Num momento
em que, aparentemente, parece vivermos num estado de defeso político, propomos a releitura deste artigo, tanto mais que ultimamente o defunto Sócrates e o firme
oposicionista Seguro tentam, ad
nauseum, desvincular-se da responsabilidade de ter:
- O primeiro, subscrito o
Tratado de Lisboa – aliás, não só o subscreveu como se vangloriou
do facto de para o seu articulado ter dado importantes contributos – e assinado
o Memorando de Entendimento com
a tróica germano-imperialista – no que foi secundado por PSD e CDS – nas vésperas
de ter sido corrido do governo por pressão das massas populares.
- O segundo ao não ter
feito uma crítica à governação de Sócrates e ao não responder à mais
simples das questões: revogará um governo por si protagonizado todas
as medidas terroristas e fascistas impostas pelo governo de traição
nacional de Cavaco, Coelho e Portas?
Um texto
que exemplifica, embora não exaustivamente, porque é que não foi nenhum exagero
da nossa parte classificar como traidores nacionais todos aqueles que
compactuaram com a formulação e a imposição do Tratado de Lisboa,
tratado que garantiu ao imperialismo germânico aquilo que nem as divisões
Panzer asseguraram a Hitler: a conquista e dominação da Europa sem disparar um
único tiro!
A
leitura deste texto permite, segundo a nossa perspectiva, fazer a demonstração
de como, primeiro com o processo de destruição do aparelho produtivo de um
grande número de países europeus, depois com o marco travestido de euro, a
seguir com o Tratado de Lisboa e o seu MEE, a imperial Alemanha, valendo-se dos
seus serventuários em vários países europeus, assegura, por um lado, ter uma
palavra determinante na produção de todo e qualquer Orçamento de Estado, de
qualquer dos 27 países membros, e, por outro, através da chantagem da dívida
consegue abocanhar os activos estratégicos desses países e impor-lhes um regime
de trabalho escravo e mal pago, transformando-os numa espécie de Malásia da Europa.
"Tropa
de choque do imperialismo germânico ou reconquistar a soberania nacional e implementar
um novo paradigma de economia, ao serviço dos trabalhadores e do povo? Eis as alternativas
que o projecto de refundação europeia
proposto por Merkel coloca aos povos e nações da Europa, dominados ou em vias
de ser dominados, pela pata do imperialismo germânico que está a conseguir o
que, nem Hitler, com todas as suas divisões Panzer e poderio bélico, conseguiu:
dominar, subjugar e humilhar a Europa!
Face ao actual panorama
geopolítico internacional, em que a superpotência norte-americana se torna cada
vez mais agressiva, numa desesperada
tentativa de recuperar a sua influência e domínio mundiais, enfrentando um cada
vez mais ameaçador e poderoso adversário
que é a China capitalista, o sub-imperialismo germânico tenta, afincadamente,
posicionar-se de forma a que, no quadro deste conflito, por enquanto surdo e de bastidores, não vir a perder influência nem ver comprometidos os
seus interesses de potência dominante na Europa e com peso negocial no mundo.
Os episódios que levaram à queda e assassinato de
Kadafi na Líbia, as primaveras árabes
ou as revoluções violeta, a operação
de isolamento da Síria, recorrendo aos mesmos grupos terroristas e mercenários
que tinham sido utilizados na Líbia e o cada vez mais do que certo assalto ao
Irão, comprovam que as potências imperialistas e as potências regionais,
aliadas ou não daquelas, estão num grande afã a colocar os seus peões no
tabuleiro do xadrez da política de dominação internacional e se preparam para a
guerra, envolvendo nela os povos, as nações e os trabalhadores de todo o mundo,
estando dispostos, uma vez mais, a sacrificá-los no altar do seu sacrossanto
lucro.
No caso da Síria, por exemplo, é por demais
evidente que está em adiantado estado de preparação um ataque imperialista,
como indicia a colocação de mísseis da NATO na fronteira da Turquia (uma parte
dos quais são, ou foram, enviados pela Alemanha, país que vai também enviar, ou
enviou já, centenas de soldados para essa fronteira).
A crise e o frenesim dos chamados mercados financeiros
produziram uma desconfiança em relação a políticos que consideram cada vez mais
incompetentes na defesa dos seus interesses e produziram uma casta de tecnocratas,
cujo tirocínio foi efectuado nas grandes corporações financeiras e bancárias,
para os substituir. E começaram já o assalto a todo o aparelho político,
institucional e executivo, quer a nível dos 27 países que constituem a União
Europeia, quer a nível da própria instituição que comanda os destinos desta
Europa comunitária.
Utilizando esta casta de tecnocratas, a fuhrer do IV
Reich e seus apaniguados foram preparando autênticos golpes de estado
institucionais. Começaram por nomear um Comissário e uma Comissão Europeia, sem
qualquer legitimidade democrática – democracia que tanto gostam de propalar -,
pois a sua eleição não foi sujeita a sufrágio.
