Delegado do sector da saúde privada
no governo!
Por mais que tente dourar o descalabro em que está a lançar o Serviço
Nacional de Saúde (SNS), Paulo Macedo, o representante da MEDIS e do sector da
saúde privada no governo de traição nacional, não consegue mais esconder o
facto de que Portugal tem um dos piores serviços de saúde da Europa.
Nem a engenharia estatística que,
à custa de uma tão elevada quanto mais do que suspeita incorporação de prevenção na saúde, determinou que Portugal passasse da 25ª posição – entre 34
países analisados pela organização sueca Health
Consumer Powerhouse –, que ocupava em 2012, para o meio da tabela em 2013,
escamoteia o facto de o Ministério da Saúde actuar cada vez mais como uma
comissão liquidatária do serviço público de saúde.
As denúncias da morte de doentes por falta de equipamentos ou instrumentos
absolutamente vitais para assegurar que a preservação da sua vida não é posta
em causa – como aconteceu recentemente com dois doentes no Hospital de Santa
Cruz, em Lisboa – e de que os hospitais públicos tratam cada vez pior os
doentes que a eles recorrem, sendo o acesso a consultas e medicamentos cada vez mais caro e difícil, está a resultar num
aumento incontrolado das taxas de mortalidade, com especial incidência na
população idosa.
Se em 2012, segundo a supracitada organização sueca, Portugal havia, nos
gastos de saúde per capita, ajustados
ao poder de compra e aos custos dos cuidados de saúde, alcançado a 30ª posição
entre os 34 países europeus e, no que diz respeito à percentagem dos gastos
públicos relativamente aos gastos totais com os cuidados de saúde, o país tinha
sido remetido para o 26º lugar, com um valor de apenas 65%, o quadro actual é ainda mais gravoso:
·
Entre 2010 e 2014, a despesa
pública com a saúde sofreu um corte superior a 5,5 mil milhões de euros!
·
os hospitais públicos viram o seu
financiamento reduzido em 666 milhões de euros!
·
Enquanto, pasme-se, as
famigeradas parcerias público privadas (PPP’s) no sector da saúde registaram um
aumento de 166%!
·
Isto é, as transferências do
Orçamento do Estado para grupos económicos privados como o Espírito Santo
Saúde, José Mello e o brasileiro AMIL, passaram de 160 milhões em 2010 para 427
milhões de euros em 2014!!!
Tudo isto,
enquanto no ano corrente os cortes são 3 vezes maiores do que aqueles que foram
impostos por Paulo Macedo e pelo governo de serventuários da tróica
germano-imperialista que integra, em
2013. Não é difícil compreender que assim, por um lado falte tudo no Serviço
Nacional de Saúde (SNS) e nos hospitais públicos, isto é, médicos enfermeiros,
medicamentos, consumíveis, etc.
Só quando
foi confrontado com a greve dos médicos, Paulo Macedo abriu mão de um reforço de 300 milhões de euros para os hospitais
públicos, mas vários médicos já vieram denunciar que tal é uma gota no oceano
das necessidades do sistema hospitalar.
Por força das políticas fascistas e terroristas da tróica e do governo Coelho/Portas, a população trabalhadora em Portugal está literalmente a ser liquidada ou estropiada por negação de cuidados de saúde básicos. O dinheiro que é retirado dos magros salários dos trabalhadores em impostos, taxas e contribuições para a segurança social, o qual deveria servir para manter um serviço nacional de saúde geral, gratuito e de qualidade, acaba por ser desviado para os bancos e os grandes grupos económicos capitalistas.
É preciso dizer bem alto que o povo português se recusa a pagar uma dívida
pública que não é sua e que não foi contraída em seu benefício e que lhe está a
denegar o direito a serviços públicos de saúde dignos e eficientes para si e
para as suas as famílias. É urgente impor a expulsão da tróica, o derrubamento
do governo de traição nacional PSD/CDS e a instituição de um governo do povo e
para o povo, um governo de unidade democrática e patriótica. A saúde tem de ser
um bem público e não um privilégio da classe burguesa e capitalista!
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