Em plena ressaca da aprovação, na generalidade, da Lei do Orçamento para
2016 apresentada por António Costa e o PS na Assembleia da República, eis que
são conhecidos os montantes da dívida em finais de 2015 – 234,4 mil milhões de
euros!
Para os que pudessem acreditar que tal seria um aumento meramente
conjuntural, de fácil resolução, adoptadas que fossem as medidas e o programa
que PS e suas muletas do PCP, BE e Verdes, desenganem-se. Os dados de Janeiro
de 2016, comparados com igual período de Dezembro de 2015, revelam um
crescimento de 3,3 mil milhões da dívida. Isto é, uma tendência prenunciadora
de que, tal como sempre afirmámos, esta dívida não só não cessará de crescer
como é, propositadamente... IMPAGÁVEL!
Para quem assinalou que esta maioria
de esquerda constituía uma vital necessidade para que houvesse uma radical mudança de políticas, para que a aposta no crescimento e no emprego, fossem finalmente ganhas e as políticas de austeridade
promovidas pela tróica germano-imperialista e caninamente impostas pelo
anterior governo de traição nacional de Passos e Portas, tutelado pelo imbecil
de Boliqueime, tombassem,
Aí estão os números que comprovam que a permanência no euro, a manutenção
no espaço europeu onde tratados como os da união bancária e orçamental, entre
outros, retiram a soberania a qualquer estado que a eles se submeta, sobretudo
os de economia frágil e aberta, como Portugal, determinem a prossecução da
venda a pataca dos nossos mais preciosos activos, a preços de saldo e prossiga
a destruição do que resta do nosso tecido produtivo.
Apesar de, como folgam dizer os economistas,
politólogos, analistas e especialistas
do sistema, se verificar um congelamento
quanto aos números do desemprego em Portugal, o que é certo é que, entre desempregados oficiais – 620.400 -, desencorajados
– 242.900 -, subempregados -, ocupados IEFP – 158.000 -, aos quais
se tem de adicionar mais de 450.000 trabalhadores forçados a emigrar, o número
real de desempregados é de mais de 1.714.100
!!!
Agora, que já vão longe as sucessivas alusões ao milagre económico e ao alegado termino da condição de protectorado
a que Portugal esteve sujeito, que constituíam, segundo Coelho e Portas, e o seu tutor Cavaco, a autêntica falácia
e desesperada tentativa de mistificar a situação de que as medidas terroristas
e fascistas que o governo de traição nacional aplicava contra o povo português,
os oportunistas dessa esquerda formal procuram novas desculpas para justificar
as razões porque não se tem produzido a anunciada redução, quer do défice, quer
da dívida.
Desde logo, o estafado argumento a que todos eles – PS, PSD e CDS – deitam
mão, numa tentativa desesperada de alienar o povo e mistificar as verdadeiras causas – aquilo que foi escondido ou escamoteado nas contas dos governos
anteriores!
É hoje uma evidência que, desde que se iniciou a execução do plano de reajustamento, que era suposto fazer reduzir a dívida e o deficit do país, ambos os
factores não tem parado de aumentar, sendo certo que no final de 2015 a dívida
foi muito superior a 134% do Produto Interno Bruto (PIB), sendo uma possibilidade
real, se o deficit revelar o aumento de Janeiro do ano que agora se inicia,
que no final de 2016, esse deficit possa vir a ultrapassar os 140%!
Desde que em 2011 PS, PSD e CDS assinaram o Memorando de
Entendimento com a tróica que vimos a denunciar
o facto de que o pacto que ele representava iria agravar e exponenciar a
condição de Portugal como protectorado ou colónia do imperialismo
germânico e que, enquanto se persistisse no objectivo de pagar uma dívida
ilegítima, ilegal e odiosa, nunca Portugal poderia ver-se livre dessa
humilhante condição para a qual aqueles traidores e vendidos atiraram o país e
o povo português.
Isto porque, como também sempre denunciámos, a dívida cujo pagamento estão
a impor, a ferro e fogo, ao povo português, para além de não ter sido contraída
por ele, nem o povo dela ter retirado qualquer benefício, mais não é do que a
consequência e o corolário de uma política que os serventuários Sócrates,
Cavaco, Coelho e Portas aceitaram e que assentou, e continua a assentar,
na aceitação da destruição do nosso tecido produtivo, da venda a retalho de
activos e empresas públicas estratégicas e de uma cada vez maior dependência do
exterior.
Política que prosseguirá, e até se agravará, tudo indica, se a esquerda
parlamentar, mesmo que formal, não entender que, enquanto Portugal estiver
refém da dívida, manietado na sua soberania por tratados iníquos e sujeito a
uma moeda como o euro – o marco alemão travestido, uma evidência que já poucos
negam – é a quadratura do círculo a que está a sujeitar a classe operária, os
trabalhadores e o povo português.
A dependência do exterior a que Portugal está cada vez mais sujeito, traduz-se
no facto de termos, hoje, com o nosso tecido produtivo destruído, que importar
mais de 80% daquilo de que necessitamos para satisfazer as necessidades básicas
do povo e, simultâneamente, gerar economia, o que levará, sem apelo nem agravo,
a que o ciclo de endividamento se reproduza ininterruptamente, de forma sempre
crescente. O que, a par do agravamento dos juros faraónicos que a tróica
germano-imperialista e os grandes grupos financeiros e bancários – com os
alemães à cabeça – impõem, tornará a dívida, para além de crescente… IMPAGÁVEL!