Confrontada com a inépcia da Comissão Europeia e seu
chefe, o transfuga Durão Barroso, na
defesa dos seus interesses imperiais, a chancelerina Merkel impõe, no âmbito do
Tratado de Lisboa, que seja dado um papel de maior relevância ao Conselho
Europeu, que passa a assumir as funções de um organismo governamental – supra
europeu – que se envolve cada vez mais nas decisões políticas, sem para tal ter
mandato.
Básicamente, Estrasburgo passa a ser o centro do poder
germano-imperialista e Bruxelas um adorno com cada vez menor influência e poder
de decisão.
Apoiando-se na chantagem das dívidas soberanas, Merkel
inicia o processo de aceitação por parte dos governos vende pátrias dos
países ditos da periferia da
transferência das soberanias desses países para superstruturas fora das suas
fronteiras, dominadas, entretanto, pelo bloco germano-imperialista.
A refundação do projecto europeu passa, então, pela
necessidade de se vir a formar um Governo Económico, não eleito,
encarregue de supervisionar e sancionar – através de mecanismos como o MEE –
todos aqueles membros/países que não tenham observado os limites constitucionais para as dívidas, limites que deverão ser
incorporados nas Constituições segundo os montantes que mais convenham aos
interesses especulativos dos grandes grupos financeiros e bancários, liderados
pelos bancos alemães.
De golpe de estado em golpe de estado, o que está em
marcha é um modelo que começou a ser experimentado na Grécia e em Itália, onde
primeiros ministros eleitos foram substituídos por tecnocratas designados pelas
grandes casas financeiras. E este
processo alargar-se-á, tanto mais quanto o imperialismo germânico considerar
que os governos vende pátrias intervencionados, apesar dos mecanismos de
chantagem e pressão que os Memorandos de
Entendimento firmados com o FMI e restante tróica constituem, não correspondem
mais ao que se esperaria deles quanto à execução dos programas que lhes foram
impostos e que têm como único objectivo exaurir os recursos económicos e financeiros
dos países sujeitos à intervenção e
ao resgate, conferindo-lhes, ao mesmo
tempo, um novo papel na divisão internacional de trabalho, neste caso a
nível europeu.
Isto é, para além de fazer da dívida soberana um negócio que possibilita lucros fabulosos à custa
dos juros faraónicos cobrados, os interesses do imperialismo germânico pretendem
assaltar e controlar, a preços de saldo, os activos e as empresas estratégicas
dos países sob resgate e criar em
alguns deles bolsas de trabalho intensivo, não qualificado e barato que lhe
assegure uma maior competitividade em relação à emergente super potência que é
a China capitalista.
Neste contexto, não compreender que a Lei Geral do
Orçamento de Estado para 2013, a venda de activos e empresas públicas, a preços
de saldo, como poderá vir a acontecer com a companhia de bandeira TAP, as leis
facilitadoras e embaretecedoras dos despedimentos, a legislação que promove o
roubo dos salários e do trabalho, a agenda ideológica que impõe o
empobrecimento do povo e a dificultação do seu acesso à saúde e à educação,
fazem parte dessa estratégia de colonização constitui, não somente cegueira
política, mas traição aos interesses do povo português, e de outros povos e
nações sujeitos, neste preciso momento, a programas
de resgate idênticos àquele que o Memorando de Entendimento com a tróica
germano-imperialista nos impôs.
Construído em nome da paz na Europa, o projecto
europeu, dominado agora pelo imperialismo germânico, revela-se cada vez mais
aquilo que sempre foi, um fautor de guerra. Isto é, no quadro da feroz
competição pelo domínio mundial entre as várias potências e superpotências
capitalistas e imperialistas, no quadro actual de uma luta sem quartel, apesar
de surda e de bastidores, entre a super potência norte-americana e a crescente
potência chinesa, a eminência de um novo conflito à escala mundial é cada vez
mais real, não havendo prémio Nobel que altere esta eminente possibilidade.
Os povos e as nações da Europa e de todo o mundo, têm
de se preparar para opor a esta guerra imperialista em preparação, tal como o
fizeram no passado, a guerra revolucionária e popular de libertação do domínio
capitalista.
Em Portugal, os trabalhadores e o povo têm de se
sublevar para derrubar um governo que tem demonstrado estar disposto a servir
de peão neste jogo entre as grandes potências, nem que para isso seja
necessário sacrificar no altar da fome, da miséria, do desemprego e da
precariedade aqueles que diz representar.
Derrubar o governo PSD/CDS, acolitado por Cavaco e
amparado pelo PS, expulsar o FMI e restante tróica do nosso país e impor um
Governo Democrático Patriótico, fruto da
aliança entre várias classes e reflexo da síntese dos diferentes interesses de
classe, desde a classe operária, até à pequena burguesia de serviços, passando
por pequenos e médios capitalistas, democratas e patriotas, com ou sem partido,
é não só a única saída possível para os trabalhadores e para o povo português,
mas, também, um imperativo para a paz e a independência nacional."
Sem comentários:
Enviar um comentário