100 mil esperam por uma habitação digna
e a preços acessíveis!

Estas
famílias são a parte visível do iceberg que
são os chamados danos
colaterais que o PCTP/MRPP sempre denunciou que
iriam suceder, provocados por:
1.
Sucessivas leis das rendas, desde a que
foi elaborada e aprovada durante os governos de Sócrates, até ao refinado NRAU proposto pela fascista Cristas e aprovada
pelo governo de coligação da direita com a extrema-direita – do PSD/CDS-PP;
2.
Pelos sucessivos Planos Directores
Municipais (PDM) – o mais elaborado dos quais foi o primeiro PDM de Lisboa
proposto por Jorge Sampaio -, que privilegiaram a liberalização dos solos, ao invés de implementarem e consolidarem a sua municipalização;
3.
Benefícios fiscais – promovendo,
inclusive, a isenção de impostos para os chamados fundos imobiliários, com a premissa de que tais fundos ajudariam à reabilitação urbana e ao restauro de prédios degradados, sobretudo
nos grandes centros urbanos;
4.
Liquidação, esbulho e roubo das principais
plataformas e organismos com capacidade para se constituírem como reguladores
do mercado imobiliário – o caso mais paradigmático é o da EPUL, em Lisboa, cujo
património foi saqueado pela Câmara Municipal de Lisboa, quando António Costa
presidia ao seu executivo, o que lhe proporcionou, com a verba
extorquida, limpar o resultado negativo que o orçamento camarário
então apresentava.

Sempre
que o governo ou os executivos camarários responsáveis pela execução de leis
como a das rendas ou da gestão dos solos urbanos
vierem propalar que a sua preocupação foi a de acrescentar valor às cidades, afirmando que tal foi conseguido, em
poucos anos, com a reabilitação de prédios urbanos degradados, o que estas
famílias de operários, trabalhadores e outros elementos do povo têm de
questionar é o seguinte:
1.
Acrescentar
valor para quem?
2.
Reabilitar edifícios urbanos para servir que interesses?
E, na
resposta, só conseguirão identificar os fundos imobiliários e
a especulação imobiliária como principais destinatários dos tão elogiados benefícios.
Sem que
seja levada a cabo uma política de municipalização dos solos, em que caiba a
cada município decidir sobre o destino a dar a cada uma das parcelas, isto é:
1.
O que em cada uma delas deve ser
construído;
2.
Que interesse social deve servir;
3.
Quais os custos e margens que quem aceitar
os cadernos
de encargos deve esperar.

O que os fundos imobiliários nos trouxeram, a reboque da reabilitação urbana, foi a transformação de milhares de casas degradadas e devolutas em alojamentos locais, hostels e hotéis, e não à sua disponibilização para o mercado do arrendamento a preços acessíveis para os rendimentos dos trabalhadores.

Aliás,
por efeito desta especulação nos grandes centros urbanos, a pressão imobiliária
já se começa a fazer sentir nas suas periferias, o que vai agravar a situação e
atirar um número crescente de elementos do povo para a potencial condição de
sem abrigo.


Nenhuma
medida foi tomada para, de raiz, resolver o tremendo problema da habitação que
existe nos principais centros urbanos do país, e que se prende com a
desenfreada especulação imobiliária que serve os famigerados fundos imobiliários e toda a sorte de proprietários sem escrúpulos.
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