domingo, 7 de dezembro de 2014

Paulo Macedo:

Delegado do sector da saúde privada no governo!

Por mais que tente dourar o descalabro em que está a lançar o Serviço Nacional de Saúde (SNS), Paulo Macedo, o representante da MEDIS e do sector da saúde privada no governo de traição nacional, não consegue mais esconder o facto de que Portugal tem um dos piores serviços de saúde da Europa.

Nem a engenharia estatística que, à custa de uma tão elevada quanto mais do que suspeita incorporação de prevenção na saúde, determinou que Portugal passasse da 25ª posição – entre 34 países analisados pela organização sueca Health Consumer Powerhouse –, que ocupava em 2012, para o meio da tabela em 2013, escamoteia o facto de o Ministério da Saúde actuar cada vez mais como uma comissão liquidatária do serviço público de saúde.

As denúncias da morte de doentes por falta de equipamentos ou instrumentos absolutamente vitais para assegurar que a preservação da sua vida não é posta em causa – como aconteceu há pouco tempo com dois doentes no Hospital de Santa Cruz, em Lisboa – e os hospitais públicos tratam cada vez pior os doentes que a eles recorrem, sendo o acesso a consultas e medicamentos cada vez mais caro e difícil, tendo como consequência um aumento incontrolado das taxas de mortalidade, com especial incidência na população idosa.

Se em 2012, segundo a supracitada organização sueca, Portugal havia, nos gastos de saúde per capita ajustados ao poder de compra e aos custos dos cuidados de saúde alcançado a 30ª posição entre os 34 países europeus e, no que diz respeito à percentagem dos gastos públicos relativamente aos gastos totais com os cuidados de saúde, o país tinha sido remetido para o 26º lugar, com um valor de apenas 65%,  o quadro actual é ainda mais gravoso:

·         Entre 2010 e 2014, a despesa pública com a saúde sofreu um corte superior a 5,5 mil milhões de euros!  
·         os hospitais públicos viram o seu financiamento reduzido em 666 milhões de euros!
·         Enquanto, pasme-se, as famigeradas parcerias público privadas (PPP’s) no sector da saúde registaram um aumento de 166%!
·         Isto é, as transferências do Orçamento do Estado para grupos económicos privados como o Espírito Santo Saúde, José Mello e o grupo brasileiro AMIL, passaram de 160 milhões em 2010 para 427 milhões de euros em 2014!!!

Tudo isto, enquanto no ano corrente os cortes são 3 vezes maiores do que aqueles que foram impostos por Paulo Macedo e pelo governo de serventuários da tróica germano-imperialista que integra,  em 2013. Não é difícil compreender que, assim, falte tudo no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e nos hospitais públicos, isto é, médicos enfermeiros, medicamentos, consumíveis, etc.

Só quando foi confrontado com a greve dos médicos, Paulo Macedo abriu mão de um reforço de 300 milhões de euros para os hospitais públicos, mas vários médicos já vieram denunciar que tal é uma gota no oceano das necessidades do sistema hospitalar. O mesmo aconteceu quando os enfermeiros decidiram adoptar, também, esta forma de luta, tendo Macedo ensaiado de novo a manobra de promessa de admissão de mais enfermeiros, sem no entanto estabelecer qualquer calendarização ou definir qual a quantidade de profissionais a admitir, mandando para as calendas gregas duas das reivindicações principais da classe – a preservação do SNS e o fim do trabalho precário!

Por força das políticas fascistas e terroristas da tróica e do governo Coelho/Portas, a população trabalhadora em Portugal está literalmente a ser liquidada ou estropiada por negação de cuidados de saúde básicos. O dinheiro que é retirado dos magros salários dos trabalhadores em impostos, taxas e contribuições para a segurança social, o qual deveria servir para manter um serviço nacional de saúde geral, gratuito e de qualidade, acaba por ser desviado para salvar um sistema bancário corrupto e falido e proporcionar enormes mais valias aos  grandes grupos económicos capitalistas através de um sistemático roubo dos salários e do trabalho – aumentando a carga horária, diminuindo o número de feriados e as indemnizações por despedimento, assim como o valor a pagar pelas horas extraordinárias, aumentando os impostos sobre o rendimento do trabalho e do consumo, etc.

É preciso dizer bem alto que o povo português se recusa a pagar uma dívida pública que não é sua e que não foi contraída em seu benefício e que lhe está a denegar o direito a serviços públicos de saúde dignos e eficientes para si e para as suas as famílias. É urgente impor a expulsão da tróica, o derrubamento do governo de traição nacional PSD/CDS e a instituição de um governo do povo e para o povo, um governo de unidade democrática e patriótica. A saúde tem de ser um bem público e não um privilégio da classe burguesa e capitalista!



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