domingo, 11 de agosto de 2013

Na véspera de um roubo anunciado de 10% nas pensões:

Luta dos trabalhadores da Função Pública não pode entrar em Modo de Espera!


Apresentada pelo secretário de estado da administração pública, Hélder Rosalino, um personagem sinistro cujas provocações e medidas terroristas são bem conhecidas dos trabalhadores em geral, e os da função pública em particular, está na forja para ser aprovada uma sua proposta que consiste em promover a convergência entre o regime da Caixa Geral de Aposentações (CGA) e as regras que se praticam para o sector privado, no que concerne a reformas e pensões.

Para além da manifesta ilegalidade de se propor ser uma norma com efeitos retroactivos e apesar do governo, através de Hélder Rosalino, vir garantir que os montantes dos cortes nas pensões dos trabalhadores da função pública, para além de não ultrapassarem os 10%, não afectarão aqueles trabalhadores que recebam pensões inferiores a 600 € ou tenham mais de 75 anos (!!!), o certo é que se estima que o roubo acumulado nas pensões – onde se inclui, para além desta redução, menos deduções no IRS para pensionistas, aumento dos descontos, mais contribuições para a ADSE, sobretaxa sobre o subsídio de Natal, suspensão dos subsídios e Contribuição Extraordinária de Solidariedade  - poderá chegar aos 25%!

Ou seja, cumprindo uma disposição que era imposta no memorando que PS, PSD e CDS assinaram em 2011 com a tróica germano-imperialista, o governo tem vindo a impor um conjunto de medidas terroristas e fascistas que classificamos de hecatombe fiscal, e que vão desde o roubo dos salários e do trabalho, consubstanciado no aumento da carga horária de trabalho, na redução do período de férias e na diminuição do número de feriados, até à facilitação e embaretecimento dos despedimentos, passando pela redução das pensões e reformas e aumento generalizado dos impostos sobre o trabalho e o consumo de bens e serviços essenciais.

O objectivo destas medidas, como sempre afirmámos, redundará, no imediato, numa redução dos salários e das reformas e pensões em mais de 30%, redução que se agravará à medida que se verificar que esta dívida – tal como vaticinámos desde sempre – é IMPAGÁVEL!

O papel dos sindicatos não pode ser, como até aqui, o de mera expectativa, alegando, como têm feito, que a proposta em causa não pormenoriza qualquer cláusula de salvaguarda, com limite de 10% nos cortes de quem se reformou depois de 2005, remetendo para as negociações e a mesa da concertação social uma posição de fundo e o anúncio, eventual, de acções de luta contra a aplicação desta medida há muito anunciada por este governo de traição nacional.

Se já constitui uma brutal redução dos seus rendimentos uma redução de 10% da reforma para quem se reformou até 2005, para quem se reformou após aquela data, o roubo será ainda maior e mais complexo já que, em vez de ver calculada a pensão sobre 90% do valor do salário – conforme havia sido estabelecido no momento em que lhe foi atribuída a pensão -  o trabalhador passará a ver calculada a dita sobre 80% do salário!

Não pode, muito menos, ser o de colocar em modo de espera a luta que tem de começar a ser organizada, mobilizada, agendada e dirigida desde já na defesa dos direitos de todos os trabalhadores da função pública e não apenas dos reformados e pensionistas. Aguardar pela decisão de partidos políticos que se reclamam da esquerda, ou do próprio Cavaco – que, como é sabido, cauciona as medidas terroristas que este governo leva a cabo contra o povo – em enviarem a proposta para fiscalização sucessiva ou preventiva do Tribunal Constitucional, esperando que os seus juízes decidam pelo chumbo da mesma, já não serve os interesses dos trabalhadores da função pública que afirmam representar.

Os trabalhadores só podem contar com as suas próprias forças e não estar à espera que um Tribunal Constitucional que, na maior parte dos casos, se tem demitido de exercer as funções para as quais foi criado, se substitua à luta que têm de travar para derrubar este governo de traição nacional, que leve à constituição de um governo democrático patriótico.

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