Para tentarem justificar
o fracasso do resgate e das políticas
que servilmente se dispuseram a executar a mando da tróica germano-imperialista,
o governo de traição nacional de Coelho e Portas – tutelado por Cavaco e
apadrinhado por Durão Barroso- tem ensaiado nos últimos tempos uma campanha de cerco e aniquilamento ao Tribunal
Constitucional (TC), como parte e garantia de se remeter Portugal para a
condição de protectorado ou colónia a que o imperialismo germânico quer
sujeitar o país.
Mal agradecidos! Se é certo que o TC lá vai chumbando
algumas das normas mais aberrantes das sucessivas Leis do Orçamento de Estado,
não menos verdade é o facto de, nas conferências de imprensa que os juízes dão
imediatamente a seguir à decisão tomada, se apressam a indicar ao governo qual
o caminho a seguir para vir a impôr aquelas medidas sem contrariar a
constituição.
Seguros de que dominam todo o aparelho dos meios de comunicação social, o governo lança no
éter toda a sorte de defensores da sua visão política a defensores das suas
políticas terroristas e fascistas. Desde o catastrofista
Medina Carreira, que vem afirmar num show
televisivo de terceiríssima categoria que, tivesse
algum dos juízes do TC sido ministro das finanças compreenderia a diferença
que existe entre viver no escudo – quando a constituição foi aprovada – e no
euro, imporia que nenhuma das normas chumbadas pelo TC tivesse tido tal
destino, até todo o tipo de seguidistas e
carreiristas à espera do seu lugar ao sol, se prestam de imediato a vomitar
toda a sorte de argumentos a desancar
no TC.
Mas,
reconhecida a imbecilidade e ineficácia do Carreira e dos carreiristas de
serviço, e aproveitando o tão conveniente, mas nada convincente, milagre económico, em período
pré-eleitoral para as eleições europeias, lá mandam o peso pesado e actual eurodeputado e primeiro candidato pela lista Aliança Portugal
vir defender esta 2ª feira, não certamente por acaso em Berlim – o centro
nevrálgico, a capital do império alemão a quem foi prestar vassalagem - que,
existindo já uma Constituição europeia – não escrita é certo - , os tribunais constitucionais dos
estados-membros da UE deviam deixar de decidir com base nas constituições
nacionais e passar a reger-se por aquelas normas que não foram plebiscitadas,
discutidas ou votadas pelo povo português.
A traição nacional no seu auge! Todo este afã em conseguir um consenso abrangente - tal como o que tinha sido conseguido para a
assinatura do memorando com a tróica germano-imperialista que envolveu PS, PSD
e CDS – passa por arredar do caminho o obstáculo
constitucional. É por isso que Rangel afirma, em relação ao TC, que talvez o sentido das suas decisões mais
críticas face à Europa fosse diferente se abraçasse mais os princípios e os
interesses que estão por detrás d esta constituição europeia…informal!
O que é que Rangel visa escamotear quando refere que a constituição europeia é uma constituição material, informal, só
parcialmente escrita, largamente jurisprudencial, ao contrário dos
tribunais constitucionais português e alemão, muito fixados num conceito de Estado pós-westfaliano – povo, território
e soberania – e num conceito de constituição escrita pós-revolução francesa – a
desvalorizar e a menosprezar um conjunto de fenómenos de natureza
constitucional, com relevância constitucional, com eficácia constitucional?
Que, após a assinatura do Tratado de Lisboa – em que PS, PSD e
CDS estiveram igualmente empenhados – a constituição portuguesa se tornou obsoleta e que o que agora importava
consolidar era a visão do directório europeu que está ao serviço do
imperialismo germânico e que pretende impôr a todos os estados – sobretudo aos
que aderiram à zona euro – tratados orçamentais que reflictam e
defendam os seus interesses.
Para tal, o argumento da legitimidade nacional, o argumento do
sufrágio universal, o argumento da democracia e da liberdade tem de dar lugar
ao pífio argumento de que a lei fundamental tem de estar em constante adaptação ao dinamismo e ao progresso do processo de
integração europeia!,
Recordando Rangel que a traição aos interesses do povo português
vem de longe ao afirmar que em sete
revisões formais da constituição, não houve nenhuma que não regulasse aspectos
da nossa relação com a Europa! Leia-se, a submissão de PS, PSD e CDS aos
ditames do directório europeu e do imperialismo germânico que aquele serve.
O que esta gente, sem qualquer pudor, vem dizer ao povo
português é que é preciso consolidar a venda do país a retalho, a destruição do
seu tecido produtivo, a aceitação do princípio da periferia que as grandes
potências sempre quiseram impor a Portugal, a aceitação de um novo lugar na
divisão europeia de trabalho a que querem sujeitar o país, isto é, um país de
terciário, mão de obra baratinha, não qualificada e intensiva.
Nem que, para tal, Portugal tenha de largar mão do luxo de possuir – ainda – normas
constitucionais que, cada vez menos, assegurem alguma protecção a quem trabalha
e ao que resta da soberania nacional.
Face a uma cada vez maior clarificação do campo da
contra-revolução, deve o campo democrático patriótico unir-se, desde logo, em
torno de um programa democrático patriótico que pugne pelo derrube deste governo de traição nacional, pelo não pagamento da dívida e pela exigência de um referendo sobre a permanência de Portugal no euro.
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