domingo, 30 de março de 2014

Privação Material Severa resulta de política de traição nacional!

O governo de serventia aos interesses da tróica germano-imperialista dedicou durante o último ano grande parte do tempo de antena que detém – em regime de quase exclusividade com o seu parceiro de bloco central, o PS – a demonstrar o autêntico milagre económico que resultou das medidas terroristas e fascistas que vem aplicando nos últimos três anos e que promete prosseguir e agravar.

Ao mesmo tempo que anuncia a diminuição do desemprego,  a baixa dos juros e o aumento das exportações, foge que nem o diabo da cruz em falar sobre o aumento da dívida que foi, afinal, a principal, mas não única, razão invocada para PS, PSD e CDS, chamarem a tróica e apelar a que esta pusesse o país na ordem.

O governo bem que tenta branquear o facto de que, a condição de protectorado para a qual atiraram o país, se deveu ao facto de o terem arrastado para uma destruição massiva do seu tecido produtivo e amarrado ao pagamento de uma dívida ilegítima, ilegal e odiosa, agravando assim as condições de fome e de miséria a que o povo está sujeito.

Se dúvidas subsistiam quanto ao agravamento das condições de vida do povo e de quem trabalha, virtude dessas políticas terroristas e fascistas levadas a cabo pelo governo de traição nacional protagonizado por Coelho e Portas e tutelado por Cavaco, os dados de um Inquérito às Condições de Vida e Rendimento levado a cabo pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), agora tornados públicos, revelam que a situação de privação material severa, que em 2012 atingia 8,6% da população, em 2013 aumentou para 10,9%!

O estudo, que peca por defeito já que estima que existem 2 milhões de pobres, quando todos os estudos apontam para a cifra de 3 milhões, considera privação material severa o facto de um agregado não ter acesso a pelo menos quatro produtos de uma lista que integra nove relacionados com necessidades económicas e bens duráveis, onde se incluem atrasos no pagamento de rendas e empréstimos ou despesas correntes da casa até à impossibilidade de se conseguir uma refeição de carne ou de peixe de dois em dois dias, não ter viatura, televisão, máquina de lavar roupa ou não poder fazer face a uma despesa inesperada (como aceder a uma urgência hospitalar ou a um medicamento).

O estudo em causa revela, ainda, que no mesmo período, 25,5% do povo português vivia em privação material, contra 21,8% em 2012! Isto é, numa condição que o priva das condições financeiras para aceder a três das nove necessidades da supracitada lista, e que vão desde a incapacidade para pagar uma semana de férias (59,8%), a não poder assegurar o pagamento de uma despesa inesperada num valor próximo dos 400€ (43,2%), até não conseguir manter a casa aquecida de forma confortável e adequada (28%).

Do inquérito infere-se, ainda, que o risco de pobreza ou exclusão é maior em agregados com uma reduzida intensidade laboral per capita, assim como revela que as dificuldades económicas retiram, em 2013,  a 20,5% da população com idade superior a 15 anos a possibilidade de adquiri roupa nova – contra os 17,2% registados em 2009 - , enquanto 15.3% dos inquiridos referiram não ter condições sequer para se encontrar uma vez por mês com amigos ou familiares para uma refeição ou bebida e 21% não conseguirem participar com regularidade numa actividade de lazer ou cultura, enquanto 18,9% não possui sequer verba para despesas pessoais semanais.

Quanto a crianças na faixa etária dos 01 aos 15 anos, o estudo do INE revela que, dos 18 itens de privação que afectam as crianças, pelo menos três deles afectaram 45,7% e a falta de cinco atingiu 27,3% delas.

Estes factos, incontornáveis e indesmentíveis, demonstram bem que o caminho a seguir não é, como faz o PS, pactuar com o governo de traição nacional ou, como fazem PCP e BE, de desarmar perante a arrogância e a chantagem do executivo – como aconteceu no episódio da ponte.

O caminho a seguir é o de  travar uma luta sem hesitações, criando as condições e mobilizando os trabalhadores para todas as greves gerais necessárias, pelo tempo necessário, até que este governo seja derrubado e substituído por um governo democrático e patriótico que prepare a saída do euro, recuse o pagamento da dívida e leve a cabo um plano de investimentos criteriosos que crie emprego, desenvolva o país e assegure a sua soberania nacional.




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