sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Transferir pagamento da dívida é agravar e perpetuar genocídio fiscal sobre o povo!

Na senda do milagre económico anunciado todos os dias pelo governo vende-pátrias de Coelho, Portas e Cavaco, esta semana foi amplamente publicitada uma operação de transferência de dívida, no montante de 6.640 milhões de euros, que supostamente deveria vencer e ser paga durante os anos de 2014 e 2015 e que, com esta manobra, é reestruturada de molde a vir a ser paga entre 2017 e 2018!

O facto de não ter havido qualquer reacção por parte da direcção de Seguro quanto a um aspecto nuclear desta operação, isto é, que esta parte da dívida agora adiada – que querem sempre impor que seja o povo a pagar – virá a vencer muito após 2015, ano em que o actual governo, se não for entretanto derrubado, cessará funções, em nada nos surpreende.

Confirma, aliás, o que sempre denunciámos. Isto é, que o PS está tão comprometido nesta política de austeridade, sustentada pela imposição do pagamento de uma dívida que não foi contraída pelo povo, nem o povo dela retirou qualquer benefício – até porque se dispôs a assinar esse autêntico pacto de agressão que foi o Memorando de Entendimento com a tróica germano-imperialista -, quanto Coelho, Portas e Cavaco, apenas divergindo de PSD e CDS quanto ao modo e ao tempo em que tal dívida deveria ser paga, e qual a forma a adoptar para reduzir o défice.

Claro está que os grandes grupos financeiros e bancários exultam com o negócio da dívida, sendo que operações deste tipo estão a ser convenientemente desenhadas para a tornar IMPAGÁVEL, quer pelo facto de o país não gerar riqueza que sustente o seu pagamento, quer porque a esses grupos convém mantê-la em lume brando de forma a proporcionar-lhes uma renda perpétua e crescente! De realçar que esta operação cosmética representará um acréscimo de 100€ para cada elemento do povo que está a ser obrigado a pagar a dívida e este episódio da sua reestruturação!!!

Mas, se os principais responsáveis pela situação são o governo de serventuários de Coelho, Portas e Cavaco, não podemos deixar de denunciar as manobras tacticistas do PS e de Seguro que, face à situação política actual, não só não divergem de PSD e CDS quanto à obrigatoriedade do pagamento de uma dívida que é ilegal, ilegítima e odiosa, como não respondem à questão central de saber o que fariam se o povo, uma vez mais inebriado pelos seus cantos de sereia, lhes desse o seu voto e formassem governo.

Não podemos deixar de denunciar, também, quem, afirmando-se de esquerda e contra a política de austeridade imposta pelo défice e pela dívida, escamoteia que tais fenómenos são uma decorrência do sistema capitalista e que nunca poderiam ser os trabalhadores e o povo a ser chamados a pagar a factura das crises próprias do sistema que os explora, assim, duplamente – através do roubo do trabalho e dos salários e através do genocídio fiscal que lhes está a ser imposto.

Uns e outros tentam tapar o sol com a peneira, ao escamotear que, para que, em simultâneo, se pagasse a dívida e o serviço da mesma (juros), se criasse emprego e riqueza, se estancasse e revertesse a sangria de jovens quadros que a emigração está a provocar, se mantivessem e melhorassem os serviços públicos e as prestações sociais, medidas destinadas a combater o empobrecimento e a miséria que se estão a alastrar, a economia teria de crescer, no período de 2014 a 2021, qualquer coisa como 14%!

Ora, como em milagres destes nem o governo, nem Cavaco, nem Seguro e o seu PS, acreditam, não serão os operários, os trabalhadores e o povo português a acreditar nesse ópio inebriante do milagre económico anunciado, não já em Fátima, mas por S. Bento!


Só o derrube deste governo de traição nacional e do seu mentor Cavaco e o isolamento das posições oportunistas que insistem em defender a renegociação ou reestruturação da dívida, só a unidade de todas as forças e personalidades democráticas e patrióticas, poderão mudar este paradigma, constituindo um Governo Democrático Patriótico que, para além da recusa do pagamento da mesma, prepare Portugal para a saída do euro e da União Europeia, e ponho em marcha um plano criterioso de investimentos que promova a recuperação do tecido produtivo destruído e a soberania e independência nacional.

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