domingo, 28 de julho de 2013

Seguro faz parte do problema e não da solução!

À medida que parece assentar a poeira levantada pelas famigeradas reuniões para um compromisso de salvação nacional que Cavaco Silva, através  do golpe de estado que organizou e protagonizou, impôs ao três partidos do arco da governação – PS, PSD e CDS – que em 2011 assinaram o Memorando de Entendimento com a tróica germano-imperialista, memorando que remeteu Portugal para a condição de protectorado e o povo português sujeito à maior hecatombe fiscal de todos os tempos, novas e reveladoras histórias vêm a luz do dia.

Desde logo a história agora vinda a público da existência de uma carta secreta , com o carimbo de confidencial e pessoal, que Cavaco alegadamente endereçou a Seguro, Passos e Portas, dois dias após a sua pungente e dramática alocução ao país – isto é, dia 12 do corrente -,  e na qual Cavaco, de forma clara e meridiana, diz já não poder confiar no PSD e no CDS para levar o PS a um pacto de regime conforme exigem os grandes grupos financeiros e bancários que sustentam aquilo a que se convencionou chamar de mercados, designação que não passa do nome de código para banca, exploração e juros faraónicos, ilegítimos, ilegais e odiosos.

Recorde-se que na supracitada alocução, Cavaco exigia, não um acordo vago e indefinido, mas sim um compromisso que, para além de promover a revisão do memorando, assegurasse reformas duradouras. Isto é, que o roubo do trabalho e dos salários, a facilitação e o embaretecimento dos despedimentos, que o aumento dos impostos sobre os bens essenciais e sobre os rendimentos do trabalho, a redução, temporal e em montante, de benefícios sociais como as reformas, o subsídio de desemprego e de doença, entre outros, deixassem de ser temporários para passarem a definitivos e ao arrepio das veleidades  do Tribunal Constitucional que, apesar de inconsequente e parcial, parece constituir uma força de bloqueio para aquelas forças anti-patrióticas e anti-democráticas que persistem em vender o país a retalho e a sacrificar o povo no altar de uma dívida que este não contraiu, nem dela tirou benefício algum.

Ficámos também a saber que a direcção do oportunista Seguro, que tem um espelho seu sentado à mesa da concertação social, disposto a estender a passadeira vermelha da pactuação com os interesses da tróica germano-imperialista que o seu chefe não pode ainda estender ao governo de traição nacional de Cavaco, Coelho e Portas – falamos, claro está, de Carlos Silva, o inefável Secretário-Geral da UGT –, esteve a um passo de não resistir à tentação de assinar esse compromisso de salvação nacional, não tendo sido a menção feita por Coelho – ao bom estilo salazarista e fascista que o tem caracterizado – à necessidade de uma união nacional que terá impedido Seguro, para já, de assinar tal acordo.

Se é certo que as contradições que estalaram entre os diferentes sectores representados nessa autêntica federação de partidos que dá pelo nome de PS, incluindo um valente puxão de orelhas do seu líder histórico, Mário Soares, que verberou a forma como Seguro anunciou a ruptura das negociações com o PSD e o CDS, considerando que este terá sido brando e gerido mal a crise política despoletada por Cavaco, parecem ter para já impedido que o tal compromisso para a salvação nacional se concretizasse, não menos certo é que Seguro e a direcção do PS que encabeça deixaram a porta escancarada a que o mesmo venha a ser uma realidade, isto se o povo e todas as forças democráticas e patrióticas não derrubarem entretanto este governo de traição nacional e o seu mentor Cavaco Silva e impuserem um governo democrático patriótico.


Enquanto as bases socialistas, onde se inclui um vasto sector de operários e, sobretudo, centenas de milhar de trabalhadores, homens e mulheres com um passado de luta e defesa da liberdade, da democracia e da independência nacional, não se mobilizarem para exigir que se faça um balanço crítico, profundo e sério da governação de Sócrates e da responsabilidade que o seu governo teve em abrir a Caixa de Pandora que levou o povo português à situação política, económica e financeira actual, enquanto as bases socialistas não se dispuserem a organizar-se para correr com a actual direcção do PS, protagonizada por Seguro, que persiste em fazer do partido um dos pilares que sustentam o problema que um governo democrático patriótico visa resolver, este partido nunca poderá fazer parte de uma solução democrática e patriótica que se recuse a pagar a dívida e prepare Portugal para a saída do euro e da União Europeia.

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