Agora que
Cavaco Silva, no papel de polícia bom, remete
para fiscalização preventiva, para o Tribunal Constitucional, as leis
terroristas e fascistas sobre a mobilidade dos trabalhadores da função pública
e ao roubo de 10% nas reformas dos pensionistas do estado - leis que sabe serem
de aplicação temporal limitada -, esquecendo-se
de fazer o mesmo para uma das reformas
de sistema mais desejadas pela burguesia, pela tróica germano-imperialista
e pelos seus serventuários Coelho e Portas, isto é, o aumento da carga horária
de trabalho das 35 para as 40 horas na Função Pública, nada mais a propósito do
que voltarmos a algumas das questões que, em Outubro de 2012, denunciávamos no
artigo Tribunal Constitucional: Extinguir um nado morto?!
A miserável chantagem e consequente pressão
que Coelho exerceu sobre o Tribunal Constitucional e os juízes do Palácio Raton
na reentré política do PSD, na festa
do Pontal, em Quarteira, é paradigmática da conclusão a que então chegávamos no
supracitado artigo. Ou seja, a de que quer Cavaco, quer Coelho ou Portas quer,
sobretudo, a tróica germano-imperialista - que chega ao desplante de anunciar o
adiamento da 8ª e 9ª avaliações para data posterior à decisão deste órgão
quanto às normas remetidas para sua fiscalização preventiva -, tem deste: um autêntico nado morto!
Já por mais de uma vez que nos referimos
à total cumplicidade, complacência e demissão do Tribunal Constitucional,
relativamente às medidas terroristas e fascistas que o governo de traição
PSD/CDS vem impondo aos trabalhadores e ao povo português, através, quer da Lei
do Orçamento, quer de legislação avulsa entretanto produzida e feita aprovar
por esta dupla na Assembleia da República – com a oposição violenta…mas
construtiva do PS -, mormente a chamada grande reforma
estrutural que é o novo pacote laboral, aprovado com a
assinatura do traidor João Proença, quando era dirigente da UGT, e prosseguida
pelo seu sucessor Carlos Silva, ambos a mando do seu mentor Seguro.
Demonstrámos, também, que a autêntica
palhaçada que envolveu a nomeação de três novos juízes para este tribunal, se
traduziu numa luta entre comadres apostadas em abocanhar -
cada uma para si - o maior pedaço do poder e do orçamento de estado burguês sem,
contudo, divergirem no seu papel de caninos e obedientes serventuários da
tróica germano-imperialista. Estamos, claro, a falar dos partidos signatários
do Memorando de Entendimento com o
FMI/FEEF/BCE, nada mais, nada menos do que PS, PSD e CDS.
Não espantará a ninguém, a não ser aos
menos atentos, que um nado morto como o Tribunal Constitucional, já nem para a
burguesia e o seu sistema capitalista tenha qualquer préstimo ou utilidade.
Para quê manter este adereço democrático cada vez mais
esvaziado de conteúdo, intervenção e poder? Para nada! Como concluiu, no ano
passado, o líder parlamentar do PSD, Luis Montenegro, em entrevista à Radio
Renascença e reafirmam Cavaco, Coelho e Portas ao longo do corrente ano. De
facto, num país em que as Manuelas Ferreiras Leite, os Rui Rio, e outras democráticas figuras e figurões,
suspenderam a democracia, de nada serve manter este órgão.
E, mesmo a tese de deslocar as competências deste
órgão para o Supremo Tribunal de Justiça, que passaria a contar com uma secção
constitucional seria, apenas e tão só, fazer agonizar um defunto e
prolongar junto dos trabalhadores e do povo a ilusão de que vivemos um regime
verdadeiramente democrático, escamoteando que, quando a emergência
nacional assim o dita, não existe norma constitucional que
resista, apesar de PS, PSD e CDS encherem constantemente a boca com um acima
das classes estado de direito, ainda por cima…democrático!
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