromisso, isto é, a retoma e o aprofundamento da política de bloco central que tem  governado Portugal nas últimas quatro décadas.

Uma hora e quarenta e cinco minutos de cordial cavaqueira entre Costa e Passos para que o país tenha um projecto estratégico comum! Apesar de salientar que caberá aos portugueses julgar qual o melhor caminho a seguir e filosofar sobre a existência de vários caminhos para chegar a Roma, Costa não deixou de enfatizar – como o fez no passado o violento…mas construtivo Seguro – que o mais desejável seria que o país pudesse ter objectivos comuns!

Tendo sido bem claro de que não fará alianças com quem advoga o não pagamento da dívida e a saída de Portugal do euro, foi de uma meridiana clareza o que Costa afirmou à saída deste encontro. Que, apesar do fosso entre a alternativa proposta pelo PS e aquilo que tem sido a política deste governo, existe espaço para que aconteça o que Cavaco sempre tinha almejado – um compromisso que selasse uma nova entente, um renascer e reforço da política do bloco central!

Defender, como o faz Costa, que o país deve voltar a ter um sentido comum, um projecto que seja partilhado colectivamente, tal como teve muitos anos, e que é preciso um grande entendimento estratégico, representa mais do mesmo, representa dar nova alma a uma política velha de bloco central, precisamente a política que conduziu os trabalhadores, o povo e o país às circunstâncias que hoje lhes são impostas.

Claro está que este compromisso demonstra o reconhecimento de uma fraqueza. Eles unem-se, eles estabelecem compromissos, porque já entenderam que estão isolados perante o povo e quem trabalha.

Costa e seus pares fingem, uma vez mais, não entender que para que uma estratégia de crescimento possa ocorrer e ser travada a política de empobrecimento levada a cabo pelo governo de traição nacional Coelho/Portas, a mando da chancelerina Merkel e da potência germânica que lidera, será necessário que se forme uma ampla unidade democrática e patriótica que tenha força para derrubar este executivo de serventuários.


Unidade essencial para constituir um Governo de Unidade Democrática e Patriótica cuja estratégia passe pela recusa do pagamento de uma dívida ilegítima, ilegal e odiosa, pela saída de Portugal do euro e pelo implementar de um plano de investimentos criteriosos que conduza à recuperação do tecido produtivo destruído por décadas de submissão aos ditames da Europa solidária, unidade essencial para que ocorra a reconquista da independência e soberania nacional perdidas.







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