quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Celebrar a República, exigindo a libertação imediata e incondicional da Maria de Lurdes!

No dia em que os hipócritas do regime cantam hosanas às virtualidades da República e à sua consigna de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, está uma cidadã – a Maria de Lurdes Lopes Rodrigues - , militante de causas que defendem os interesses do povo, com os costados na cadeia de Tires, a cumprir uma pena de 3 anos de prisão, impostas por um juiz que, tal virgem imaculada, se sentiu ofendido e injustiçado por um delito de opinião baseado numa justa e indignada acusação por parte da Maria de Lurdes.

Ontem, e pela primeira vez, a Maria de Lurdes recebeu visitas. Está bem! Sempre combativa. E revoltada com os rumos dos acontecimentos – e os desfechos mais recentes – que denuncia desde o ano lectivo de 1996/1997, ano em que pôs a nú as ilegalidades cometidas na atribuição de uma bolsa de longa duração para estudar cinema, no estrangeiro, e a que se candidatou.

Ilegalidades que passaram por ver-lhe recusado o direito à dita bolsa e quando conseguiu encostar à parede, quer o Ministério da Cultura – onde pontificava o inculto Manuel Maria Carrilho -, quer os membros do júri do concurso que atribuiria tal bolsa, quer os juízes que, apesar de terem solicitado que estes pareceres constassem do processo, nunca impuseram a sua apresentação e, pior, acabaram por decretar o arquivamento do processo.

É este o momento fundador da decisão da Maria de Lurdes em apresentar queixa contra todos os juízes e decisores do ministério público que participaram neste crime de denegação da justiça, actos que criaram as condições para que outra ilegalidade fosse cometida – a atribuição da bolsa a outro candidato, com uma classificação mais baixa do que a sua e, ademais, com um percurso académico que nada tinha a ver com o objecto da bolsa, isto é, um curso prolongado de cinema.

É esta a república que toda a sorte de hipócritas hoje celebra! Uma república que encarcera uma cidadã comprometida com o progresso e a justiça social no seu país, enquanto toda a sorte de criminosos – sobretudo os de colarinho branco – se passeia com total impunidade e se pavoneia com os milhões roubados aos cofres do estado e à bolsa do povo português.

5 de Outubro - revolucionários carbonários na rotunda
Pois é, mas a procissão ainda agora vai no adro! Agora que finalmente a encontraram e a encarceraram, chovem processos contra ela, sobretudo os que estão com trânsito em julgado. Porque a Maria de Lurdes ousou lutar contra um sistema que há mais de 40 anos confabula contra o povo, roubando-lhe os seus recursos e capturando as suas expectativas e esperança num futuro melhor, o sistema quer fazer dela um caso exemplar!

E, vai daí, esta república decrepita e moribunda, num estertor que prenuncia a sua implosão e pensando que faz da sua fraqueza força, manda o seu sistema judicial perseguir todos aqueles que de forma coerente e persistente, com uma resiliência revolucionária de saudar, demonstram coragem em se lhes opor. Acreditando, assim, que poderão quebrar a oposição aos seus ditames e à política reaccionária que têm vindo a implementar ao longo de mais de 4 décadas.

Desenganem-se! O povo tem memória! E sabe que, quando um ditador ou um sistema ditatorial e corporativo tenta calar um dos seus, é toda a resistência desse povo que se está a tentar calar e desarmar. E é a sua liberdade de expressão e o seu inalienável direito de opinião que estão a tentar capturar, aprisionar e calar!

É por isso que O povo libertará a Maria de Lurdes!

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