Ao participar de forma activa, disponível e alegre na
campanha do Banco Alimentar que ontem teve lugar em várias grandes superfícies
comerciais, que aderiram prontamente por todo o país, Marcelo Rebelo de Sousa caucionou,
sem qualquer margem para dúvida, a autêntica pilhagem que está por detrás deste
tipo de iniciativas.
Destinadas a suprir as carências dos mais pobres dos pobres,
como denuncio à exaustão no meu artigo - https://queosilenciodosjustosnaomateinocentes.blogspot.com/2018/06/caridade-roubada.html
- , quem ganha com este tipo de campanhas é o estado, que não deixa de
cobrar o IVA sobre as compras efectuadas no âmbito destas campanhas, e as
grandes cadeias de distribuição – Pingo Doce, Continente, etc. – que esperam
com grande ansiedade por estes eventos para terem um pico de vendas suplementar
ou para escoar stocks.
Marcelo, mostra bem, com esta sua iniciativa, para quem se
dirigem e a quem servem os seus “afectos”! Para os grandes monopólios da
distribuição – sobretudo alimentar – para exponenciar os seus lucros. Não é
certamente a pensar nos pobres. Porque, se fosse, há muito que teria percebido
que a causa da pobreza para que foi atirada grande parte do povo português é
outra.
É a imposição de pagar uma dívida que não contraiu e da qual
não retirou qualquer benefício. É o facto de os sucessivos governos, quer o de
coligação da direita com a extrema direita, quer o da actual coligação entre PS e
as sua muletas do PCP/BE e Verdes, que se prestarem a alimentar um negócio como o
da “dívida soberana”, alocando para o seu pagamento – e o pagamento do “serviço
da dívida” (leia-se, juros) – as verbas que deveriam ser destinadas a suprir o
investimento necessário à criação de emprego, às necessidades no campo da
saúde, da educação, da habitação, da mobilidade, etc.
O que Marcelo foi caucionar foi a caridadezinha burguesa que
escamoteia que não é com migalhas humilhantes e degradantes que se satisfazem
as necessidades do povo!
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