Realizou-se, no passado dia 1 de Março, um Conselho de
Estado convocado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para debater as repercussões mundiais do
Brexit, dando sequência a um Conselho anterior, para o qual tinha sido convidado Michel
Barnier – o negociador chefe da União Europeia para o Brexit – para fez uma
exposição sobre a condução das negociações e durante a qual formulou a sua
própria leitura sobre a posição britânica e quais os desenvolvimentos futuros
expectáveis.
Para além dos habituais conselheiros de estado, Marcelo
decidiu convidar Christine Lagarde, a directora do Fundo Monetário
Internacional, uma das organizações que integrou a tríade – FMI/BCE/UE - que
impôs a Portugal um vergonhoso e humilhante “Memorando de Entendimento” –
assinado por PS/PSD/CDS e tutelado por Cavaco - para impor ao povo português o
pagamento de uma “dívida soberana” que não contraiu, e da qual não retirou
qualquer benefício. Uma dívida privada transformada em dívida pública.
Que Christine Lagarde tenha aproveitado a oportunidade para
agradecer ao governo de lacaios que em Portugal antecipou o pagamento de uma
tranche da “dívida” reclamada pelo FMI, não nos surpreende. Que nenhuma
referência tenha sido feita a que do pagamento da “dívida” esteja a resultar a
venda ao desbarato dos mais importantes activos do país e a destruição do SNS,
o desinvestimento nos transportes, no sector da educação, nos programas
habitacionais, etc., também não nos surpreende.
Como não nos surpreende que, nenhum dos conselheiros– já
para não falar do próprio presidente e do 1º ministro António Costa, ambos presentes
– tenha sequer esboçado repulsa contra tal miserável provocação, mormente
denunciando quais os efeitos nefastos para o povo português que o pagamento de
tal “dívida” está a provocar.
A foto que aqui se publica é bem demonstrativa do “consenso”
que o pagamento da “dívida pública” gera entre todos os partidos do “arco da
governação” e do “arco parlamentar” , apesar de alguma nuances entre eles, que
servem apenas para enganar o povo. Veja-se se, perante o alegre convívio entre
Cavaco, Marcelo, Francisco Louçã, do BE, e Domingos Abrantes, do PCP, não é
caso para dar razão ao meu saudoso camarada Arnaldo Matos quando questionava
se, afinal, isto não é tudo um putedo!
Eu faço ainda um pequeno reforço: isto é tudo um putedo franciscano
ResponderEliminarNova chefe do governo sem eleições. Já estão nos governos da Grécia e Itália. Agora em Portugal 4ever!
ResponderEliminarE ninguém se toca.
E digo mais, isto é tudo um putedo...elevado à quinta potência.
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