Na senda do milagre
económico anunciado todos os dias pelo governo vende-pátrias de Coelho,
Portas e Cavaco, esta semana foi amplamente publicitada uma operação de transferência de dívida, no montante de
6.640 milhões de euros, que supostamente deveria vencer e ser paga durante os
anos de 2014 e 2015 e que, com esta manobra, é reestruturada de molde a vir a ser paga entre 2017 e 2018!
O facto de não ter havido qualquer reacção por parte da
direcção de Seguro quanto a um aspecto nuclear desta operação, isto é, que esta
parte da dívida agora adiada – que
querem sempre impor que seja o povo a pagar – virá a vencer muito após 2015,
ano em que o actual governo, se não for entretanto derrubado, cessará funções,
em nada nos surpreende.
Confirma, aliás, o que sempre denunciámos. Isto é, que o PS
está tão comprometido nesta política de austeridade,
sustentada pela imposição do pagamento de uma dívida que não foi contraída pelo
povo, nem o povo dela retirou qualquer benefício – até porque se dispôs a
assinar esse autêntico pacto de agressão que foi o Memorando de Entendimento com a tróica germano-imperialista -, quanto
Coelho, Portas e Cavaco, apenas divergindo
de PSD e CDS quanto ao modo e ao tempo em que tal dívida deveria ser paga, e qual a forma a adoptar para reduzir o défice.
Claro está que os grandes grupos financeiros e bancários
exultam com o negócio da dívida,
sendo que operações deste tipo estão a ser convenientemente desenhadas para a
tornar IMPAGÁVEL, quer pelo facto de o país não gerar riqueza que sustente o
seu pagamento, quer porque a esses grupos convém mantê-la em lume brando de forma a proporcionar-lhes
uma renda perpétua e crescente! De
realçar que esta operação cosmética
representará um acréscimo de 100€ para cada elemento do povo que está a ser
obrigado a pagar a dívida e este
episódio da sua reestruturação!!!
Mas, se os principais responsáveis pela situação são o
governo de serventuários de Coelho, Portas e Cavaco, não podemos deixar de
denunciar as manobras tacticistas do PS e de Seguro que, face à situação
política actual, não só não divergem de PSD e CDS quanto à obrigatoriedade do pagamento de uma dívida que é ilegal, ilegítima
e odiosa, como não respondem à questão central de saber o que fariam se o povo,
uma vez mais inebriado pelos seus cantos de sereia, lhes desse o seu voto e
formassem governo.
Não podemos deixar de denunciar, também, quem, afirmando-se
de esquerda e contra a política de austeridade
imposta pelo défice e pela dívida, escamoteia que tais fenómenos
são uma decorrência do sistema capitalista e que nunca poderiam ser os
trabalhadores e o povo a ser chamados a pagar a factura das crises próprias do
sistema que os explora, assim, duplamente – através do roubo do trabalho e dos
salários e através do genocídio fiscal que lhes está a ser imposto.
Uns e outros tentam tapar
o sol com a peneira, ao escamotear que, para que, em simultâneo, se pagasse
a dívida e o serviço da mesma (juros), se criasse emprego e riqueza, se
estancasse e revertesse a sangria de jovens quadros que a emigração está a
provocar, se mantivessem e melhorassem os serviços públicos e as prestações
sociais, medidas destinadas a combater o empobrecimento e a miséria que se
estão a alastrar, a economia teria de crescer, no período de 2014 a 2021,
qualquer coisa como 14%!
Ora, como em milagres destes nem o governo, nem Cavaco, nem
Seguro e o seu PS, acreditam, não serão os operários, os trabalhadores e o povo
português a acreditar nesse ópio inebriante do milagre económico anunciado, não já em Fátima, mas por S. Bento!
Só o derrube deste governo de traição nacional e do seu
mentor Cavaco e o isolamento das posições oportunistas que insistem em defender
a renegociação ou reestruturação da dívida, só a unidade
de todas as forças e personalidades democráticas e patrióticas, poderão mudar
este paradigma, constituindo um Governo Democrático Patriótico que, para além
da recusa do pagamento da mesma, prepare Portugal para a saída do euro e da
União Europeia, e ponho em marcha um plano criterioso de investimentos que
promova a recuperação do tecido produtivo destruído e a soberania e
independência nacional.
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