quarta-feira, 10 de julho de 2013

O discurso da traição nacional

Um compromisso para o reforço da exploração do povo e perda de soberania do país!

Na sua alocução ao país, Cavaco avançou três grandes linhas de pensamento:

1.       A chantagem - Que a solução que passa pela dissolução do parlamento acarretaria para os portugueses, depois de tantos sacrifícios que lhes foram exigidos – o eufemismo da declaração escamoteia a natureza terrorista e fascista das medidas que foram impostas pelo seu governo de traição nacional – enormes riscos, consubstanciados, em última análise, na necessidade de se recorrer a um 2º resgate

2.       O Memorando – Recordou que são três os agentes políticos – PS, PSD e CDS – que subscreveram o Memorando de Entendimento e que, portanto, não faz sentido, no seu entender, sujeitar o país e o povo a um acto eleitoral que estaria, segundo ele, conformado (para não dizer ensombrado)pelo que a tróica germano-imperialista impôs através desse documento

3.       A Solução – Um Compromisso de Salvação Nacional! Isto é, reconhecendo que o governo está em plenitude de funções, apela a que o PS participe na refundação do estado, via participação, no curto e médio prazo, na aprovação e aplicação das medidas que assegurem que, por um lado, o povo continue a pagar uma dívida que não contraiu e da qual não retirou qualquer benefício e, por outro, imponha o modelo de competitividade que os grandes grupos financeiros e bancários, a sua tróica e o imperialismo germânico têm em mente, isto é, a sujeição da classe operária e dos trabalhadores portugueses a um esquema de trabalho intensivo, pouco qualificado e baratinho, transformando o nosso país numa espécie de Malásia da Europa.

O que Cavaco não precisou de dizer, mas está implícito no seu discurso de sedução,  foi que, estando o PS comprometido com o Memorando com a tróica germano-imperialista, conta com a sua participação nesta solução de compromisso de salvação nacional, sendo que o prémio que lhe estaria reservado era o de, até Junho de 2014 – data em que termina o programa de assistência – satisfaria a sua exigência de dissolver a Assembleia e convocatória de eleições antecipadas.

Mas, o prémio adicional tem de ser contextualizado no facto de as mais recentes sondagens levadas a cabo pela Universidade Católica revelarem que, se é certo que o PSD desce seis pontos percentuais, o PS não descola dos 31% (tendo, até, baixado dois pontos percentuais). E qual é esse prémio? É o de, até Junho de 2014, PS, PSD e CDS, através do compromisso de salvação nacional, salvarem a face por terem todos subscrito o Memorando de Entendimento com a tróica, e PSD e CDS o estarem a executar, e terem tempo para destilar toda a sorte de promessas, mentiras e intrigas que conduza a uma melhor perspectiva eleitoral para cada um destes partidos pró-tróica, que evite que o poder caia na rua, isto é, não venha a estar ao serviço de uma verdadeira política nacional, democrática e patriótica, anti-imperialista.

Este discurso de Cavaco é o reconhecimento de que a contra-revolução está num impasse. Os diferentes sectores da burguesia não se entendem quanto ao modo e à intensidade da exploração a que pretendem sujeitar os trabalhadores e o povo. Nenhum dos sectores da burguesia tem força para protagonizar a sua solução. Como não tem força para subjugar um cada vez mais pujante movimento democrático patriótico que indica um outro modelo, uma outra solução, um novo paradigma. E é precisamente por temer que as forças da revolução se agigantem ainda mais e deponham, sem hesitações, este governo de traição nacional, que Cavaco faz ver aos diferentes sectores da burguesia quão suicida pode ser esta luta fratricida.


A alocução de Cavaco é mais um episódio na política de traição nacional que prossegue, é mais um capítulo  da história de serventia ao serviço do imperialismo germânico e dos grandes grupos financeiros e bancários e contra o povo e quem trabalha. É uma clara afronta, aliás, à exigência e ao clamor de vastos sectores do mundo do trabalho, mas também de intelectuais, personalidades independentes, plataformas cidadãs e elementos com e sem partido que manifestaram de forma viva e clara a sua oposição à continuação de uma política que mais não faz do que agravar a condição de protectorado ou sub-colónia de Portugal, remetendo para um agravamento das condições de vida o povo e quem trabalha.

1 comentário:

  1. Os partidos responsáveis pelo desastre existente para o povo português, mais tarde ou mais cedo!pagarão bem caro e levarão o correctivo como a vendilhões do "templo" pela entrega da nossa soberania ao serviço do imperialismo Alemão e seus fieis da banca e seus lacaios!!!

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