A dívida impagável e a condição de protectorado perpétua! Isto porque,
mesmo que se acreditasse em milagres divinos e a dívida – em parte ou na
totalidade – viesse a ser paga, a condição de protectorado para a qual os sucessivos
governos PS e PSD, acolitados pelo CDS, atiraram Portugal – e que, pelos vistos, a
nova maioria de esquerda insiste em
replicar e legitimar - permanecerá inalterada por virtude do tão elogiado Tratado de Lisboa que visa criar o
famigerado governo económico europeu!
Numa conjuntura em que António
Costa e o PS tentam aparecer como paladinos do desenvolvimento e do emprego, da
justiça social, da defesa do SNS e do sistema público de educação, é bom
lembrar os mais esquecidos que quem
preparou, apadrinhou e aportou novas e criativas propostas para o Tratado de Lisboa foi precisamente Sócrates e o PS , tratado que, tanto quanto se sabe,
Costa nunca fez menção de dizer que pretende denunciar e, muito menos, revogar.
Bem pelo contrário, não se cansa de afirmar o respeito pelo compromissos!
Convém também recordar que PS, PSD e CDS, aceitaram os pressupostos desse
autêntico pacto de traição nacional, o Tratado Orçamental , um mecanismo que obriga todos os estados membros, particularmente os que
aderiram à zona euro, a incorporar nas
suas constituições a possibilidade de ser um organismo externo ao seu país, o tal governo económico europeu, a definir a política orçamental de cada um desses países e a tornar meros
serventuários dos ditames do directório europeu - onde a potência dominante é a
Alemanha - os governantes de cada um deles, autênticos tiranetes e traidores nacionais.
O espectáculo recente da chantagem e pressão exercida pela Comissão
Europeia – que levou, inclusive, a que o primeiro draft de orçamento apresentado pelo governo em Bruxelas fosse
liminarmente chumbado – é paradigmático dessa sujeição, dessa capitulação a uma
política orçamental – e não só – ditada, não pelos interesses e necessidades do
povo português, mas antes pela estratégia e pelos interesses de uma potência
como a Alemanha.
Convirá recordar, ainda, que para além da perda de soberania orçamental, a apressada proposta levada ao Parlamento Europeu pela deputada do PS, Elisa Ferreira,
naquele forum, de votação de um tratado
sobre a união bancária europeia – de que Portugal está a servir de cobaia com o
recente desmantelamento do Grupo GES/BES e da separação do banco mau do banco bom, o Novo Banco, que muita tinta ainda fará correr e, mais recentemente, com a resolução do BANIF-, estes miseráveis
traidores aceitaram que a banca portuguesa perdesse a pouca autonomia e
independência que lhe restava e o sistema bancário português passasse a ser uma
mera correia de transmissão dos interesses do
Deutsh Bank ou do BCE que por ele é dominado.
E para que a sujeição colonial ficasse completa, PS, PSD e CDS, aceitaram,
também, a imposição ao povo português da adesão de Portugal ao euro. Com
a consequente perda de soberania cambial. A sujeição de uma economia frágil e
fragilizada pela destruição maciça do seu tecido industrial – ditado pelos
sucessivos acordos que aqueles partidos subscreveram, primeiro com a CEE e,
depois, com a União Europeia -, a uma moeda que mais não é do que o marco
travestido de euro, uma moeda forte como convém a uma potência como a Alemanha,
não permite a Portugal utilizar os mecanismos de valorização ou desvalorização
da moeda conforme melhor satisfizesse os seus interesses económicos e
financeiros.
Neste contexto, a dívida é a argamassa ou o cimento que molda a estrutura
da dominação colonial, composta, por um lado, pela capacidade que este governo económico europeu tem em impôr a
política orçamental a todos os países que subscreveram o Tratado de Lisboa e, por outro, pelo marco travestido de
euro que rouba a autonomia da política cambial que melhor pudesse servir os
interesses de cada um desses países. Todos eles instrumentos de domínio e
chantagem manipulados por uma potência com um superavit industrial e financeiro
resultante, precisamente, da estratégia que conseguiu impôr aos outros países
europeus, de destruição dos seus tecidos produtivos – a Alemanha que consegue,
sem disparar um único tiro o que Hitler não conseguiu: dominar e subjugar a
Europa e posicionar-se como potência mundial de referência!
Daí defendermos que
não bastaria congregar todas as forças democráticas e patrióticas para derrubar o governo de Passos e Portas, tutelado por
Cavaco ou, no futuro próximo, acarinhado por Marcelo. Como não será suficiente
o repúdio do pagamento desta dívida. O governo que resultar da unidade dessas
forças terá de assegurar, para além da definição e execução de um plano
económico e financeiro rigoroso, que defenda os interesses do povo português e
a soberania nacional, que se rompa com o colete de forças que constituem os
instrumentos responsáveis pela perda de independência nacional e pelo
agravamento das condições de vida do povo, isto é, a dívida, o euro, a Unidade Europeia e os tratados que ela
tem vindo a impor para sujeitar e colonizar o povo português!
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