Uma resultante da
criminosa política do Bloco Central
Quando se comemoram 25 anos – um quarto de século –
sobre o incêndio que destruiu grande parte do Chiado, na baixa de
Lisboa, será interessante atentarmos em alguns considerandos que o presidente
da Liga dos Bombeiros Portugueses, Comandante Jaime Soares, fez sobre as causas
que levaram a que este incêndio tivesse ficado fora de controlo e, portanto,
mais difícil de ser combatido e extinto do que deveria ter acontecido.
Entre essas causas, o facto de na Rua do Carmo, à
época, os arrogantes técnicos camarários terem decidido, contra o mais básico
senso-comum, mandar instalar umas gigantescas floreiras em betão, o que, a par
da inexistência de bocas de incêndio suficientes em toda a zona do incêndio,
impediu os meios pesados dos bombeiros de acederem rápida e eficazmente à zona
do Grandela e dos Armazéns do Chiado onde, tudo indica que por mão criminosa,
teve início a deflagração.
Arrogância criminosa essa que se mantém nos nossos
dias, com dezenas, senão centenas, de brilhantes técnicos, num
coro afinado perante a voz do dono que é António Costa – e
foram os que o precederam, como Santana Lopes ou João Soares e o famigerado
autor do primeiro PDM da desgraça de Lisboa, o inefável Jorge Sampaio –,
a mandarem bitaites sobre o que se deve fazer na capital e a,
cobardemente, se eximirem a explicar ou a responsabilizar-se pelo facto de
Lisboa ter perdido metade da sua população e o Parque do Monsanto 10% da sua
área geográfica.
Em 1988 era presidente da Câmara Municipal de Lisboa
Nuno Krus Abecassis, eleito por uma coligação entre CDS e PSD, que sucedia a
Aquilino Ribeiro Machado, eleito nas listas do PS. Dois presidentes que
inauguraram o ciclo que veio a promover o sequestro de Lisboa pelos interesses
da especulação imobiliária e do patobravismo e a criar as condições para a
expulsão dos cidadãos da sua cidade e a invasão do automóvel.
Ciclo que levou à degradação e abandono da capital, em
suma, ciclo que levou a que se criassem as condições que levaram ao incêndio de
parte do secular Chiado. Como levou, mais recentemente, ao arboricídio, à
destruição de canteiros, ao abandono e falta de manutenção dos espaços verdes e
dos jardins da cidade que António Costa insiste em negar, no que é secundado
pelo Zé – o tal que não faz falta - e
pela sua novel delfim de Benfica, Inês Drumond, mas que uma ronda pela cidade,
uma visita ao Campo Grande ou ao Parque Silva Porto (vulgo Mata de Benfica),
rapidamente contraria. Um ciclo responsável pela expulsão de mais de metade da
população de Lisboa nas últimas três décadas.
Enquanto o país arde, devido à mesma política de
abandono, que os mesmos partidos que levaram ao abandono e degradação da
capital – PS, PSD e CDS – prosseguiram nestas últimas décadas, só pode ser
entendido como uma miserável provocação, o simulacro de incêndio hoje realizado
em Lisboa, no Chiado que, para além de 300 elementos dos bombeiros, envolveram
meios e logística que tão necessários e urgentes teriam sido nos teatros de
operação que neste momento ocorrem por todo o território. Mais grave
ainda, só o facto de António Costa ter feito questão de aparecer no Chiado,
para assistir a este simulacro,
acompanhado do braço direito do criminoso Abecassis - o Pedro Feist - e assim a
dar cobertura aos verdadeiros responsáveis pela amplitude e gravidade deste
incêndio cujos 25 anos agora comemoram com hipócrita compaixão!
Estas acções de propaganda visam esconder e escamotear
que a política de bloco central prosseguida há mais de 30 anos
por PS e PSD – com o CDS pela trela, curta - , são os verdadeiros responsáveis
pelo facto de não haver meios suficientes para o combate aos incêndios e ter
havido por parte dos sucessivos governos um criminoso abandono da limpeza da
floresta. Os mesmíssimos responsáveis pelo facto de o incêndio do Chiado,
ocorrido há 25 anos, não ter sido mais eficazmente combatido!
São, objectivamente, responsáveis pelo verdadeiro
assassinato de homens e mulheres, profissionais ou voluntários que, integrados
em diversas corporações de bombeiros espalhadas pelo país, generosa e
corajosamente acorrem para salvar vidas humanas, bens das populações e
património nacional. São de crocodilo as lágrimas que fingem verter, é pura
hipocrisia a sua presença nos funerais daqueles que morreram por causa da
política que prosseguem estes serventuários de uma tróica germano-imperialista
que prefere que o país e o seu património – humano, natural, económico – arda,
desde que tal não represente…DESPESA!
Despesa que comprometa o
pagamento de uma dívida - e dos juros faraónicos que ela comporta – que não foi
contraída pelo povo, nem o povo dela retirou qualquer benefício! Cabe
aos bombeiros e bombeiras de Portugal, em unidade com o povo, dirigirem as
agulhetas para este governo de traição, e o seu patrono Cavaco, e derrubá-lo,
sem apelo nem agravo, extinguindo-o como fazem, corajosamente, com as chamas
que assolam por todo o país.
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