A mistificação que está a ocorrer em torno da acção política
levada cabo por Cavaco Silva, designada
por compromisso para a salvação nacional,
é transversal a todos os partidos do chamado arco parlamentar.
De facto não admira que quem, em 2011, assinou o Memorando de Entendimento com a tróica
germano-imperialista – PS, PSD e CDS – se disponha agora a dar resposta
positiva ao apelo do presidente para
estabelecer este autêntico pacto de traição nacional.
Também não surpreende que aqueles que clamam pela renegociação e pela reestruturação da dívida, admitindo que parte dela é “legítima” e
que, portanto, deve ser paga, e escamoteando
que a dívida é um instrumento da dominação imperialista sobre Portugal e de
chantagem, exploração, miséria e humilhação sobre o povo e quem trabalha, não
façam qualquer referência ao facto do que o que realmente sucedeu foi um golpe de estado.
O que todos eles, com uma linguagem mais à direita, ao centro ou à esquerda escamoteiam, tal como o fizeram durante as eleições
legislativas de 2011, é que, quando e se o povo for chamado, através do seu
voto, a determinar qual a solução que deseja para a crise e para a dívida, seja
confrontado com o facto de, afinal, essa solução
já ter sido previamente encontrada.
É precisamente isto que o golpe de estado levado a cabo por
Cavaco Silva visa. Transformar as anunciadas eleições antecipadas de Junho ou
Julho de 2014 – a cenoura que Cavaco acenou à direcção oportunista e traidora
de Seguro – numa autêntica farsa.
Numa encenação que a tróica germano-imperialista preparou
meticulosamente, lançando mão de um compromisso
para a salvação nacional – que mais não é do que a reprise do Memorando de
entendimento de 2011 , assinado pelos mesmos partidos que agora se dispõem
a assinar este pacto de traição, PS, PSD e CDS .
O compromisso de mais austeridade, de mais medidas
terroristas e fascistas a aplicar contra o povo e quem trabalha, o compromisso
de vender por trinta dinheiros a soberania e a independência nacional,
persistindo em amarrar Portugal ao euro e à União Europeia, precisamente os
instrumentos que levaram a esta autêntica tragédia nacional.
Desenganem-se aqueles que acreditam que podem pescar nestas
águas turvas da traição e delas retirar benefícios próprios. Cairão, como todos
os traidores, às mãos do povo. E verificarão, por experiência própria, que o
povo português sempre soube, ao longo da história, qual o destino a dar a todos
os Migueis de Vasconcelos: defenestrá-los, derrubá-los do pedestal da
arrogância e terror onde se julgam intocáveis.
É cada vez mais clara e notória que a única saída, a única
solução a favor dos interesses do povo e de quem trabalha, passa pelo derrube
deste governo de traição nacional e do seu chefe Cavaco, da constituição de um
governo democrático patriótico que consiga agregar e representar os interesses
do maior número de classes e sectores de classe – desde a classe operária e dos
trabalhadores de vários sectores até pequenos e médios empresários.
Um governo cujas primeiras medidas sejam decretar a
suspensão do pagamento da dívida e dos juros, implementar um plano criterioso
de investimentos produtivos assente no princípio da recuperação do nosso tecido
produtivo e prepare o povo e o país para a saída do euro e da União Europeia.
Petição: Secretaria Nacional dos Povos Indígenas.
ResponderEliminarhttp://wp.me/p1ecQj-1Eb
O Brasil avançou muito nestes últimos anos.
Por um lado, ele se transformou num exemplo de democracia para a América Latina.
Mas, por outro, persistem situações concretas que nos denigrem
e que exigem respostas imediatas de governantes e governados.
Algo faz falta há muitos anos:
a existência de uma Secretaria Nacional dos Povos Indígenas.