Ontem, sábado, foi
dia de visita à Maria de Lurdes. Um dos dois dias em que só são permitidas 2 ou
3 visitas e por um limitado período de tempo – 1 hora!
A comprovar que a
Liberdade para a Maria de Lurdes poderá ser uma luta prolongada e, sobretudo,
tem de ser levada a cabo com paixão e inteligência, está o relato do que ontem
aconteceu.
Apesar da vaga de
fundo que as diferentes acções que têm estado a ser levadas a cabo provocaram –
Petição, artigos em jornais de distribuição nacional, regional e internacional,
intervenções em programas de televisão de grande audiência, etc. – está a levantar,
fomos confrontados com decisões tomadas no âmbito prisional que emitem sinais
contraditórios.
Por um lado, dois dos
elementos do grupo, que a Maria de
Lurdes assegurou constarem da lista de visitas autorizadas por ela, e que
entregou à “educadora” nomeada para a acompanhar, foram barrados com o
argumento de não constarem da dita lista.
Mas, por outro lado, a
Lurdes foi mudada de cela, depois de, segundo palavras suas, ter sido, durante “quatro
dias de inferno, de sábado a terça à tarde” forçada a partilhar uma cela duas
reclusas perigosas. As suas colegas de cela diziam que lhe partiam as mãos se
ela tocasse na televisão e até a quiseram impedir de tomar banho.
Certamente devido à repercussão que a denúncia das reais causas da sua situação estão a criar na sociedade, ao fim desses quatro dias, a própria directora assumiu o processo e mudou-a de cela e de ala. Depois de uma conversa entre as duas, a Maria de Lurdes está agora numa cela só para si e a recuperar das três noites sem dormir que passou naquele inferno. A Maria de Lurdes ficou feliz, como é compreensível, com o facto de poder descansar em paz.
A comoção que o caso da Maria de Lurdes está a provocar na sociedade
parece ter provocado um surto de humanismo entre o corpo de guardas prisionais
e a própria direcção da Cadeia de Tires. O ambiente, que inicialmente passava
pela provocação mais rasteira – como, por exemplo, ameaças veladas de que “lá
dentro” se encarregariam de a “quebrar” – passou a ser menos tenso.
Exemplo disso pode inferir-se de um episódio que ocorreu muito
recentemente. A Lurdes actualmente só se veste de branco, integralmente! E, uma das guardas perguntou-lhe: “então Lurdes
só se veste de branco?”, ao que ela retorquiu: “e a senhora não se veste só de
azul?”, e a guarda respondeu: “mas isto é a minha farda”, ao que a Lurdes
rebateu, com risadas de ambas: “ mas isto é a cor dos inocentes”. A Lurdes
consegue, porque não é – ao contrário do que o aparelho judicial quis fazer
crer - uma psicótica, provocar uma
empatia e concitar a simpatia.
Mas, se uma guarda prisional lhe diz para ir ver a televisão porque ela
está a aparecer no programa da Fátima Lopes, “A Tarde é sua”, e que, em
querendo, até pode ter uma televisão de 20” na sua cela, tal deve ser
atribuído, em grande medida, à crescente adesão do povo português ao
reconhecimento de que ela foi vítima de uma enorme injustiça, que configura um
monumental erro judicial, e à pressão que vastos sectores da sociedade estão a
fazer para que a Maria de Lurdes seja posta em liberdade.
Está agendado para esta próxima segunda-feira o contacto com um dos
elementos da direcção da prisão – já identificado - para esclarecer o que
aconteceu à lista de visitas que a Maria de Lurdes entregou. O certo é que,
tanto o João como o Luís - e outr@s eventuais visitantes - não poderão, desta
vez - terça-feira -, ser impedidos de visitar a Maria de Lurdes para lhe dar o
seu apoio moral. Se isso acontecer, teremos de concluir, então, que a senhora
directora não tem o controlo do estabelecimento prisional que dirige e que a
arbitrariedade reina naquela estrutura.
Liberdade para a Maria de Lurdes!
Infelizmente tenho de concordar com os que sentem que demasiadas leis contrariam a constituição, resultando na prática, na perseguição e subtração das liberdades conquistadas no 25 de Abril...
ResponderEliminarA luta pela libertação de Maria de Lurdes continua...
ResponderEliminarAté podem pintar a prisão de cor de rosa, mas tal não anula nem diminui a injustiça praticada por este sistema, de que a directora de tires é correia de transmissão. ela agora faz o papel de policia bom, mas este regime só tem policias obedientes ao sistema de exploração, de que são guardiões.
ResponderEliminarAceito um contacto para efeito da Libertação imediata desta
ResponderEliminarSenhora de nome Maria de Lurdes Lopes Rodrigues !
Engº Costa e Sousa , João
eu acho que voces nao tao bem da cabeça. eu conheci a senhora em tires e garanto que ela ou entra nas normas ou nao vai correr bem
ResponderEliminarSó os cobardes se escondem por detrás do anonimato para defenderem "opiniões"!
EliminarQuando quiser dar um nome e um rosto à miserável, obtusa e reaccionária provocação que vomitou, eu próprio, em nome da senhora em causa e do Grupo LPML, dar-lhe-ei a resposta que merece.
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