sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Uma leitura de classe da matemática do aumento do défice e da dívida!

A matemática é uma daquelas ciências que a classe dominante frequentemente apresenta como aclassista, mas é tudo menos isso. Umas vezes utilizada para elogiar os feitos deste governo de traição – mormente um anunciado aumento de 1,1% do PIB no último trimestre –, outras vezes para escamotear operações de camuflagem da corrupção e compadrio que grassa – PPP’s, SWAP’s, BPN, BANIF, etc. -, frequentemente para manipular dados sobre a evolução da dívida e do déficite, não há, no entanto, exercício de matemática que consiga apagar a evidência do aumento contínuo do défice e da dívida, apesar de PS, PSD e CDS, contando com o beneplácito de Cavaco, terem sempre dito ao povo que o programa de resgate que tinham acordado com o FMI, o BCE e o extinto FEEF, teria como objectivo reduzir quer um, quer outra.

Pois bem, conhecidos os dados mais recentes que apontam para o facto de a dívida ter ultrapassado a fasquia dos 130% do PIB, convirá recordar o que desde sempre denunciámos. Que, para além de esta ser uma dívida que não foi contraída pelo povo, nem o povo dela algo beneficiou, uma dívida que, portanto, o povo deve opor-se a pagar, esta é uma dívida IMPAGÁVEL, a mais não ser, por uma evidência colocada pela matemática.

Mesmo que a economia estivesse a crescer, como anunciou o governo, 1,1%, qualquer criança do ensino primário compreenderia que, pagando juros superiores a 6%,  essa dívida não poderá…matematicamente…diminuir! E é precisamente isso que…matematicamente… a torna IMPAGÁVEL!  A economia teria de gerar um crescimento, no mínimo – e uma vez mais, matematicamente – idêntico aos juros que são cobrados.

Mas, vão muito mais além os crimes e a traição nacional levada a cabo por este governo de serventuários, protagonizado por Cavaco, Coelho e Portas. É que, para pagar uma dívida manifestamente ilegal, ilegítima e odiosa, eles dispõem-se – matematicamente – a compensar a diferença entre taxa de crescimento e taxas de juros a pagar, quer com transferência de renda – impostos, cortes nas prestações sociais, roubo dos salários e do trabalho com legislação facilitadora e embaretecedora dos despedimentos, aumento da carga horária, etc -, quer com transferência de activos de importância estratégica, a preços de saldo, para grandes grupos financeiros e bancários, como foi o caso da ANA, da EDP, da GALP, entre outras, e se preparam para fazer com os CTT, a TAP, a ÁGUAS DE PORTUGAL, e muitos outros sectores estratégicos da economia, como a educação e a saúde.

A matemática do governo e dos senhores que serve – a tróica germano-imperialista – consiste em diminuir de forma criminosa e brutal os rendimentos do povo e de quem trabalha, através de um sistemático roubo do trabalho e do salário. Consiste em subtrair ao povo o direito à saúde, à educação, ao mesmo tempo que aumenta todos os impostos, quer sobre o consumo de bens e serviços essenciais, quer sobre os rendimentos do trabalho.


Os trabalhadores e o povo português têm de adoptar outra matemática, oposta a esta do governo. Têm de subtrair do governo , derrubando-o, toda a cáfila de traidores e expulsando de Portugal aqueles que estes servem, isto é, a tróica germano-imperialista. Têm de multiplicar lutas e greves, cada vez mais intensas e prolongadas no tempo, para aumentar o caudal do rio de revolta que os levará a um resultado de sucesso, isto é,  que se salde pela constituição de um governo democrático patriótico.

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