domingo, 8 de dezembro de 2013

A morte de Mandela e os hipócritas

mandela 01A morte do grande dirigente democrático do povo sul-africano Nelson Mandela suscitou uma série de manifestações oportunistas e hipócritas por parte de dirigentes reaccionários nacionais e internacionais.
Em Portugal, não deixa de ser no mínimo nauseabunda a forma como Cavaco Silva e outros dirigentes da coligação PSD/CDS se referiram à figura e acção política de Nelson Mandela na luta contra o apartheid, como se de democratas se tratasse.
É que, em 1987, quando Cavaco era primeiro-ministro, Portugal foi o único país da Europa que, juntamente com os EUA (de Reagan) e a Grã-Bretanha (de Thatcher) votou contra uma moção aprovada na Assembleia Geral da ONU, na qual, a par de se apoiar a luta armada defendida por Mandela se condenava o regime assassino e racista então no poder na África do Sul, e se exigia a libertação imediata deste dirigente e de todos os presos políticos.
Procurando escamotear o sentido inequívoco daquela posição, Cavaco, visivelmente perturbado por ser desmascarado, tentou justificar-se com o facto de, nessa altura, ser orientação da CEE a oposição à luta armada contra o regime racista sul-africano, luta armada essa proclamada e defendida por Mandela.
Mas, se assim era, Cavaco não explicou então por que razão é que todos os restantes países da CEE votaram favoravelmente aquela mesma moção a que, vergonhosamente, só Portugal e os seus amos imperialistas americanos e ingleses se opuseram.
Fica-se assim, por outro lado, a saber que Cavaco também se oporia à luta armada de libertação do povo timorense contra a ocupação indonésia.
De nada vale a Cavaco, a par de Barroso, Cameron, Obama e quejandos, vir agora hipocritamente honrar a memória de Mandela, quando na verdade o que sempre os motivou e motiva é o pavor da revolução e da luta de emancipação dos povos do jugo imperialista.

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